Jesus tomou o vinagre que lhe foi oferecido e disse: “Está consumado”. Inclinando a cabeça entregou o Espírito. (Jo 19,30) Tudo que lhe foi confiado fora consumado, entreguepara a salvação da humanidade. A cruz se torna luz!
Aqueles que reconhecem a luz em Jesus Cristo têm a convicção de Ele é o verdadeiro filho de Deus, da mesma forma queo centurião romano que o reconheceu aos pés da cruz. Assim agem também os discípulos missionários de hoje, que mantêm acesa a luz da fé e da esperança. O centurião conviveu com Jesus e foi testemunha de que Nele havia uma fonte de vida a jorrar para todos, que não se extinguiu com a morte do corpo físico. Quem ousará afirmar que Deus pode ser morto? É o próprio Jesus e seu Espírito que continuam iluminando a humanidade. É na comunhão do amor que gera a vida que os discípulos missionários acreditam estar; assim são fortalecidos por perceberem-se inseridos em Deus, alimentados pela santa Eucaristia e iluminados pelo Espírito Santo.
A ação de uma missionário hoje, à semelhança dos tempos de André, Tiago e João, é falar da vida eterna. Esta vida que resiste e é alimentada pela fé daqueles que creem que a morte não tem a última palavra e que são destinados à vida eterna, à semelhança de Jesus que, ao entregar seu Espírito ao Pai, realiza a salvação da humanidade. O missionário não se detém apenas em meditar sobre a cruz do Senhor. Ele, ao manter a luz da fé e levar a bandeira da esperança, age em um mundo onde os ambiciosos do poder acumulam riquezas e provocam exclusão, pobreza, miséria, guerra e morte.
Os missionários de hoje lembram as mulheres que, num transbordamento de carinho, dirigiram-se ao túmulo para embalsamar Seu corpo e encontram ali um anjo, que anuncia haver Jesus ressuscitado. Elas são enviadas pelo anjo para anunciar aos discípulos que a missão deverá continuar, que o mundo deverá continuar atento à existência de um Reino maior, o do amor e que será o próprio Jesus que continuará presente entre eles. Não o Jesus histórico, aquele que a partir da Galileia exerceu o seu ministério de testemunhar a todos a presença do Reino de Deus no mundo, mas o Jesus vivo, aquele que ressuscitou no terceiro dia.
O missionário, hoje, vive a vida sacramental, participa das celebrações, visita casas, cuida para que seus pensamentos, suas palavras e ações reflitam os de Jesus Cristo. Sabe ele que Jesus sempre viveu em comunhão de amor com o Pai, participando de sua vida divina e eterna. O Jesus temporal serve de exemplo e cede lugar à eternidade na comunidade de amor com Deus. Missionários não têm dúvidas; eles creem que Deus está vivo e presente entre eles.
Neste ano de 2012, a liturgia traz São Marcos para iluminar a caminhada dos discípulos missionários. Marcos proclama a “Boa Nova” de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele deseja mostrar o próprio Jesus como pessoa. O missionário é informado sobre esta dimensão de Jesus, mas está convicto de que Ele é o verdadeiro filho de Deus. Discípulos missionários de hoje carregam em seu peito a cruz vazia, com a legenda SMP, na lembrança de que cada missa comemora e revive o Mistério Pascal do Senhor, isto é, sua Morte e Ressurreição, pelo qual, morrendo, ele destruiu nossa morte e ressuscitando restaurou a vida.
O missionário visita casas das zonas urbanas e rurais, levando a Bíblia nas mãos e, em seu coração, a fé de que sua fortaleza é alimentada pelo Pão da Vida da Sagrada Eucaristia, centro e ápice da liturgia e de toda a vida da Igreja. Rezemos por todas as intenções do mundo: pela Igreja, pelo Papa, pelo clero, em especial por Dom Diamantino, pelo Padre André e pelos missionários leigos, pela unidade dos cristãos, pelos judeus (os primeiros a quem Deus falou), pelos que não creem em Deus, pelos poderes públicos e por todos aqueles que sofrem provações.
Misericórdia e Piedade, Senhor!
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