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Brasília e os moradores de Cachoeira

Moradores do Distrito de Carmo da Cachoeira doam suas terras

Aquele imenso deserto compreendido entre o Rio Grande e o Rio Sapucaí pouco a pouco foi sendo povoado pelos participantes de entradas e bandeiras que buscavam toda essa região. O ouro não garantiu a ocupação do que chamamos hoje de Carmo da Cachoeira, Minas Gerais, mas, por outro lado, a permanência de paulistas e outros entrantes, como por exemplo, Manoel Antonio Rates e sua família que iniciaram o seu povoamento.

A Família Rates dizia-se proprietária do Sítio da Cachoeira. Documentos de sesmarias provam sua presença aqui quando seus nomes são citados como limítrofes e confrontantes. Sesmarias foram sendo concedidas e em cujas terras começaram a ser plantadas roças para garantir a sobrevivência e, alguns sesmeiros ousavam a impulsionar um desenvolvimento ponderado da agropecuária.

Assim aconteceu também com territórios que, cada um a seu tempo e forma de articulação com o governo, transformaram-se em outras freguesias. E foram se desenhando naquele imenso sertão que deixou-se ser chamado Quilombo do Campo Grande, núcleos ou comunas com limites primitivos definidos e com certas atividades sociais e econômicas que lhe garantiam o mínimo para sua sobrevivência e onde famílias poderiam alí permanecer e criar seus filhos. A Igreja estava sob a Lei do Padroado e seguia junto com o governo para garantir que, da união das pessoas pudesse acontecer as obras básicas e fundamentais almejadas.

A história Eclesiástica de Carmo da Cachoeira está alicerçada no Distrito da Boa Vista ligado a Freguesia sede, Lavras do Funil. A Capela existente no arraial da Cachoeira do Carmo dos Rates foi elevada à categoria de Freguesia pela Lei nº 805, de 3 de julho de 1857. Na divisão administrativa de 1911, figura com a denominação de Carmo da Cachoeira.

Enquanto distrito de Lavras e ligada a uma freguesia - a de Lavras do Funil com poderes legais para interpretar e ministrar leis, famílias formavam agrupamentos, inicialmente em fazendas (c.f. lfs. 15 da obra Carmo da Cachoeira Origens e Desenvolvimento. O povoamento e o progresso desse Deserto que se prendia historicamente as cidades paulistas, através dos bandeirantes, foi criando condições favoráveis para que o governo tomasse medidas administrativas visando certa organização das instituições.

Um exemplo de que a Cachoeira dos Rates ou Cachoeira do Carmo estava pronta para decidir sobre seu destino e que da união que gera força e poder saberiam seus moradores como conduzir suas reivindicações. Homens batalhadores se colocaram à frente na luta pela emancipação, ou seja, criação do Município de Carmo da Cachoeira. Elaborou-se um abaixo assinado dirigido ao então Interventor Federal em Minas, Dr. Benedito Valadares Ribeiro. Era o ano de 1933 / 1934. Em 17 de dezembro de 1938 foi criado o Município de Carmo da Cachoeira constituído pelos distritos da sede e o de Eremita, ex-S. Bento, desdobrados do Município de Varginha.

Colocamos para ficar como registro histórico uma publicação do Jornal Correio da Manhã - sexta-feira, 8.6.1928. Estado de Minas Gerais a participação de um grupo formado por:

  • Luiz Galvão Correia
  • Purcina Brito Mesquita
  • Antonio Raymuncios de Souza
  • Eugênio Avelino de Souza
  • José Pinto Gouveia
  • João Alves Gouveia Villela
  • Domingos Ribeiro Rezende
  • José Bressane Sant’Anna




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