A origem do homem sertanejo, como representante síntese das raças que estiveram aqui presentes deixaram seu rastro e atestam suas culturas. Esta é a representação mostrada na forte imagem acima. Neste século XXI registramos este símbolo - o que retrata e sustenta a origem desta terra abençoada. A miscigenação oriunda de casamentos entre povos indígenas; raça negra e imigrantes açorianos preferencialmente, italianos em minoria, e sírio libanês em pequeno número, evidencia o que ocorre no dia-a-dia deste aconchegante recanto Mineiro - Carmo da Cachoeira. Terra abençoada com o manto da Mãe Protetora, Nossa Senhora do Carmo, onde seus habitantes habituaram-se a ver crianças e jovens circulando com cavalos no centro da cidade, sem deixar de falar no Neca que marca a presença assobiando alegremente. Surge ele montado em seu cavalo saudando o amanhecer.
Grupo de Congada de Oliveira, Minas Gerais em visita a Carmo da Cachoeira.
Foto: Maria do Carmo - Arte: TS Bovaris
Próxima imagem:Fazenda de Sata Maria no Almanak Sul Mineiro.
Imagem anterior: Magistral casa sede da Fazenda Pouso Alegre.
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João do Rio e um Jornal Internético. A informação poderá ser confirmada em seus arquivos e genealogia, a partir do ano de 2005.
Em 12-05-1895, na Matriz de Nossa Senhora do Carmo, em Carmo da Cachoeira, Minas Gerais, Joaquim Venâncio Naves foi padrinho de Umbelina, filha legítima de Ananias de Assis Sérgio e Minervina Cândida de Jesus.
Azarias Pereira de Abreu e dona Ana Ludovina de Abreu foram padrinhos de Ambrosina na Capela de São Domingos da Barra, em 24 de novembro;
em 24-11 na Capela de São Domingos da Barra, Joaquim Pereira de Abreu e Ambrosina Esmeraldina de Abreu foram padrinhos de Ana, nascida em Lavras, filha legítima de Joaquim Sales Apolinário e Rita Maria de Jesus. O Vigário, Padre A. J. da Fonseca.
Joel Garcia Pereira.Cachoeira,1981.
Amargurado pela dor de uma saudade, deixei cidade (...)
e fui rever a minha terra.
Voltei pra rever as coisas que há anos não vejo
e o cheiro sertanejo,
da lindas flores da Serra.
Quando cheguei no terreiro,
chamei meus companheiros ...
e ninguém apareceu.
Os amigos que lá ficaram,
não sei se mudaram
ou se algum deles morreu.
Cheguei perto da minha morada,
a lua prateada ...
clareava o jardim.
Mamãe sente saudades
e pensa que estou na cidade,
não sabe que estás perto de mim.
(continua)
Joel Garcia Pereira. Cachoeira, 1981.
Meu velho cachorro
me encontrou com um uivado ...
chorando de dor.
Parece que ele dizia,
que nesta moradia
não existe morador.
Meu canário mensageiro,
não está mais no terreiro ...
Muito distante foi morar.
Quando daqui eu partia,
fui eu mesmo um dia
que mandei papai soltar.
O velho canarinho,
voltou para o seu ninho ...
foi viver com sua amada.
Quando um dia eu te soltei,
ele voltou como eu voltei ...
pra minha velha morada.
(continua)
Joel Garcia Pereira.Cachoeira,1981.
Eu bati na porta,
e disse: Papai é seu filho que volta...
abra eu quero entrar.
E matar minha saudade,
e a felicidade ...
eu quero de novo encontrar.
Ao entrar encontrei a mãezinha,
com a cabeça branquinha ...
de tanto me esperar.
Eu vi as rugas do teu rosto,
meu Deus que desgosto ...
que vontade de chorar.
Abracei mãezinha querida,
a que devo a vida ...
e a minha gratidão.
Sinto saudades de você,
Em mim existe um "M" e um "P" ...
Papai e Mamãe do coração.
(continua)
Poema. Terra Natal
Joel Garcia Pereira.Cachoeira,1981.
No meu quarto eu entro agora,
Vejo o par de esporas ...
e o velho arreio.
Feito do puro couro,
é do meu alazão "Pingo de Ouro"...
de levar bois no rodeio.
Quando eu era principiante,
ganhei o meu velho berrante ...
que hoje não está na lida.
Eu fiquei entristecido,
somos dois perdidos ...
Na triste "Estrada da Vida".
Não existem mais, os bailes de terreiros,
nem os colegas e companheiros ...
das noites enluaradas.
Eu fiquei sozinho,
eles seguram os seus caminhos ...
eu segui a minha estrada.
Joel Garcia Pereira.Cachoeira,1981.
Todas as casas abandonadas,
com as portas fechadas ...
eu digo assim:
Só ficou a minha casinha,
papaizinho e mamãezinha ...
que espera por mim.
Fui no pasto lá em baixo,
para pegar meu macho ...
cavalo de estimação.
Ele começou a disparar,
e veio me encontrar ...
com muita satisfação.
Este cavalo é um coitado,
e sofreu calado ...
ele estava a me esperar.
parece que ele dizia,
que nós um dia
iríamos nos encontrar.
Hoje estou longe da cidade,
e sinto a felicidade ...
d morar aqui sertão.
Arranquei a dor lá do fundo,
a coisa mais bonita do mundo ...
é regressar a "Terra Natal".