Tecendo um elo vital entre o passado e o presente
Carlos Alberto Caldeira escreve sobre o passado de nossa terra, mantendo viva a saudade das memórias da antiga Carmo da Cachoeira. Esse autor cachoeirense assume um papel crucial na preservação da memória coletiva e na construção da identidade cultural do município. Através de suas obras, o autor conecta o presente ao passado, tecendo um elo vital entre as gerações e transmitindo valores, costumes e tradições que perderiam se perder no tempo.
As histórias e lembranças do passado, narradas por Caldeira, assumem a forma de um registro histórico vivo e pessoal. Através de seus escritos, o autor oferece uma visão única de eventos, personagens e costumes que moldaram a história de nossa terra. Essa perspectiva singular complementa e enriquece os registros oficiais, fornecendo uma visão mais humana e autêntica do passado.
Ao revisitar o passado de sua terra, o autor contribui para a construção da identidade cultural do nosso povo. Ao explorar as raízes e origens da comunidade, nossos valores, crenças e tradições, Carlos Caldeira fornece um senso de pertencimento e identidade. Essa conexão com o passado é essencial para a formação de um povo coeso e consciente de nossa história e cultura.
Revivendo seus laços com sua terra
Através de sua narrativa saudosa, o autor transmite valores e costumes que podem estar se perdendo no tempo. As brincadeiras tradicionais, os ensinamentos dos avós, a simplicidade da vida no passado, todos esses elementos são resgatados e preservados para as futuras gerações. Essa transmissão intergeracional é fundamental para a perpetuação da cultura e dos valores que definem um povo.
Essas histórias saudosas, de um tempo que não mais voltará, podem ter um impacto emocional profundo nos leitores. Ao se conectarem com as experiências e sentimentos do autor, os leitores podem reviver suas próprias memórias, fortalecer seus laços com a terra natal e encontrar inspiração para enfrentar os desafios do presente.
Um autor que escreve sobre o passado de sua terra assume um papel de grande importância na sociedade, e Carlos Alberto Caldeira, através de suas obras, preserva a memória coletiva, constrói a identidade cultural, transmite valores e costumes, desperta a consciência histórica e social e proporciona aos leitores uma experiência emocional rica e inspiradora.
Poetize 2024
Mais uma vez, esse autor cachoeirense tem seu valor reconhecido. Sua obra “Janela Escancarada” foi selecionada para compor a coletânea nacional de poesia, a Poetize 2024, organizado pela Vivara Editora Nacional.
Trecho da poesia "Janela Escancarada":
Pela janela escancarada,
vejo a vida lá fora.
Pessoas que vão,
pessoas que vêm…
Burburinhos…
Buzinas…
Arranha céus.
Selva de pedra.
Cadê o horizonte?!
Mais sobre Carlos Alberto Caldeira:
Uma poesia completa de Carlos Alberto Caldeira:
Reverência à minha terra
Costumo brincar seriamente:
Se um dia eu tiver que viver longe
de ti, minha querida Cachoeira,
eu morrerei de banzo.
E se de banzo morrer,
porque em outro rincão morri.
Levarei então apenas saudades
por onde passei, por onde vivi.
Da Escola Pedro Mestre.
Da Escola Wanderlei Ferreira.
Da Escola Moacir Rezende
Da imponente Praça do Carmo,
com suas frondosas árvores,
dos eflúvios de suas flores.
Da Igreja do Carmo, do campanário.
Da Ave Maria de Gounod à tardinha.
Do balido da ovelhinha no aprisco.
Das ruas descalças de minha infância.
Dos jogos de bolinhas de gude.
Dos jogos de “peladas” nas ruas.
Do fogão à lenha de minha casa,
minha mãe avivando o fogo.
Da pesca noturna de cambevas.
Do canto do sabiá no abacateiro.
Das boiadas tangidas.
Dos aboios dos vaqueiros.
Do futebol aos domingos.
Dos carnavais e marchinhas.
Dos amores que tive.
Ah! também dos que não tive.
Dos meus antigos madrigais,
hoje perdidos em alguma gaveta velha.
Do lindo pôr do sol e seus arrebóis.
Do seu povo acolhedor…
Ó, minha querida Carmo da Cachoeira,
se mil vezes eu renascer,
é aqui, aos pés de suas verdes colinas,
que eu quero ver, por mil vidas:
A primeira alvorada, o primeiro crepúsculo,
a primeira estrela brilhar, a primeira luz do luar…
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