Nós temos de converter a nossa existência num ato de amor. Não há como negar a força construtiva do amor, que nos move ao encontro das reais necessidades de nossos semelhantes e do universo. Nessa força está contido os impulsos da impessoalidade, da gratidão e da gratuidade, conforme a lei máxima que rege este sistema solar: a Lei do Amor.
Para nós cristãos, viver o amor significa viver como Jesus viveu. Ele que no dia a dia de sua existência expressou a vida em comunhão com o PAI. Como viver a comunhão sem se doar, sem partilhar os dons? Jesus foi o exemplo do comunicador com as multidões, a comunhão transformadora e resgate das nossas vidas e dignidade. É isso que devemos procurar fazer. Cristão que realmente segue a Jesus age na comunidade, semeia as sementes da vida nova que estão em suas mãos, em seu coração.
Trabalho voluntário é o que mais se vê nas comunidades. Nenhuma delas, rurais ou urbanas, contam com funcionários assalariados. Comunidades são formadas e tocadas por missionários que, na gratuidade, distribuem as sementes do amor.
O campo é imenso e há necessidade de trabalhadores. Se você tem em suas mãos as sementes, não perca tempo: coloque-as no solo fecundo antes que passe a época de plantio. Pai, educador, leigo! Se você ainda não começou, inicie agora, porque se deixar de espalhar a misericórdia, a fé, a esperança, outro virá para espalhar as sementes do joio, da discórdia, do ódio, da inveja, da desunião, do adultério. Cultive as virtudes do Mestre de Nazaré, sendo afetivo, corajoso, observador, criativo, detalhista, sutil e compreensivo. Não dê espaço à ociosidade.
Nós costumamos buscar os grandes eventos, no entanto Jesus ensinou-nos a amar as coisas singelas. Estar em companhia de um doente, preparar convites para serem entregues no final das Santas Missões Populares, entrar em uma escala de ajuda em sua comunidade, acompanhar um grupo que sai em caminhada... Enfim, o campo de ajuda é muito fértil.
“Se você fica esperando, tudo o que acontece é que você fica velho”, já dizia Larry McMurtry. E Frei Antonio das Chagas, por volta do século XVIII, dizia:
“Deus pede restrita conta de nosso tempo. E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta. Mas, como dar, sem tempo, tanta conta. Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?”
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