Meditemos com amor e compaixão o acontecimento do alto do Calvário. O Filho de Deus entregou-se ao martírio da cruz. Um ato supremo de amor. A Senhora das Dores guardou silêncio mais uma vez. O Divino agonizante disse algumas palavras.
Dizem que no momento da nossa morte, num momento curtíssimo, todos nós teremos conhecimento do que fizemos durante a vida. Numa visão panorâmica a vida se estenderá diante dos nossos olhos moribundos.
Cristo identificou-se conosco. Reuniu em si os nossos pecados. Foram três horas de agonia profunda. Pendurado numa cruz, com pregos fincados nos pulsos e nos pés, conseguiu dizer algumas palavras. A Dimas Ele disse: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. Foi a recompensa da sua fé. Salvou-se apesar dos seus pecados. Roubou o céu no momento preciso. Por que nós também não podemos dizer-Lhe: − Bom Jesus, a partir de agora vou pautar minha vida pelos seus mandamentos, por sua vida divina!
Vou participar mais da vida sacramental. Ó Jesus, que a sua palavra nos leve a viver mais como irmãos, amando e perdoando, pelo exemplo que nos deu dizendo: “Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem”. A Lei de Deus nos leva a perdoar como Jesus nos perdoou. E assim possamos rezar: perdoai as nossas ofensas.
Ainda no alto da cruz, Jesus disse: “Tenho sede”. Sede de que as pessoas vivam bem. Que todas as pessoas tenham pão em suas mesas. Que todas as pessoas tenham oportunidades de beber nas fontes da salvação. As palavras ditas no alto da cruz são remédio para nossas ambições; são fonte de verdadeiras riquezas.
A Senhora das Dores imolava-se em orações fervorosas. Rogava ao Pai a graça salvadora para todas as pessoas. E eis que a oração foi ouvida, pois a ela foi confiada a certeza da redenção da humanidade. Foi coroada com o título de Nossa Mãe.
Aos pés da cruz, envoltos no silêncio de Maria, reafirmemos nossos bons propósitos, de levar uma vida diferente, um caminho diverso, um cântico novo. Encontremos palavras novas: de silêncio, para que nossos pecados sejam perdoados; de amor, para que os sofrimentos dos nossos irmãos sejam amenizados e “que a saúde se difunda sobre a terra”. (Eclo.38,8).
Diácono Adilson José Cunha
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