Para uns poucos a sensação de "escolhidos", diferentes do resto da humanidade.
"Escolhidos puxam para si o uso e o desperdício da energia, dos alimentos, do usufruir da vida."
Aos "outros" cabe a luta pela sobrevivência, a culpa de serem atrasados e, até, a fama de preguiçosos.
E o privilégio dos "escolhidos" é amparado por teorias e doutrinas de vida.
Para os "escolhidos" o sucesso, a vitória na competitividade, reconhecida mesmo que, desde o início, tenham sido ajudados pelos privilégios.
Aos "outros", os consolos místicos, a repetição de rezas, o conforto de que têm ao seu lado forças invisíveis poderosas, muito bondosas, mas incapazes de colocar um pouco mais de equidade e justiça para a maior parte da humanidade.
Aos "escolhidos", muito usufruto das aplicações virtuais nos mercados financeiros e de títulos, com pouco esforço físico e mental.
Aos "outros", quase nada pelo fruto de intenso trabalho, no limite das forças humanas e se não o fizerem, resta a miséria do desemprego e a precária sobrevivência no limiar da fome, com a desculpa da falta de qualificação profissional.
Para os "escolhidos", um pensamento econômico e uma estrutura comercial até internacional que eterniza um sistema de exploração de muitos e privilégios de poucos.
Para os "outros", as distrações pelos meios de comunicação, a dispersão em supérfluas atividades, ilusões que desligam da realidade, indução à acomodação.
A postura de "escolhido" é a antítese da solidariedade. Poderá haver um discurso de amor ao próximo, mas não se estabelece uma relação de responsabilidade como a de pessoas unidas por interesses gerais comuns. O "escolhido" se coloca acima dos outros, criatura única que vê apenas os seus poucos pares e rejeita qualquer sentido humanista.
Mesmo no campo microscópico celular quando orgânulos, com habilidades e capacidades diferentes, se reuniram e se reúnem para formar um todo mais complexo, há uma solidariedade entre eles - estão reunidos pelo interesse comum de realizarem um todo melhor que cada uma das partes.
A solidariedade é o grande elo da simbiose e esta é o preceito do mundo.
Pensando em solidariedade e simbiose, não estamos precisando rever o pensamento econômico e o pensamento místico do mundo?
Solidariedade é o grande elo da simbiose e esta é o preceito do mundo.
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Texto anterior: Brincadeira é coisa séria.
Comentários
É universal o pensamento de que todos devem descansar a sua mente, tendo alguma atividade de lazer.
Vigie, busque sua temperança e sua prudência.
Quantas pessoas você conhece que, à título de lazer, colheram sofrimentos e cansaço desnecessário.
"Lazer é beber", vem impregnando a mente de muito jovem. Em vez de repousar a mente, o cérebro já cansado, turvando-se o pensamento é, ainda, alterado pelo álcool.
A música melodiosa que eleva as pessoas foge cada vez mais das atividades de lazer. Quem, em sã consciência, pode chamar de lazer um local fechado, escuro, impregnado de fumaça e com um barulho tão ensurdecedor que ninguém consegue conversar no ambiente, nem gritando?
Parece que há um movimento, deliberado, para não nos deixar pensar direito.
Somos constantemente distraídos com coisas supérfluas, notícias emocionais que escondem a realidade, rebeliões, assassínios, discussões intermináveis de interesses políticos pessoais.
Esquecem de dizer que há uma ciência econômica que tem sido absolutamente incapaz de melhorar a vida das pessoas.
Induzem à uma intensidade insana de trabalho, numa busca compulsiva pelo dinheiro e sucesso e à atividades sociais sem profundidade que não permitem a existência de um tempo para o pensar, o devaneio, o imaginar um mundo melhor e até para um melhor convívio familiar.
Separe ao menos um dia para uma conversa ampla com todos da família.
Repouse a mente em contato com a natureza, em sintonia com uma boa música, em alegrias com as pessoas queridas.
Pense comunitariamente, aja localmente. A partir do pequeno e do próximo, o grande, o mundo, se transformará e teremos o século XXI mostrando a humanidade vivendo dignamente.
SEPARE, AO MENOS UM DIA PARA UMA CONVERSA AMPLA COM A FAMÍLIA.