Francisco Alexandre Schiavon era alto, claro, de boa aparência e jovial. Gostava de jogar sinuca e, ao colocar a última bola na caçapa, dizia, com um aceno de mão, ao seu contendor: Ciao (tchau).
Ele era natural de Pádua na Itália. Filho de Luigi Schiavon e Amélia Cái Schiavon. Era carinhosamente chamado de Sô Chico, pelos amigos mais íntimos, pois seu nome era Francisco Alexandre. Casou-se com Joana Tiso. Iniciou suas atividades em serviços agrícolas, na antiga Fazenda Boa Vista.
Após muitos anos de trabalho, conseguiu comprar um carro de bois e alguns animais, passando a fazer transporte de mercadorias, em especial, entre a estação ferroviária da Espera (Ferrovia Muzambinho) e a cidade de Três Pontas. Algum tempo depois, exerceu atividades como comissário e consignatário de mercadorias. Seus negócios prosperaram e ele adquiriu um automóvel de marca Ford (o famoso fordinho bigode). Foi o começo de uma bem sucedida empresa de transportes, não só de cargas, em caminhões próprios, mas também de passageiros, com uma pequena frota de automóveis, em sociedade com filhos. Explorou por muitos anos uma empresa de telefonia, situada à Rua Marechal Deodoro, 31.
Já idoso, mudou-se para a cidade de Cristina, Minas Gerais, indo residir em companhia de seu filho, vigário daquela cidade, Cônego Artêmio Schiavon, e lá faleceu.
(15-JUL-1871 - 5SET-1959)
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Jaime Corrêa Veiga nasceu em Nepomuceno, Minas Gerais. Filho de Francisco Corrêa de Figueiredo e Clara Veiga Corrêa. Foi casado com Maria Augusta Vieira Corrêa e foram pais de 6 filhos: Solange, Marluce, Gilberto, Maria da Glória, Clara e Augusta.
Jaime foi professor de Geografia e História em Três Pontas e em Carmo da Cachoeira, Minas Gerais.
Cumpriu tão bem esta sublime missão de MESTRE, que era adorado por seus alunos, que o chamavam carinhosamente de "tio Jaime".
Homem de um coração gigante, era tranquilo, amigo, companheiro, despreendido de bens materiais, amigo da natureza.
Conhecia como ninguém os belos pássaros brasileiros e sempre dizia da necessidade urgente de proteger nossa avifauna. Ele sempre dizia também, que o PROGRESSO estava exterminando nossos pássaros. Que a Polícia Florestal perseguia os caçadores, mas não tomava conhecimento da mortandade ocasionada pelo excesso no uso de herbicidas e pulverização das lavouras.
Escreveu um livro sobre pássaros, "Pássaros de gaiola", onde mostrava todo o seu conhecimento e amor por eles. Vários pássaros foram citados no livro: pintassilgo, Patatuba, Coleira, Coleirinha, Fradinhos, Bigodinho, Curió, Bicudo, Azulão, Tibiu, Canário, Tico-Tico, Pássaro-Preto, Encontro, Sabiá, Cardeal, Chorão, Soldadinho, Chopim, Gaturamo, Sanhaço-frade, João-Totonho, entre tantos outros.
Assim era meu querido, amado e saudoso PAI, que após ter ficado viúvo, casou-se pela segunda vez com Mariana Reis, residente em Carmo da Cachoeira, onde passou a residir. Deste casamento não houve geração.AUGUSTA. Belo Horizonte,24-10-2007.
Adendo: Prof. Jaime Corrêa Veiga é autor de O POÇO DA COBRA PRETA. Editado pela GRASAL - Gráfica Santo Antônio Ltda. Três Pontas, Minas Gerais. 1976.
Prefácio: "Escrevi esta história e a ofereço à minha filha Clarinha. 1973-3-1. Jaime Corrêa Veiga. PORANGABA."
p.5: "A presente história remota a meus quinze anos. Deu-se em fazenda próxima da de meu pai. A fazenda consta de uns trezentos alqueires de terras boas. O proprietário Aurélio Souza, homem forte, mineiro da gema, vivia contente em seu mundo. Sua esposa, Helena Andrade Junqueira de Souza. Duas filhas(...), um filho, Belmiro (p.12, sobrinho dos "Andrade Junqueira"), ajudava o pai. Belo tipo de jovem, criado "a todo o leite", como se dizia ...A sede, além do que já foi dito, era um casarão austero, dos tempos da escravatura. O Sr. Aurélio o conservava com todo o carinho, por ser herança avoenga. Hilário Pereira, seu administrador, casado com italiana SUNTA ANGELO. Esta veio com emigrantes, após a guerra de 1914. A filha do casal, Jandira, cabelos avermelhados, rosto perfeito e perfeito todo seu corpo.
