Documento encomendado pelo Projeto Partilha.
Transcrição de Edriana Aparecida Nolasco.
Em nome de Deus. Amém.
Eu, Maria da Silva Pereira, viúva de Francisco de Oliveira Galante estou como estou gravemente enferma de moléstia que Deus Nosso Senhor é servido dar-me porém em meu perfeito juízo e entendimento por me temer da morte pela incerteza da hora determino fazer o meu testamento da maneira seguinte:
Sou natural de Nazaré, Comarca de São João del Rei, filha legítima de Simão da Silva Teixeira e Custódia Francisca de Jesus já falecidos.
Fui casada em face da Igreja com Francisco de Oliveira Galante de cujo consórcio tivemos dois filhos: Miguel Carlos de Oliveira casado; e Ignácia, casada com Manoel José da Silva, esta mora no Termo da Vila de Campanha e aquele nesta Comarca e Freguesia de Lavras do Funil.
Nomeio para meus testamenteiros em primeiro lugar a meu genro Manoel José da Silva; em segundo a meu primo João Pereira de Carvalho, e em terceiro lugar a Florêncio Nunes Machado, casado com uma filha natural de meu marido de nome Florência Maria da Conceição (...).
Fl.100v.
Meu corpo será envolto em Hábito de São Francisco (...)
Declaro que os bens da minha meação estão em poder de meu filho Miguel há sete anos mais ou menos a poucos dias veio para minha companhia uma crioula de nome Eva com uma cria de peito que está tratando na minha enfermidade e como por causa do mesmo filho está em competência judicial a minha meação até se finalizar o Inventário novamente feito pelo juízo da Vila de São João del Rei por se ter anulado o prêmio feito pelo juízo da Vila da Campanha e por isso espero me venha a mão e quando eu faleça antes de a receber os meus testamenteiros cuidarão neste particular (...)
Declaro que ao tempo de fartura do primeiro Inventário foi meu agente Luís José da Costa o qual havia em vida de meu marido uma parte de terras de culturas por cem mil réis e depois mais um pedaço ou vertentes por cinquenta mil réis (...)
Fls.101
Declaro que a minha intenção nunca foi a de prejudicar meus filhos para aumentar a um terceiro, porém o dito Costa que talvez a sua mente fosse benfazeja envolveu-me com promessas de casar comigo e anuiu aí uma venda fantástica de quatro escravos meus (...)
(...) seis bois que foram vendidos ao filho do Capitão João da Afonseca (...) um crioulinho que vendeu a João Crisóstomo das Chagas, (...)
Fl.102
(...) Declaro que tenho contas com João Paes de Almeida, o qual tem me dado várias parcelas de dinheiro como a descontar dos recibos no crédito e o dito há de ainda satisfazer certa quantia ao capitão José Moreira da Rocha que lhe fiquei devendo (...)
Declaro que meu irmão Caetano de Souza Teixeira e o alferes João Marques de Araújo sabem que depois do falecimento de minha mãe da qual me veio um negro que vendi ao dito João Paes de Almeida (...)
Fls.102v
Declaro na mesma forma que depois de cumpridos os meus legados e disposições o restante pouco ou mais que ficar instituo por minhas herdeiras as filhas gêmeas e minhas afilhadas e netas , filhas de Manoel José da Silva meu genro e compadre.
fl.103
(...) roguei a Antônio Teixeira da Silva que por mim escrevesse (...) e roguei a Manoel Pereira de Carvalho por mim assinasse em razão de não saber ler e escrever (...)
Fazenda do Corgo do Veado, Distrito do Espírito Santo da Varginha, Termo e Comarca de São João del Rei, 11 de fevereiro de 1728. Maria da Silva Pereira.
fl.104
Testamento
Certifico que abri este testamento no dia 23 de fevereiro de mil setecentos e vinte e oito (...) com que faleceu Maria da Silva Pereira.
Monte Mor - 3:945$406.
Projeto Partilha - Leonor Rizzi
Próxima matéria: Inventário de Margarida Francisca do Evangelho.Artigo Anterior: O inventário de Maria da Silva Pereira - 1ª parte.
1. Dona Maria da Silva Pereira, viúva de Francisco de Oliveira Galante, foi madrinha de Manoel, filho natural de Joaquina, filha de Manoel Antonio Rates. Portanto o neto de Manoel Antônio Rates, Manoel é que é afilhado de dona Maria da Silva Pereira, em 20 de junho de 1771. Caetana era neta de Manoel Antônio Rates e a Ermida escolhida pela família foi a de Campo Belo, e Manoel Afonso, com licença de Pe. Bento Ferreira realizou a cerimônia do referido batizado. O padrinho de Caetana foi Manoel Pereira de Carvalho.
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