Uma festa ímpar. Uma intervenção na natureza. O Filho do Homem não permitiu que sua mãe se misturasse com a terra e a levou para os céus, de corpo e alma.
Toda intervenção na natureza é um milagre. Milagre foi transformar água em vinho naquela festa em Caná da Galiléia. Nessa festa a mãe estava lá. E fez a pedido dela. O texto diz: “faça tudo o que Ele vos disser”. Milagre foi tirar a mãe da face da terra e levá-la para os céus.
Se Jesus ressuscitou e após quarenta dias voltou para o Pai, Maria participou da vida do ressuscitado, com toda a sua humanidade. A Igreja, ao celebrar essa festa magnífica, coloca para a reflexão dos fiéis o texto da visita de Maria a Isabel nas montanhas de Ainkaren.
São duas mulheres que se encontram. Uma cumprimenta a outra. São dois mil anos de história. Dois mil anos do acontecimento. Uma de Nazaré, outra da Judéia.
Isabel foi uma mulher que reconheceu a visita de Deus. Cumpriu-se a História da Salvação. Foram chamadas a colaborar no plano de Deus. “Ela interpretou aquilo que os cristãos admiram em Nossa Senhora”. “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”.
Duas mulheres. Uma estéril, mas com filho no ventre e outra com filho engendrado embora não tenha coabitado com homem algum. Foram dois outros milagres, pois, foram duas outras intervenções na natureza. Duas mães agraciadas com o dom da fecundidade e da vida.
Mas não são somente duas mães que se encontraram. Naquela visita deu-se o encontro de duas crianças: do Messias e do Precursor, de Jesus e de João Batista.
Maria foi elevada à Glória de Deus porque viveu a humildade e o esvaziamento.
Maria elevada aos céus indicou-nos a meta derradeira da nossa peregrinação terrena. Recordou-nos que todo o nosso ser está destinado à plenitude da vida, que vive e morre no amor a Deus e ao próximo. Seremos transfigurados à imagem do corpo glorioso do Cristo ressuscitado, do Senhor que derrubou poderosos dos seus tronos e elevou os humildes. A LG, 68, diz que Maria brilha como sinal de esperança segura e de consolação aos olhos do Povo de Deus peregrino. Elevemos meus caríssimos, com Maria, às alturas do espírito, onde se respira ar puro da vida sobrenatural e se contempla a beleza autêntica, a beleza da santidade. “Nascem assim os novos céus e a nova terra, onde já não haverá mais pranto nem lamentações, porque não haverá mais morte.” (Ap.21,1-4) Diz Santo Afonso que três coisas costumam tornar amarga a morte: o apego a terra, o remorso dos pecados e a incerteza da salvação, o que não aconteceu com Nossa Senhora, que foi isenta dessas amarguras, morreu completamente desapegada dos bens mundanos, com suma paz de consciência e na certeza da glória eterna.
Todos os santos morreram desapegados dos bens mundanos, a morte não lhes foi amarga, mas doce, amável e preciosa. Diz o apocalipse 14,13 “Bem aventurados os mortos que morrem no Senhor... suas obras o seguem”. Como dizia São Francisco de Assis: Meu Deus e meu tudo. Que alma foi tão desapegada deste mundo e tão unida a Deus quanto a bela alma de Maria Santíssima! Foi depreendida dos bens terrenos contentando-se viver pobre e sustentar-se com o trabalho de suas mãos. Amou a vida humilde. São João viu Maria figurada naquela mulher vestida de Sol que tinha a lua debaixo dos seus pés. E sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Ap.12,1) Dizem os estudiosos que a lua significa o mundo e seus bens caducos. Os bens deste mundo nunca ela os teve em seu coração. Sempre os desprezou e os teve debaixo dos seus pés. O único bem de Nossa Senhora foi o Amor. Alguns doutores disseram que o Amor era sua única doença, sua única enfermidade que Maria morreu de saudades de seu Filho único, pois no céu estavam todos os seus desejos.
Após a morte de Jesus na cruz quem a levou para a casa? Foi o discípulo amado, o único dos apóstolos que estava aos pés da cruz. No momento da morte da Mãe, lá estava ele novamente e ouviu dela estas palavras: Filho meu, fique certo que não lhe serei ingrata. Agradeço-o pela assistência que me deu. Fique certo que se o deixo agora, vou rogar por você. Fique em paz nesta vida, até que nos tornemos a ver no céu, onde o espero. Não esqueça de mim em todas as suas necessidades . Chame-me que virei em seu auxilio, pois, jamais o esquecerei meu amado filho. Eu o abençoo e lhe deixo a minha benção. Fique em paz, adeus!
Maria deixou esta Terra e está no céu. De lá olha por todos nós que ainda estamos vivendo neste Vale de Lágrimas. De nós ela se compadece e nos promete o seu auxilio. Roguemos sempre para que tenhamos uma morte feliz. Maria, auxilio dos cristãos... Rogai por nós.
Diácono Adilson
15/08/2013
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