Nasceu no ano 400, na Toscana, Itália, onde foi educado. Na juventude distinguiu-se nas letras profanas e na ciência sagrada. Foi hábil diplomata e respeitado teólogo. Como conselheiro serviu aos papas Sisto III e Celestino I.
Em agosto de 440, mesmo estando distante de Roma, foi eleito papa e em 29/09/440 tornou-se o 44° sucessor de Pedro. Estava na Gália (atual França) mediando conflitos, quando persuadiuo imperador daquela região a reconhecer a primazia do bispo de Roma. Em 445 o imperador reconheceu oficialmente a independência de Roma.
Dois acontecimentos marcaram seu papado, que durou vinte e um anos: o Concílio de Calcedônia e a expulsão de Átila, rei dos Hunos, impedindo a destruição de Roma. Calcedônia foi um concílio ecumênico realizado no ano de 451, na Ásia Menor, com a presença de aproximadamente 350 bispos. Nele foi declarado que em Jesus Cristo existem duas naturezas distintas: a divina e a humana, que Jesus Cristo é homem e Deus. Foi um concílio convocado pelo imperador bizantino Marciano, para corrigir erros e abusos do Concílio de Éfeso. Quando foi lida a carta de Leão Magno, defendendo em Cristo as duas naturezas, todos os membros do concílio exclamaram: “Pedro falou por Leão”.
Quanto Átila, era um bárbaro temido, conhecido como “praga de Deus” ou “flagelo de Deus”, um dos maiores inimigos do império romano oriental e ocidental. Foi o último rei dos Hunos, dos mais poderosos, reino que se estendia desde a Europa Central até o Mar Negro, desde o Danúbio até o Báltico. Sua meta era dominar Roma, capital do Império, sede do papado, centro da Igreja Católica. Esteve a ponto de tomar a cidade de Roma dizendo: “arrancarei um olho de cada romano”. É lembrado como paradigma da crueldade. Átila se deteve às margens do rio Pó, onde recebeu a delegação do papa Leão I. Após esse encontro, inicia-se a retirada de Átila. Sem reclamar, desistiu de seus objetivos, atravessou os Alpes e voltou para o seu castelo, sem invadir Roma ou destruí-la, morrendo no ano de 453. Por esse fato, e por tudo o mais que realizou no seio da Igreja com grandes repercussões no campo temporal, foi chamado de “Magno”. Foi grande no trabalho e na santidade.
Leão Magno soube estar próximo do povo e dos fiéis com a ação pastoral e com a pregação. Pregava com frequência, sobretudo nas grandes solenidades. Falava por entender que se tratava de um ofício ligado ao ministério dos papas e dos bispos, quando deixou claro que “Pedro continua no leme da Igreja”. Devido à sua coragem e às suas posições inflexíveis, o povo romano o apelidou de “Leão da Tribo de Judá”, em referência ao livro do Apocalipse (Ap5,5). Nele viram o duplo elemento que garante a vida divina da Igreja: unidade e autoridade.
É venerado tanto pela Igreja Católica, quanto pela Anglicana e pelas Igrejas Orientais. Foi reconhecido como doutor da Igreja em 1754. É lembrado pela liturgia em 10 de novembro, dia do seu falecimento ocorrido no ano 461.
Diácono Adilson José Cunha
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