A caminhada de Emaús é marcada por passos lentos, pelo silêncio e pela tristeza. Cleófas e seu companheiro, por alguns momentos, deixam-se levar pelo cansaço e até mesmo pela falta de fé. É como se eles esquecessem aquilo que São Paulo já nos havia alertado: “Não descuides do dom da graça que há em ti”. (1Tm 4,14) Mas o descuido dos discípulos não era definitivo, pois de um jeito misterioso os dois puderam nos dizer: “Eu dormia, mas meu coração velava”.
Podemos aprender com os discípulos de Emaús que, sem a presença de Deus em nossas vidas, somos apenas caminhantes sem destino. Na caminhada da fé pode ser que, em alguns momentos, muitos de nós atravessemos dias escuros, noites de insônia e de amargura. Mas é aí, nesses momentos que precisamos aprender a dar profusão ao ardor do nosso coração.
Neste caminho é necessário que aprendamos que a Ressurreição de Jesus é a plena certeza de que somos amados por Deus. Devemos permitir que o Espírito Santo nos conduza a um novo pentecostes e nos leve a testemunhar, com coragem e firmeza, a verdade de que o senhor ressuscitou e está no meio de nós.
Aprendamos com Cleófas e o seu companheiro a abrir nossos corações para ouvir o que Jesus tem a nos dizer. Todo o caminhar deles com o Mestre, na estrada que os levaria a Emaús, foi um grande momento de oração e até mesmo de cura interior. Durante esse percurso, Cleófas e seu companheiro conversavam com Deus, mesmo sem saber.
É assim que nós, discípulos de Emaús de hoje, devemos agir: conversar com Deus, escutar a voz de Deus em nosso caminho diário e, quando necessário for, fazer como eles fizeram, dizendo em uma oração de súplica: “Fica conosco Senhor; já é tarde e a noite já vem”!
Liliene Idalina Gomes
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