Fato importante: desmembramento do distrito, do município de Lavras
O desmembramento da freguesia do Carmo da Cachoeira foi através da Legislação Provincial, Lei Nº. 2785, de 22 de setembro de 1881:
Art. 2º são igualmente creados os seguintes municípios: § 2º o do Espírito Santo da Varginha, composto da freguesia deste nome, elevada à categoria de Vila, e da de Carmo da Cachoeira, desmembradas, a primeira do município de Três Pontas e a segunda do de Lavras, ficando este município pertencendo à comarca de Três Pontas.
A partir desta Lei Provincial dada no Palácio da Presidencia da Província de Minas Geraes aos vinte e dous dias do mez de Setembro anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e oitenta e um, sexagesimo da Independência e do Império”, fica desmembrada do município de Lavas e passando para a jurisdição de Varginha. Foi elevada à cidade pelo decreto-lei nº. 148, de 17 de dezembro de 1938.
O prof. Wanderley F. Rezende deixou registrado o seguinte:
Passando a integrar o município de Varginha, durante vários anos desempenhou as funções de chefe político do município o Coronel João Urbano de Figueiredo. Envelhecido ou talvez cansado, o Coronel afastou-se da política, passando o cargo a seu genro Coronel Domingos Ribeiro de Rezende, que nele permaneceu até o golpe de 10 de novembro de 1937 quando foi implantado o Estado Novo que dominou nossa Pátria até 1946.
Em publicações do ano de 1918 aparecem a fazenda e propriedade agrícola do Coronel Domingos Ribeiro de Rezende, situada no districto da Cachoeira. A época já era denominada Fazenda do Córrego das Pedras, nome dado em referência a uma nascente que segue o percurso denominado “Córrego das Pedras”.
Terras altas e montanhosas a fazenda é regada por três veios d'água: pelo Córrego das Pedras, pelo Ribeirão da Cubiça, e pelo Córrego da Serra Rica, um verdadeiro Santuário Ecológico. Esses veios d’água fornecem volume suficiente para gerar força motriz com aproveitamento destas quedas naturais.
A fazenda fica a mais de 900 metros acima do nível do mar e, quando a visitamos em pleno inverno, os cafezais e invernadas revestiam-se de um vigor resplandecente.
Segundo Luiz José Álvares Rubião:
O serviço da lavoura é feito por colonos brasileiros e italianos, que residem na fazenda em diversos núcleos, contando ao todo 80 fogos. Rubião escreve: o córrego que passa perto (da graciosa habitação) e que lhe empresta o nome, é de grande belleza natural, correndo, inquieto e rumoroso, entre Innumeros seixos e pedras, com as suas ribas franjas de lances de alvoredo que se estampam em esguias silhuetas de árvores no espelho límpido das águas, empresta um cunho de bucólica e serena belleza a esse canto da fazenda.
Num antigo casarão construído pelos Rates, situado na antiga estrada de terra que seguia para Varginha e Três Pontas, morava o capanga do Mingutinha (Domingos Ribeiro de Rezende). O estabelecimento comercial servia também como vigilância e controle dos transeuntes. Rubião descreve o chefe político Domingos Ribeiro de Rezende como sendo o protótipo dos primeiros povoadores desse sertão.
Ao sol e à chuva, de botas, de chapéu largo, percorre continuamente seus cafezais e invernada, tudo investigando, tudo esmerilhando; e dahi, tudo movendo sobre a sua iniciativa imediata, e efficaz. Era uma propriedade com 1.200 alqueires de terra.
Em 1918, Carmo da Cachoeira aparece como distrito de Varginha, portanto, pequeno povoado que cresce ao lado de alguma cidade e é parte dela, bem como o terreno ao seu redor. Anteriormente a esta data, a Cachoeira dos Rates pertenceu a Carrancas, Lavras do Funil e Três Pontas. A emancipação de Carmo da Cachoeira foi celebrada festivamente a 1º. de janeiro de 1939, tomando posse seu primeiro prefeito Sr. Antônio de Rezende Vilela.
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