- 9 de agosto -
Não aceitem como verdade nada que careça de amor. E não aceitem como amor nada que careça de verdade. Um sem o outro se converte em mentira destrutiva.(Edith Stein)
Nascida na Alemanha, em 1891, de pais judeus praticantes, Edith Stein foi uma filósofa de fama internacional, ilustre conferencista e professora universitária. Convertida ao catolicismo, recebeu o batismo em 1922, com 30 anos de idade. O ápice da sua conversão ocorreu após a leitura da autobiografia de Santa Teresa de Ávila, reformadora da Ordem Carmelita. Foi o momento emocionante da descoberta da verdade que sempre buscara nas indagações filosóficas. Posteriormente ingressou para a Ordem das Carmelitas Descalças.
Edith Stein, ainda que fosse educada por sua mãe na religião judaica, aos quatorze anos se afastou, de modo consciente e explícito, da oração. Queria contar só com suas próprias forças, preocupada em afirmar sua liberdadenas opções de vida. No final de um longo caminho, pôde chegar a uma constatação surpreendente: só aquele que se une ao amor de Cristo chega a ser verdadeiramente livre.
O amor a Cristo foi o fogo que acendeu a vida de Teresa Benedita da Cruz. Muito antes de dar-se conta, foi completamente conquistada por Ele. No começo, seu ideal foi aliberdade. Durante muito tempo Edith Stein viveu a experiência da busca. Sua mente não se cansou de investigar, nem seu coração de esperar. Percorreu o caminho árduo da Filosofia com ardor apaixonado e, no final, foi premiada: conquistou a verdade; melhor dito, a Verdade a conquistou. Com efeito, descobriu que a verdade tinha um nome: Jesus Cristo, e desde esse momento o Verbo encarnado foi tudo para ela. Ao contemplar, como carmelita, esse período de sua vida, escreveu a uma beneditina: Quem busca a verdade, consciente ou inconscientemente, busca a Deus.
“Quanto a mim, Deus me livre de gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo!” (Ga 6, 14) Estas palavras de São Paulo aos Gálatas refletem bem a experiência humana e espiritual de Teresa Benedita da Cruz, a quem hoje inscrevemos solenemente nocatálogo dos santos.(João Paulo II, Missa de Canonização, 11/10/1998) O mistério da cruz de Cristo penetrou profundamente o seu coração, transformando por completo sua existência. A experiência espiritual destaeminente filha de Israel e filha fiel da Igreja (como João Paulo II a denominou) é um exemplo eloquente da extraordinária renovação interior trazida pela mensagem da cruz. Esta jovem buscadora da verdade, graças ao trabalho silencioso da graça divina, chegou a ser santa e mártir.
Irmã Teresa Benedita da Cruz, por ser judia, foi deportada junto com sua irmãRosa e muitos outros judeusao campo de concentração de Auschwitz, onde morreu com eles na câmara de gás. Antes da sua deportação, aos que se ofereciam para salvar-lhe a vida,a religiosa respondeu: “Não façam nada! Por que eu deveria ser excluída? Não é justo que me beneficie de meu batismo. Se não posso compartilhar o destino de meus irmãos e irmãs, minha vida, em certo sentido, fica destruída”.
A respeito da discriminação racial levada ao extremo em sua época pela ideologia nazista, a santa filósofa afirmou que “existe uma só família humana. Nosso amor ao próximo é a medida do nosso amor a Deus. Para os cristãos, e não só para eles, ninguém é estrangeiro. O amor de Cristo não conhece fronteiras”.
Hoje nos inclinamos diante da memória de Edith Stein, proclamando o inquebrantável testemunho cristão que deu durante sua vida e, sobretudo, com sua morte. Junto a Teresa de Ávila e a Teresa de Lisieux, esta outra Teresa se une à legião de santos e santas que honram a Ordem Carmelita. (João Paulo II, idem)
Demos graças a Deus pela obra que Ele realizou em Edith Stein!
(Texto composto de muitos trechos da homilia de João Paulo II, Missa de Canonização, 11/10/1998)
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