O Filho de Deus veio ao mundo para combater o mal que subjugava a terra e aprisionava os homens. Libertou o Povo de Deus (aqueles que acolheram o que Ele ensinava, a Palavra Viva, o Verbo Encarnado) da escravidão do pecado. Enfrentou a morte, sua última batalha na terra. Quando a todos parecia que ela conseguira derrotar o Supremo Bem feito homem, Ele levantou-se vitorioso (no terceiro dia), abalando o suposto poder da morte. A morte já não poderia mais acabar com a Vida dos Filhos de Deus, pois estes são os herdeiros do Reino do Pai, onde há Vida Eterna. Ele venceu a morte e todos creram, até aqueles que duvidavam da Sua divindade, exclamando com Tomé: − Meu Senhor e meu Deus!
No quadragésimo dia após a Páscoa, dia da Sua Ressurreição, da Sua vitória sobre a morte, Jesus triunfante voltou para junto do Pai. Esta passagem da vida de Jesus é chamada de Ascensão do Senhor.
Jesus executou cabalmente o projeto da misericórdia de Deus para a terra, de redimir o mundo do sofrimento e da degeneração da vida produzidos pelo pecado. O pecado é o fruto da desobediência das Leis de Deus, do afastamento do Bem, da negação da Verdade, da omissão da Justiça, da presunção, do descaso e da ignorância do homem. É isso que mata a Vida, é o pecado o terrível tirano e carrasco da existência humana. A grande arma usada por Jesus em Seu triunfo sobre o mal, sobre o pecado e sobre a morte foi o amor; sua estratégia a mansidão; sua armadura a humildade; seu escudo a obediência ao Pai. Enquanto passou pela terra, humano como nós, Ele, com seu exemplo, nos mostrou Deus; nos deu a conhecer a prática dos Seus ensinamentos; nos ensinou de forma simples a linguagem de Deus, de forma que nós, povo simples, começássemos a aprender a nos comunicar com Deus; Ele nos ensinou a orar! Nos ensinou a fugir do mal, a fazer o bem ao próximo, a dividir o pão e, sobretudo, a aceitar e a obedecer a Vontade de Deus. Tudo isso se resume numa única palavra: o amor! Esta é a tônica de todo Seu ensinamento, do Evangelho que Ele nos deixou em testamento e que Ele demonstrou com Sua própria Vida, ofertando-se em sacrifício de adoração, de louvor e de ação de graças a Deus pela redenção de toda a humanidade.
A grande obra redentora, para a qual Ele foi enviado à terra, foi integralmente cumprida e o Filho nela glorificou ao Pai. Por isso hoje Ele está sentado à Sua direita, de onde distribui seus dons aos homens.
No dia em que seria elevado às Alturas, Jesus prenunciou o acontecimento que chamamos de Pentecostes, exortando os discípulos a esperar o cumprimento da promessa de Deus, de que eles seriam:
“...batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” (At 1, 5)
“...recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas (...) até os confins da terra.” (At 1, 8)
“Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos.” (At 1, 9)
“E estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles, e lhes perguntaram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi elevado ao céu, assim virá do modo como o vistes subir.” (At 1, 10-11)
E nós, estamos olhando para as alturas? Elevemos o nosso coração ao Alto, mas voltemos nossa atenção à terra, pois nela vivemos. Com a mente em Deus, façamos como fez Jesus quando por aqui passou, ajudando cada um que encontrava pelo caminho a também elevar seu coração a Deus. Voltemos nossa atenção aos necessitados, aos decaídos, aos sofredores, estendamos nossas mãos e ofertemo-lhes o amor que a graça de Deus fez germinar em nosso coração, para que eles também aprendam a colocar a mente em Deus e possam desfrutar da “...paz que excede todo entendimento”. (Fp 4, 7)
Deixemos que o amor, a arma de Jesus, dirija nossos atos, nossas palavras e nossos pensamentos. Onde o amor governa, Jesus é o regente. É Ele quem atua por nosso intermédio. Ele aí está vivo! Vivo no amor que flui através de nós.
Comentários