Lá por volta de 1924 (...)Aurélio gostava de jornais ... Os fazendeiros eram padrinhos de Jandira, filha de SUNTA ANGELO e Hilário Pereira.
(...) p.13: "Nos tempos do bisavô de Belmiro, a fazenda tinha mais de cem escravos. Uns trabalhavam nas roças, outros nos cafezais, outros nos canaviais, outros eram peões."
(...) p.14: "Em certa ocasião chegou à fazenda meia dúzia de escravos, comprados de uma fazenda vizinha: um casal de quatro filhos - três rapazes e uma crioula. Esta era um belo tipo de moça. Causou sensação na fazenda. Bonita e habilidosa, foi chamada para servir como doméstica. Por suas prendas, foi logo aceita como membro da casa.
Educada, dócil, lia e bordava, cantava e dançava. Venus negra, como dizia o patrão ... Deolinda."
p.45: " - Como é, Belmiro, está gostando de Viçosa?". (Viçosa, Minas Gerais).
Belmiro, descendente dos "Souza", e também dos "Andrade Junqueira".
E, conversa vai, conversa vem (...), p.45:
"- Recebi a notícia do noivado delas. Fiquei muito contente. Os vizinhos Figueiredo, são muito boa gente. Dois irmão e duas irmãs, que festão! O casamento foi realizado ...Hilário recebeu cartas, contendo retratos: do casamento e de Helenita. Foi uma festa. Sunta chorava e ria ao mesmo tempo. Os mesmos retratos recebe-os o tio Tonico (Antonio Andrade Junqueira).
" ... o grande baile, festa que marcou época, naqueles rincões. Os preparativos céleres. Viria muita gente, vizinhos, parentes, amigos ...
À tarde começava o grande movimento. Fords e Chevrollets, cavaleiros e gente a pé, até carros de boi conduziam gente. Buzinas estridentes, cães ladrando, querendo expulsar os autos. Às cinco horas começaram os comes-e-bebes. Na grande sala de jantar, enorme mesa repleta: leitões assados, frangos, carnes, pastéis, arroz de forno, tutu, legumes, macarronada ... Pinga, vinho, guaraná, cerveja. No curral, uma imponente barraca, as mesmas iguarias, pitéos variados. De vez em quando, estouravam um foguete, a cargo do Juca Turco, e a meninada saía em correrias para pegar o rabo do foguete, como se valesse alguma coisa.
As sete horas já os instrumentos musicais entravam em afinação.
A sala de jantar foi arrumada para as danças, retirados foram os móveis. Várias velas foram picadas e atiradas ao chão. O Antônio Prósperi e o Mario Tiso se encarregarm da música. O mano Tonico seria o mestre-sala. Primeiro fez-se um círculo de cadeiras, onde tomavam assento os noivos e as noivas: Belmiro e Jandira, Aurélio e Helena e Hilário e Sunta.
O Tonico abriu a sessão dizendo:
- A primeira parte desta festa, oferecida pelo meu prezado cunhado, Sr. Aurélio, será a abertura do saráu pelos noivos. Aurélio e Helena, Belmiro e Jandira e Hilário e Sunta. Assim, cada componente dançará uma valsa, naquela noitada, dando início à festiva reunião.
Não faltavam as críticas, os malévolos ditos em relação à Jandira que era empregada e empregados eram seus pais. Com o anuncio de que iam dançar, então houve deboches, risinhos, olhares maliciosos, alusões chistosas. Uma dos Andrade Junqueira, creio que por nome Adelaide, que foi prometida para Belmiro, então, dava risadas, exultando com possíveis fiascos, com ratas que poderiam surgir. Estava justamente atrás de dona Helena e de Jandira.
...
- Maestro, a "Rapaziada do Brás".
Aos primeiros acordes dessa linda valsa, Belmiro, com muita elegância fez leve curvatura para sua esposa e saíram em perfeito rítmo. A jovem esposa mostrava ser ótimo par. procuraram seus lugares.
- Maestro, agora, para nosso querido Hilário e sua distinta esposa a inigualável valsa "Branca"."
Parte da genealogia da família poderá ser encontrada no Projeto Compartilhar, estudando o inventário de Francisco Custódio da Veiga, inventariado no ano de 1861, deixando viúva dona Francisca Rosa Tavares. Francisco Custódio da Veiga faleceu no distrito de São Vicente. Deixou muitos descendentes, entre eles um neto, Francisco Custódio da Veiga, casado com dona Clara Paulina de Souza (Sousa).
