O controle exercido pelos Diretores dos índios ou pelos religiosos antes de 1759, provocou inúmeros conflitos em várias regiões do Brasil com os fazendeiros que acusavam os demais de exigirem pagamentos altos pelo trabalho dos indígenas e não permitirem a negociação direta entre o fazendeiro e os índios, ficando com o pagamento que a eles seria devido.
Os aldeamentos também serviam em alguns casos, como um núcleo populacional capaz de atrair novos moradores. É necessário ressaltar o caráter civilizatório destas estruturas, na medida em que se percebe momentos distintos no estabelecimento dos aldeamentos. Alguns eram fixados em locais de grande movimento econômico e populacional, com o objetivo de tentar trazer os índios à civilização e evidentemente, fornecê-los como uma alternativa de mão-de-obra. Por outro lado, havia aldeamentos que eram estabelecidos em áreas longínquas e com uma pequena população, ou seja, nos sertões. Neste caso, percebe-se que a principal razão da sua criação era a de colonizar e civilizar a área. O aldeamento servia neste caso, para junto com ele levar e fixar uma população capaz de produzir e desenvolver áreas que até então estavam isoladas. Os índios domesticados serviriam ainda para proteger a população de ataques de outros grupos indígenas ou mesmo de quilombolas. Seja como for, o fato é que as políticas oficiais de estabelecimento para os índios levavam necessariamente ao mesmo ponto: a exploração da mão-de-obra indígena e ao desenvolvimento de determinadas áreas.
Para que estas áreas fossem desenvolvidas as autoridades coloniais contavam com pessoas que viam nas expedições a chance de obterem riquezas, terras e escravos. Os moradores da região que possuíam condições de arcar com essas despesas, as usavam para incrementar seu poder econômico, político e social.
Liderar uma delas significava adquirir títulos, privilégios econômicos e prestígio. Além é claro, de riquezas.
Ignácio Correia de Pamplona foi um destes homens e mostrou através da trajetória de sua vida, o que permeava o modo de pensar destes homens que viviam nas áreas fronteiriças entre o Mundo Colonial e o Sertão.
Trecho de um trabalho de Marcia Amantino.
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