Apreciar o bate-papo que rola numa roda informal, onde estejam presentes, o seu Congo, seu Peró, seu Zé Rodrigues, "o povo de Esméria", "o povo dos Pimentéis", entre outros, é uma rara oportunidade para enriquecer nossos conhecimentos, em especial, sobre nossas origens.
A contribuição desses que, na informalidade, falam sobre seu passado e sobre o passado de sua gente, dos que cantam e nos encantam ao se apresentarem modinhas que seus ancestrais interpretavam, é de valor inestimável. As lembranças das algazarras da meninada nas tardes de domingo, dos preparativos para as festas tradicionais no povoado, ganham vida e refletem a singeleza e a ingenuidade presentes no homem servil, que colaborou com sua presença, na formação social de Carmo da Cachoeira. As cantigas, as orações, os símbolos devocionais, os chás e o trato das ervas, as bênçãos, as danças, os princípios que deveriam guiar a vida adulta da prole, os costumes e tradições que não poderiam ser apagados, tudo vem à tona, quando essa gente simples, boa, caridosa e benevolente se encontra numa roda de amigos. Bom para eles, melhor para nós. São verdadeiros mestres que vivem a fé, a esperança e a caridade, aprendidos no sofrimento, na dor, na resignação. Guardam eles em seus corações histórias verdadeiras, reais - histórias que o tempo teima apagar. Surge, assim, farto material vindo dos questionamentos, da reflexão daquilo que se ouve nesses encontros lúdicos, verdadeira produção de conhecimento de cunho histórico-científico.
Que a luz presente no universo fortaleça cada vez mais nosso povo, nossa gente.
Projeto Partilha - Leonor Rizzi
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