Algumas raízes cachoeirenses espalhadas pelo Ingaí (antiga região dos Pinheirinhos)
Buscando esclarecer as origens documentais das terras (local do antigo matadouro) que pertenceram a Manoel Antonio Rates chegamos ao primeiro documento:
Vendedores: José Pinto Mesquita e sua mulher Ana Dias Mesquita
Compradora: Prefeitura
... E, perante as quais, pelos outorgantes vendedores, me foi dito, que são senhores e legítimos possuidores de dois terrenos situados à Rua Boiadeira, nesta cidade, e que obtiveram por compra feita de dona Constância Amélia de Carvalho e outras por escritura passada pelo Tabelião João Batista Braga, no primeiro Ofício do Judicial e Notas de Varginha, em 04 de dezembro de 1928 e registrada no registro de Imóveis de Varginha, no livro n.3E fls. 136, sob n.3961. Tendo o primeiro terreno a área de 3.971 metros quadrados em terreno de pasto, dentro das seguintes confrontações. Confronta com a Rua Boiadeira, herdeiros de Francisco Romanielo, Juvenal Olímpio e Benevuto Rodrigues da Silva Reis: Ribeirão do Carmo da Cachoeira e Ana Dias de Oliveira. Tendo o segundo (...) com Ribeirão do Carmo da Cachoeira e do outro lado com Jorge Tomás da Silva.
(...) Certifico que (...) com área de 6.962 metros quadrados, pertencente a(ilegível) e situados à rua Boiadeira (...) está desembaraçado do imposto territorial, que foi pago, sendo o do corrente exercício conforme conhecimento. Coletoria Estadual de Carmo da Cachoeira, em 27 de setembro de 1950. O coletor João Baptista Caldeira Sobrinho. Coletoria Federal em Carmo da Cachoeira José Pinto Mesquita (...) recolheu. O coletor em férias. O escrivão Walter Rodrigues Munaier (acumulando as funções de coletor). (...) assina, Francisco de Paula. Vitor Mendes de Oliveira, chefe do Serviço de Fazenda reconhecidos pelo Tabelião (ilegível). É tudo o que se conseguiu resgatar do referido documento.
A citada Ana Dias Mesquita foi casada em segundas núpcias com José Pinto de Mesquita e, neste estado, o casal era proprietário do terreno e da casa que pertenceu a Manoel Antonio Rates. Ana Dias Mesquita foi casada em primeiras núpcias com Adolfo de Souza, filho de Maria Gabriela de Souza.
Livro de Óbitos 1858 a 1919 - Freguesia da Cachoeira dos Rates
Vamos aos registros que encontramos no Livro de Óbitos 1858 a 1919 de Carmo da Cachoeira, Minas Gerais. O livro traz o nome de Francisco Inácio de Souza falecido em 16.8.1862. Ele foi casado com Maria Tereza Vilela, falecida na Freguesia de Carmo da Cachoeira, em sua fazenda do Rio do Peixe em 28.4.1871, com dados referenciados no mesmo livro.
Encontramos também o óbito de Maria Clara Umbelina, em 21.2.1876, com 60 anos. Maria Clara Umbelina foi a primeira mulher de José Fernandes Avelino que, em estado de viúvo, casou-se com sua parente Rita Vitalina de Souza. Óbito de José Fernandes Avelino, deu-se em 1878, quando contava com 70 anos de idade. O registro deste óbito está no Livro de Óbitos acima citado.
Outra citação encontrada foi o óbito de um inocente, em 19.2.1886, filho de João da Costa Ribeiro e Maria Gabriela de Souza esta também, mãe de Adolfo de Souza casado c.c Ana Dias de Oliveira (Árvore Genealógica Família Dias Oliveira - Bueno, com pesquisa de Ary Silva, fls. 90).
Ana Dias de Oliveira é filha de Álvaro Dias de Oliveira, nascido à 7.4.1876 e falecido em 17.10.1930. Foi casado com Ana Augusta Naves, filha de João Augusto Naves (ou João Antonio Naves) e Inácia Constância de Rezende (ou Ignácia Constância de Rezende), nascida em 19.5.1847, filha do Cel. Severino Ribeiro de Rezende e Inácia Constança da Costa Junqueira. São irmãos de Ana Dias de Oliveira casada com Adolfo de Souza:
- Hercília de Oliveira c.c Custódio Vilela;
- Antonio Dias de Oliveira c.c Maria Cunha; Olga Dias de Oliveira, c.c João Vilela de Rezende (ou João Batista Vilela de Figueiredo);
- Inácia Dias de Oliveira c.c Álvaro dos Reis Campos;
- América Dias de Oliveira, solteira;
- Ema Dias de Oliveira c.c José Nogueira;
- Ernestina Dias de Oliveira, c.c Waldemar Cunha (ou Waldemiro Cunha);
- Otoniel Batista Cunha e
- Carmem Dias de Oliveira c.c Waldemar dos Reis Campos.
Nossa ancestralidade adormecida nas páginas corroídas e amareladas e de difícil leitura é testemunha fiel de um passado construído entre lutas e glórias, vencidos e vencedores. Os vencidos buscam novos rumos. Os vencedores se articulam para um novo recomeço. Foi assim aqui em terras cachoeirenses. Assim caminha a humanidade, cantada, declamada, contada em verso e prosa.
Nossa gratidão profunda e eterna aos que por aqui passaram e, a sua maneira, contribuíram para o que refletimos hoje.
Comentários