Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar, estamos aqui Senhor, a Teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar, Te aclamar, Deus trino de amor.
Vocês já perceberam que tudo no cristianismo apresenta-se de modo trinitário? É só observar como as orações oficiais da Igreja acontecem: são sempre invocações dirigidas ao Pai, por meio de Cristo, na unidade com o Espírito Santo. A compreensão a que deveremos chegar é de que o mistério da comunhão do Deus uno e trino manifesta-se entre nós cristãos, que nos consideramos como membros do POVO DE DEUS. Não seria, pois, de forma participativa que todo batizado deveria viver? Não seria buscando viver em comunhão, em união, em torno de um único mistério – o do amor?
Se nos reportamos aos primeiros cristãos, sentimo-nos fazendo parte da grande corrente de vida, daquela que nos une e entrelaça através da nossa natureza divina. Paulo, ao escrever aos Colossenses, diz que nós, criaturas humanas, devemos reproduzir a imagem do Filho de Deus feito homem, dada nossa própria natureza que é a perfeita “imagem do Deus invisível” (Cl 1,15). Ele mostra-nos que somente o Cristo glorificado é o Senhor de toda a criação, porque Nele habita toda a plenitude da divindade (Cl 2, 9). “Pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e invisíveis, majestades, domínios, soberanias e autoridades; tudo foi criado por meio dele e para ele” (Cl 1,16).
Diante da compreensão de que nossa natureza é divina, devemos reverenciar-nos, bem como respeitar todas as criaturas e não violentá-las, nem destruí-las. Tendo a consciência de que estamos em Cristo e Ele em nós, a única coisa a que deveremos nos dedicar é revelar o Cristo, imagem perfeita do Deus invisível. Missão? Sim, é missão de todo cristão fazer reviver em todas as coisas a memória de Deus, relembrar um ao outro que não somos nem anônimos e nem desconhecidos entre nós, mas somos irmãos, filhos do mesmo Pai celeste. Entre nós devem ser construídas pontes amorosas para que, como rezamos o Pai Nosso de mãos dadas durante as celebrações eucarísticas, possamos construir um mundo cada vez mais transparente, mais bonito, que venha a refletir a face maravilhosa do Criador.
Em Pentecostes, celebrado no dia 27 de maio, a liturgia nos leva a perceber que o Espírito de Jesus continua agindo, santificando, iluminando, unindo, fortalecendo e que depois da Ascensão, o Pai e o Filho enviaram o Espírito Santo para que os discípulos tivessem a força espiritual necessária ao comprimento da missão de unificação em torno do AMOR. A Igreja de hoje pede a sabedoria desse mesmo Espírito em sua ação, para que seus membros vivam em comunhão e continuem sendo sal da terra e luz do mundo e jamais se esqueçam de que foram criados a imagem e semelhança de Deus. Criado conforme os padrões divinos, nosso SER está aberto para a comunhão, comunhão de pessoas, comunhão trinitária.
Jesus é o Senhor, no entanto, segundo nos informa São Paulo, ao escrever aos Coríntios (3b): “Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo.” Após a Ascensão, quando celebramos o grande vencedor e quando nos apropriamos da vitória de Jesus Cristo, conquistada na grande batalha travada por amor à humanidade e da qual Ele saiu vencedor, outro grande e fundamental acontecimento se dá: a festa de Pentecostes, ou seja, a vinda do Espírito Santo. João nos conta como foi (20,19-23): “Jesus disse: Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo”. Um Espírito de amor e de unidade que é capaz de purificar e curar o mais íntimo do nosso ser; que pode purificar nossa história passada e nossa vida presente; que pode fazer de nós instrumentos de perdão e de paz para as pessoas; que pode reavivar em todos nós o entendimento de que o amor de Jesus foi a força divina que reconciliou a humanidade com Deus e abriu-lhe a porta para o perdão de todo pecado; que possibilitou ao ser humano tornar-se filho de Deus e irmão de todos os outros seres humanos, é até mesmo, tornar-se “santo como o PAI é santo”.
Em união, na comunhão em Cristo e vivendo essa unidade, seremos fortalecidos cada vez mais na superação do natural egoísmo, para dar lugar a um amor muito maior, mais humilde, desinteressado e operoso no relacionamento com parentes, vizinhos, amigos e toda a comunidade. Poderemos vencer as tendências desordenadas, para viver de forma mais pura e casta; vencer a gula natural, para viver com disciplina; vencer a preguiça, para viver com firmeza de vontade e energia; vencer qualquer vício, como droga, alcoolismo, palavras de baixo nível, escravidão do rancor, do ódio, da raiva, da mentira; para podermos viver de forma sadia, livre e feliz.
Que a SANTA MISSA e a COMUNHÃO se tornem para nós fonte inesgotável do poder de Deus!
Que a PALAVRA DE DEUS nos guie hoje e sempre!
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