Exterminados os quilombos existentes nas paragens das Três Pontas, intensificou-se o povoamento desta vasta região de terras férteis. A grande maioria dos povoadores era de portugueses, devotos de Nossa Senhora da Ajuda, que se ressentiam da falta de assistência religiosa. A capela mais próxima era a de Carrancas. Os moradores do povoado nascente decidiram fazer uma petição ao Bispo da Diocese de Mariana para erigirem uma capela. A provisão foi dada em 5 de outubro de 1768, "a favor dos Povoadores do Certão (Sertão), entre as pontes do Rio Sapucahy (Sapucaí) da freguesia de Nossa Senhora da Conceiçam das Carrancas para erigirem huma Capella com a Invocação de Nossa Senhora da Ajuda na Fazenda do Taquaral"¹. A construção da capela foi rápida, mas tornou-se insuficiente para a população, que continuava a crescer, tanto que, em 11 de abril de 1770, nova Provisão foi concedida, a fim de que fosse erigida uma Ermida dentro da nova Capela (sic) já existente, com a permissão para ter "Pedra d'Ara Sagrada de suficiente grandeza, todos os paramentos das 4 cores ...". A provisão foi registrada em 19 de abril de 1770, todavia, nessa época, a Capela já estava sob a jurisdição da freguesia de Santana das Lavras das Carrancas.²
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1. Livro de Provisão, fls.43v e 44 - Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana.
2. Livro de Provisões1770/71, fl.30 e 30v. Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, Minas Gerais.
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Pessoa de média estatura, tez morena-clara, cabelos negros e lisos. Trajava, quase sempre, terno escuro, preto ou azul-marinho, e gravata combinando com o traje. Natural de Três Pontas, Minas Gerais, filho de Antônio Targino de Carvalho e Laura Bueno de Campos, casou-se com Maria Amâncio, a 15 de maio de 1935. Cirurgião-dentista, formou-se pela antiga Faculdade de Pharmácia e Odontologia "Whashington Luiz" de Piracicaba, São Paulo,, em 18 de dezembro de 1931. Político militante, por várias décadas, foi membro do antigo Partido Republicano Mineiro, fundador e presidente do Diretório do Partido Trabalhista Brasileiro - PTB local. Disputou e foi eleito à vereança, na primeira Legislatura, após o período Vargas (1930/1945), de 8 de dezembro de 1947 a 31 de janeiro de 1951. Novamente eleito vereador, na quarta Legislatura, ocupou a Presidência da Câmara Municipal (1959/1961). Neste cargo demonstrou moderação e capacidade de articulação política (1959/1963). Foi um dos fundadores do Movimento Democrático Brasileiro - MDB e presidente do Diretório local, no período revolucionário, a partir de 1964. Em 15 de novembro de 1966, disputou a Prefeitura, pelo seu partido, o MDB, em oposição a Manoel Jacinto de Abreu Filho, da Arena, em um pleito muito disputado, mas de alto nível. O seu oponente foi eleito por reduzida margem de votos (04-NOV-1905 - 09-ABR-1992).
Manuel Inácio, natural de Pernambuco. Foi casado com Maria da Glória dos Reis, esta natural de Xiquexique, Bahia. Ocupou o cargo de Juiz da Comarca de Três Pontas e presidiu pela primeira vez o Tribunal do Júri, no dia 17 de março de 1874. Deixou na cidade muitos descendentes ilustres, entre eles um bisneto, o doutor Antônio Aureliano Chaves de Mendonça. O Fórum local recebeu o nome de "Fórum doutor Carvalho de Mendonça", em sua homenagem. Exerceu o cargo de Juiz, até seu falecimento, ocorrido em 16 de agosto de 1881. Foi sepultado no antigo cemitério, onde se localiza o Ginásio Poliesportivo Aureliano Chaves.
Natural de Santa Luzia do Rio das Mortes, Minas Gerais, filho de Manuel Inácio Carvalho de Mendonça e de Maria da Glória dos Reis. Residiu e aqui se casou com Laura Bandeira de Gouvêa. Foi grande jurista, autor de várias obras, principalmente na área cível. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. (02-12-1859 - 19-SET-1917).
Era de estatura pouco acima da média, tinha os olhos castanhos e usava longos bigodes e uma pêra (pequena quantidade de barba que se deixa entre o queixo e o lábio inferior). Trajava fraque e cartola por ocasião dos eventos sociais. Nascido em Vila Nova de Famalicão, do Concelho de Braga, Portugal, veio muito jovem para o Brasil, residindo algum tempo no Rio de Janeiro e fixando posteriormente residência em Três Pontas, Minas Gerais. Filho de Antônio Gonçalves da Costa e Maria Joaquina da Costa, casado com Leocádia Cândida Becker. Após a Proclamação da República, em 5 de fevereiro de 1890, foi instituída uma Intendência Municipal (órgão colegiado a fim de governar os municípios, surgida com a dissolução das Câmaras Municipais com a Proclamação da República), da qual era integrante, como Adjunto. Foi o fundador do prado local e seu primeiro presidente. Incentivador da prática do futebol, na cidade, nos primórdios do século XX. Teve participação importante na construção do campo de futebol, construído na cidade. O campo confrontava pela frente com a Rua Minas Gerais, por um lado
com a linha férrea, hoje Avenida Vicente Celestino, e aos fundos com vários moradores. O senhor Costa era alfaiate, comerciante, fazendeiro e político. Suas propriedades rurais compreendiam parte da "Formiga", "Toca" e "Barreirinha". Sua loja comercial ficava localizada na esquina das atuais ruas Minas Gerais e Marechal Deodoro. (06-ABR-1853 - 05-SET-1923).