Snr. Presidente e demais membros da mêsa.
Povo de Carmo da Cachoeira.
O instante é de vivo regosijo nacional. Em comunhão conosco, no mesmo sentimento de patriotismo, quarenta e muitos milhões de brasileiros, á sombra desta mesma bandeira, vibram de intensa alegria, antevendo, como nós, nos horizontes do futuro, a grandeza da Pátria que a clarividência do Presidente Getulio Vargas promove em colaboração com auxiliares do porte do Governador Benedito Valadares.
A elevação de Carmo da Cachoeira á categoria de municipio resulta da execução de um grandioso plano administrativo posto em prática no Brasil pelos seus atuais dirigentes. Tal plano vigorará pelo espaço de cinco anos, durante o qual, ressalvadas pequenas exceções previstas em lei, não serão introduzidas modificações no quadro administrativo aprovado pelo decreto n. 148, de 17-12-1938, baixado pelo eminente Governador do Estado dr. Benedito Valadares Ribeiro, depois de auscultar convenientemente as fontes interessadas e tendo em vista as riais situações do Estado, notadamente quanto á observancia de divisas naturais para a criação e reorganisação de distritos e municipios. É visivel a vantagem que apresenta esse plano de divisão territorial do país, já garantido a todos os agrupamentos, vilas ou cidades existentes no Brasil a possibilidade de mais rápida elevação de categoria, uma vez que a isso faça jús o seu progresso; já impedindo que localidades prósperas se estágnem ou regridam na sua marcha politico-administrativa, ante a permanente ameaça de rebaixamento na ordem hierárquica. Esse plano admiravel, escudado nos melhores ensinamentos das modernas teorias da administração publica, é mais uma prova do grande e vigilante amor ao Brasil que anima o espirito esclarecido desse estadista genial que, no século, se chama Getúlio Dorneles Vargas, homem que ha de conduzir a Patria para grandes destinos, porque formidaveis são as suas reservas morais e imensa a penetração do seu espirito publico. É necessario, portanto, que o povo compreenda e conheça a éra de renovação e prosperidade que se instaura no Brasil. Cada povo — é um velho brocardo popular — tem o governo que merece. O povo brasileiro, cheio de temor a Deus, respeito ás leis e amor ao trabalho, teve, enfim, depois de anos de desmandos e tropelias politicas, o verno que merece. Governo que só reclama e exige do povo um sacrifício: o de colaborar com ele no sentido do seu proprio "bem estar, da sua honra, da sua independencia e da sua prosperidade", segundo as disposições constitucionais.
Que o povo, destarte, meus caros conterraneos, tomado de puro e xaltado sentimento patriotico, esqueça, em beneficio da coletividade, da felicidade comum, ódios partidarios, malquerenças individuais ou preferencias de carater personalistico. O Estado Novo, o Plano Quinquenal, a sabia orientação politica do Presidente Vargas e do Governador Valdares não comportam na direção das unidades administrativas de Minas e do Brasil, dissensões partidaristas que dividiam os homens e lhes enfraqueçam a capacidade produtiva. Velhos sistemas e condenaveis práticas de antigos costumes politicos devem ser repelidos de vez e para longe desse estupendo parque de trabalho humano, que outra cousa não é o Municipio.
Agradecendo, finalmente, a generosa designação do meu nome para presidente da comissão de festejos e orador oficial nesta solenidade civica, quero evidenciar ainda uma vez, publicamente, deante dos meus prezados conterraneos, a minha inabalavel confiaça nos destinos do Brasi, no engrandecimento de Minas e na prosperidade de Carmo da Cachoeira.
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