Amélio Garcia de Miranda, pessoa de baixa estatura, calvo, voz compassada, comedido ao falar, afável, dotado de uma memória incomum e inteligência, gozava da estima de todos os que o conheciam. Natural da cidade de Três Pontas, filho de Francisco Garcia Miranda e Alfonsina Ferreira, foi casado com Maria da Conceição Paiva. Escrivão de Paz e Oficial do Registro Civil no distrito do Pontalete, por motivos políticos, foi perseguido durante o chamado Estado Novo e perdeu o cargo. Passou a exercer as funções de contabilista, tendo trabalhado por muitos anos na Companhia Telefônica de Três Pontas. Foi Juiz de Paz desta Comarca. Eleito vereador para o período de 1 de fevereiro de 1967 a 31 de janeiro de 1971. Após seu mandato, passou a exercer, com dedicação, o cargo de escriturário da Câmara Municipal. Foi pesquisador da história de Três Pontas e respeitado genealogista. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.
Após a sua morte, foi publicado um livro intitulado "História de Três Pontas" no qual a grande maioria dos capítulos é de sua autoria. Pretendia publicar uma obra sob o título de "Genealogia Trespontana", cujos originais encontram-se arquivados na Câmara Municipal, doados pela família e integrando o Arquivo Histórico da cidade, de acordo com a lei n. 1314 de 30 de dezembro de 1988. Seu falecimento o impediu de realizar seu grande sonho: a publicação daquele trabalho. Por ocasião de sua morte, o prefeito declarou luto por três dias, como última homenagem ao grande historiador e genealogista.
Não fora Amélio Garcia de Miranda, a história da cidade teria desaparecido por completo, principalmente em se tratando dos antigos documentos da Câmara Municipal.
(10-JUL-1910 - 19-JUN-1979)
Próxima matéria: Os primeiros vereadores de Três Pontas, Minas.
Matéria Anterior: O cidadão Francisco Ximenes de Oliveira.
Comentários