O justo, ouvindo a injúria sobre os muitos que demoram no círculo vicioso (muitos são aqueles que dirigem seus passos pelo amplo caminho que leva à morte), escolhe para si mesmo o caminho régio, não desviando para a direita ou para a esquerda. A vereda do justo é reta, tu aplanas o trilho reto do justo (Is 26, 7). Estes são aqueles que, evitando com cuidado esse círculo perverso e estéril através de um atalho vantajoso, escolhem a palavra abreviada que resume toda regra de comportamento: não cobiçar todas as coisas que se veem, mas vender as que se possuem e dar o dinheiro aos pobres. Bem-aventurados os pobres porque deles é o Reino dos Céus (Mt 5, 6).
Todos correm (1Cor 9, 24), mas há uma distinção entre aqueles que correm. O Senhor conhece o caminho dos justos, e o caminho dos ímpios perece (Sl 1, 6). Por isso é melhor o pouco do justo do que as grandes riquezas dos pecadores (Sl 36, 16), pois, como fala o sábio e experimenta o tolo, quem ama o dinheiro nunca estará farto de dinheiro (Ecl 5, 9), mas aqueles que têm fome e sede de justiça serão saciados (Mt 5, 6). Isso porque a justiça é alimento vital e natural do espírito que usa a razão; o dinheiro, ao invés, não diminui a fome do espírito, assim como o vento não diminui a fome do corpo. Se houvesse um homem faminto com a boca escancarada ao vento e as bochechas infladas, aspirando o ar e achando que assim mata sua fome, tu não pensarias ser ele um louco? Assim, não é menor loucura se considerares que o espírito dotado de razão possa ser saciado por objetos corpóreos quaisquer.
Bendize, ó minh’alma, o Senhor, é Ele quem sacia de bens o teu desejo (Sl 102, 1.5). Sacia de bens, estimula ao bem, conserva no bem; previne, sustenta, satisfaz. Ele inspira o desejo e é Ele mesmo o objeto do teu desejar.
Todos correm (1Cor 9, 24), mas há uma distinção entre aqueles que correm. O Senhor conhece o caminho dos justos, e o caminho dos ímpios perece (Sl 1, 6). Por isso é melhor o pouco do justo do que as grandes riquezas dos pecadores (Sl 36, 16), pois, como fala o sábio e experimenta o tolo, quem ama o dinheiro nunca estará farto de dinheiro (Ecl 5, 9), mas aqueles que têm fome e sede de justiça serão saciados (Mt 5, 6). Isso porque a justiça é alimento vital e natural do espírito que usa a razão; o dinheiro, ao invés, não diminui a fome do espírito, assim como o vento não diminui a fome do corpo. Se houvesse um homem faminto com a boca escancarada ao vento e as bochechas infladas, aspirando o ar e achando que assim mata sua fome, tu não pensarias ser ele um louco? Assim, não é menor loucura se considerares que o espírito dotado de razão possa ser saciado por objetos corpóreos quaisquer.
Bendize, ó minh’alma, o Senhor, é Ele quem sacia de bens o teu desejo (Sl 102, 1.5). Sacia de bens, estimula ao bem, conserva no bem; previne, sustenta, satisfaz. Ele inspira o desejo e é Ele mesmo o objeto do teu desejar.
São Bernardo de Claraval
(Trecho extraído do livro De DiligendoDeo“Deus há de ser amado”, Editora Vozes, cap. VII, § 21)
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