Januário Garcia Leal, de acordo com o que conseguimos apurar, era homem possuidor de vários bens e, ao que tudo indica, tirava da agricultura, pecuária e também da extração aurífera o sustento de sua família.
Januário foi proprietário da expressiva fazenda Ventania, então pertencente à freguesia de Jacuí. Parece-nos que ele recebeu tal propriedade como herança de seu pai Pedro Garcia Leal [1777], abastado fazendeiro naquela região.
Em 1806, mais de três anos após o início da vingança levada a efeito por Januário Garcia Leal, Dona Mariana Lourença de Oliveira deu a fazenda Ventania em pagamento de uma dívida contraída por seu marido (certamente para financiar sua fuga) com o Alferes José Justiniano dos Reis e o Capitão José Alves de Figueiredo. O interessante documento de dação em pagamento, que transcrevemos em seguida, esclarece que o próprio Januário que determinou o pagamento da dívida por ele contraída, mesmo que para tanto fosse necessário vender as suas propriedades, o que evidencia o caráter de honestidade do até pouco tempo pacato fazendeiro.
Trecho do livro Jurisdição dos Capitães de Marcos Paulo de Souza Miranda.
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