É um privilégio muito, muito especial ter um amigo poeta. Cidadão cachoeirense respeitável, Carlos Alberto Caldeira pertence a tradicional Família Caldeira. Nasceu em Carmo da Cachoeira, Minas Gerais e casou-se com Marlúcia Izabel Santos Caldeira e são pais de Fábia Katariny Caldeira Vilela, Fabiane Izabel Caldeira Barros e Ana Carla Caldeira Freire. Carlos Alberto e Marlúcia são avós de André Henrique Caldeira Vilela, Mariana Caldeira Vilela, Pedro Lucas Caldeira Barros e Filipe Pizzo Caldeira Barros.
Carlos Alberto Caldeira é filho de Carmo Caldeira e Marieta Fortunato Caldeira, ambos cachoeirenses. Marieta Fortunato Caldeira é filha de Nicolau Fortunato e Anita Pizzo Fortunato. Tem como avós paternos Sebastião Caldeira, que nasceu em São Thomé das Letras, Minas Gerais e faleceu em Carmo da Cachoeira, também em Minas Gerais, e Maria de Lourdes Carvalho Caldeira, que nasceu e morreu em Carmo da Cachoeira. Foram seus bisavós paternos, Gabriel José Caldeira que nasceu em São Thomé das Letras e Josephina Cândida Nogueira Caldeira que faleceu em Carmo da Cachoeira, no ano de 1948.
A poesia, gênero literário muitas vezes mal compreendido, é utilizado por Carlos Alberto de forma natural e fluídica. As palavras perpassando seu ser deslizam-se harmoniosamente como as notas musicais numa partitura. O tema, fruto de seu discurso, vai se compondo lentamente levando o leitor a compor uma imagem dinâmica que, paulatinamente, se transforma em cena reveladora das emoções vividas pelo poeta - uma interação consistente, sutil, integradora. Um olhar tranquilo e sereno pousado sobre o objeto amado.
No final de tarde que precedia o feriado prolongado de 15 de novembro, Carlos Alberto, numa breve visita nos ofertou um exemplar de “Sarau.Brasil.2021 - Seleção Poesia Brasileira”, obra que tem como organizador, Isaac Almeida Ramos e publicada pela Vivara Editora Nacional. Às fls. 111, deparamo-nos engrandecidos, com uma manifestação de amor, apresentada sob forma de poesia por Carlos Alberto. A lembrança trazida por ele refere-se ao poema “Meu pé de jatobá”, parte integrante de sua história de vida, a qual fomos agraciados a reviver.
Parabéns, Carlos Alberto Caldeira.
“Meu pé de jatobá” disponível no site da Prefeitura de Carmo da Cachoeira
Reverência à minha terra
Costumo brincar seriamente:
Se um dia eu tiver que viver longe
de ti, minha querida Cachoeira,
eu morrerei de banzo.
E se de banzo morrer,
porque em outro rincão morri.
Levarei então apenas saudades
por onde passei, por onde vivi.
Da Escola Pedro Mestre.
Da Escola Wanderlei Ferreira.
Da Escola Moacir Rezende
Da imponente Praça do Carmo,
com suas frondosas árvores,
dos eflúvios de suas flores.
Da Igreja do Carmo, do campanário.
Da Ave Maria de Gounod à tardinha.
Do balido da ovelhinha no aprisco.
Das ruas descalças de minha infância.
Dos jogos de bolinhas de gude.
Dos jogos de “peladas” nas ruas.
Do fogão à lenha de minha casa,
minha mãe avivando o fogo.
Da pesca noturna de cambevas.
Do canto do sabiá no abacateiro.
Das boiadas tangidas.
Dos aboios dos vaqueiros.
Do futebol aos domingos.
Dos carnavais e marchinhas.
Dos amores que tive.
Ah! também dos que não tive.
Dos meus antigos madrigais,
hoje perdidos em alguma gaveta velha.
Do lindo pôr do sol e seus arrebóis.
Do seu povo acolhedor…
Ó, minha querida Carmo da Cachoeira,
se mil vezes eu renascer,
é aqui, aos pés de suas verdes colinas,
que eu quero ver, por mil vidas:
A primeira alvorada, o primeiro crepúsculo,
a primeira estrela brilhar, a primeira luz do luar…
Carlos Alberto Caldeira
Carmo da Cachoeira/MG
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