- 6 de agosto -
A partir do dia em que Pedro confessou diante dos Apóstolos que Jesus era o Cristo, “o Filho de Deus vivo”, Jesus chamou consigo Pedro, Tiago e João e subiram ao monte Tabor, onde aconteceu a Transfiguração. Desde então Jesus começou a anunciar a seus discípulos que era necessário que fosse a Jerusalém e sofresse, que fosse morto e ressurgisse no terceiro dia. Pedro não conseguia entender este anúncio e contradisse a palavra de Jesus, que logo o advertiu para que não o afastasse do cálice que Ele deveria beber, pois isso era movido por satanás.
No momento da Transfiguração Jesus orou e seu rosto e suas vestes tornaram-se fulgurantes de luz; Moisés e Elias aparecem e falavam sobre “sua partida que iria se consumar em Jerusalém” (Lc 9,31). Uma nuvem os cobriu e uma voz vinda do céu disse: “Este é o meu Filho, o Eleito; ouvi-o” (Lc 9,35). Na Transfiguração a Trindade inteira se manifesta: o Pai, na voz; o Filho, no homem; o Espírito, na nuvem clara. E Jesus mostra sua glória divina, confirmando, assim, a confissão de Pedro. Mostra também que, para “entrar em sua glória” (Lc 24,26), deve passar pela Cruz em Jerusalém. Moisés e Elias haviam visto a glória de Deus sobre a montanha; a Lei e os profetas tinham anunciado os sofrimentos do Messias. Fica claro que a Paixão de Jesus é sem dúvida a vontade do Pai: o Filho age como servo de Deus.
Assim como o Batismo marca o início da vida pública de Jesus, a Transfiguração marca o início de sua Paixão, Morte e Ressurreição. Pelo Batismo de Jesus foi manifestado o mistério da primeira regeneração: o nosso Batismo; já a Transfiguração mostra a nossa própria ressurreição. Desde já participamos da Ressurreição do Senhor pelo Espírito Santo que age nos sacramentos da Igreja. A Transfiguração dá-nos um antegozo da vinda gloriosa do Cristo: ”Ele vai transfigurar nosso corpo humilhado, conformando-o ao seu corpo glorioso” (Fl 3,21). Mas ela nos lembra também que, com Jesus, “é preciso passar por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus” (At 14,22). Por isso, como Cristo, o cristão não deve temer o sofrimento.
Santo Agostinho nos ensina que: “Pedro ainda não tinha compreendido isso ao desejar viver com Cristo sobre a montanha. Ele reservou-te isto, Pedro, para depois da morte. Mas agora Ele mesmo diz: Desce para sofrer na terra, para servir na terra, para ser desprezado, crucificado na terra. A Vida desce para fazer-se matar; o Pão desce para ter fome; o Caminho desce para cansar-se da caminhada; a Fonte desce para ter sede; e tu recusas sofrer?” (Sermão 78,6)
Pela Transfiguração Jesus preparou os discípulos para não se escandalizarem com sua Paixão e morte na Cruz, o que para eles foi um trauma e um grande desafio; mostrou-lhes sua glória e divindade; e deu-lhes a conhecer um antegozo do Céu. Mas para isso, como Ele, temos que passar pelas provações deste mundo, sempre ajudados pelas consolações de Deus.
Pastoral da Comunicação
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