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Larissa Amaral canta Heitor Villa-Lobos

Lundu da marquesa de Santos em Carmo da Cachoeira

Rio de Janeiro, 1940

letra e música: Heitor Villa-Lobos

interpretação: Larissa Amaral (mezzo-soprano)

piano: Francis Vilela

captação de áudio: João Paulo Alves Costa - Estúdio DjeCia

edição de vídeo: Ricard Wagner Rizzi

Nahim Marun e o Lundu da marquesa de Santos

Trechos da obra Revisão Crítica da Canções para Voz e Piano de Heitor Vila-Lobos de Nahim Marun publicada pela Editora Max Eschig

No subtítulo da canção podemos ler "Evocação da época de 1822". A construção do texto é típica da época evocada e algumas palavras não são mais usadas no português atual. Por exemplo: minh'alma, flôr com acento circunflexo, tratamento em tu (partiste).

Lundo "é uma dança que foi importada pelos negros de Angola e que se espalhou pelo Brasil. Mas havia também versões mais refinadas de lundus que se dançavam nos salões burgueses", como é o caso do Lundu da marquesa de Santos.

A  característica simples e tonal da modinha do século XIX pe um elemento de coesão e coerência na composição de Heitor Villa-Lobos. O compositor emprega uma harmonia simples e funcional, explorando funções principais de tônica/subdominante/dominante.

Perspectiva analítica de Lundu da Marquesa de Santos

Segundo os Anais do II Simpósio Villa-Lobos da ECA/USP, essa obra de Villas-Boas baseadas é uma das canções baseadas em poemas de língua portuguesa da época do Brasil colonial, que determinam em um tratamento bastante semelhante nos parâmetros musicais, traduzindo um amor vivenciado em outra época, idealizado e onírico, empregando uma melódica operística, à maneira das árias italianas, muito em voga no século XVIII e XIX. A linha melódica se desenvolve com uma tessitura ampla, inspirada no bel canto e seu acompanhamento pianístico remete às técnicas violonísticas antigas, muito em voga na época das modinhas imperiais. O fraseado da linha melódica é virtuosístico e enfatiza os polos tonais e as cadências perfeitas da tonalidade principal.

Letra original de Lundu da marquesa de Santos

Minha flôr idolatrada

Tudo em mim é negro e triste

Vive minh'alma arrasada

Ó Titilha

Desde o dia em que partiste

Este castigo tremendo

já minh'alma não resiste, Ah!

Eu vou morrendo, morrendo

Desde o dia em que partiste


Tudo em mim é negro e triste

Vive minh'alma arrasada,

Ó Titilha!

Desde o dia em que partiste

Tudo em mim é negro e triste

Este castigo tremendo, tremendo.


Minha flôr idolatrada

Tudo em mim é negro e triste

Vive minh'alma arrasada

Ó Titilha

Desde o dia em que partiste,

Este castigo tremendo

já minh’alma não resiste, Ah!

Eu vou morrendo, morrendo

Desde o dia em que partiste

Ó titilha

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