Alguns aspectos interessantes no inventário de Francisco Custódio e dona Francisca Rosa:
* a referência ao SOBRADINHO. Jaime Corrêa Veiga, p.36, ao falar sobre a beleza que via na futura esposa de Belmiro, a descendente de imigrantes italianos, coloca o elogio na fala de um tio de Belmiro, Antonio Andrade Junqueira, homem muito simpático, no todo e nas palavras. Alegre e folgazão, não deixava ninguém triste ao seu lado. Antonio era irmão de Helena Andrade Junqueira. Durante um diálogo com Aurélio, Hilário e Belmiro, Antonio diz: "A riqueza não vem ao fato, qualidade não faltam à moça, e, enfim, Hilário e Sunta já não são fazendeiros? E a conversa continua, na fala de Antonio Andrade Junqueira. Diz ele:
"- Tenho um pedaço de terra que comprei - O SOBRADINHO. Não é muito grande, mas as terras são boas. Estava na época da colheita do milho e, em seguida, feijão e café. Hilário foi criado na Fazenda "Ipê", homem quase rústico, mas de elevadas qualidades, serviçal, honesto e dedicado, nunca deu o menor desgosto a seu patrão e, quando passou a capataz, tudo correu normalmente na fazenda. Era de se esperar que dona Helena Andrade Junqueira levasse tudo isso em consideração. Tonico (Antonio Andrade Junqueira) foi bom advogado, como vamos ver.
- Tonico! Belmiro casar com Jandira? Que disparate é esse?
- Bem. Se eu fosse mais moço, ninguém se casaria com Jandira. Eu é que me casaria, pois que, além de muito bonita, muito sadia, muito sacudida, tem qualidades, dotes de caráter...
- Lá isso não vamos por em dúvida, mas veja as condições de raça, não passa de empregada da fazenda ...
- E isso a desabona?
- Belmiro é um Andrade Junqueira.
- Andrade Junqueira, pois olha, querida mana, conheço muitos deles que não podem nem chegar aos pés de Jandira.
- Num bom rebanho, há sempre más ovelhas ...
- Em que rebanho entra sua afilhada?
- Olha, Tonico, você ainda não me disse por que Belmiro precisa se casar com Jandira.
- Eles se gostam.
* nomes citados no referido inventário: Joaquim da Costa Abreu; Antonio Luís da Silva; José Portes Del Rei; Francisco Custódio da Silva; Antonio Gabriel Pinto; Mariana Vitória de Andrade; herdeiros do SOBRADINHO; herdeiro de Justino Custódio Rodrigues, José Custódio; Antonio Joaquim e Joaquim Inácio. No Retiro do Rio Grande sua fazenda dividia com Quirino dos Reis, Francisco Gonçalves Penha e o co-herdeiro Antonio Francisco Tavares; Ana Cândida Pimentel, com 6 anos em 1861, mãe de José Casemiro, filho de Casemiro Custódio da Veiga, casado com dona Mariana Vieira e pais de Belarmina com 2 anos em 1861. O filho Justino ficou com as terras que divide com Joaquim da Costa Abreu e de outro lado com o Rio Aiuruoca. Justino Custódio Rodrigues, filho de Francisco Custódio Veiga e Francisca Rosa, segundo dados do inventário: "Diz Antonio Vieira da Silva, avô da órfã Belarmina, filha de Casemiro Custódio de quem é tutor Justino Custódio e como este esteja a mudar-se para o SERTÃO requer seja nomeado outro tutor.
Cf.: Projeto Compartilhar.
Cf. Projeto Compartilhar.
"Aos 17 de junho de 1898 batizei solenemente a Albertina, nascida aos 11 de abril p. findo, filha legítima de Bernardino Nogueira Netto e Idalina Geracina de Oliveira; foram seus padrinhos: Alfredo Justiniano Xavier e Anna Barbara de Oliveira. O Vigário A. J. da Fonseca" Observação: Casou-se com José Godinho Chagas.
João Capristano Maffra. Ele foi casado com Maria Basília de Moraes.
Livro Batismo da Matriz de Nossa Senhora do Carmo, Carmo da Cachoeira, Minas Gerais, fls. 61: "Aos 26 de junho de 1898 baptizei solenemente a Maria, nascida aos 18 do mesmo mes e ano, filha legítima de João Capristano Maffra e Maria Basília de Moraes. Foram padrinhos: Joaquim de Andrade Junqueira e Pudenciana Bernarda da Costa. O Vigário A. J. da Fonseca."