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Pitoresca casa em Carmo da Cachoeira.


Ajude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço "comentários" para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região.

Próxima imagem: Um cão domina idílica São Tomé das Letras.
Imagem anterior: Antigo mapa de Carmo da Cachoeira em Minas.

Comentários

Anônimo disse…
Projeto da nova casa de morada. Localização: Fazenda do Couro do Cervo. Proprietários: João Octaviano de Veiga Lima e dona Neta.

Cf. Álbum da Varginha. (edição sem numeração de páginas). Luiz José Álvares Rubião. Estabecimento Graphico: Casa Maltese - Varginha, Minas Gerais.
Anônimo disse…
las columnatas phantasticas dos "oleos" das perobas, dos paquitibás, tudo emaranhado, enlaçado encostado n´uma cordoalha de cipós e lianas que sobem, enroscam, trepam em meadas cinzentas como serpentes furiosas a busca do sol. Além dessas mattas, verdadeiros filões de matéria prima das carpintarias e marcenarias, a fazenda possue bellísimas invernadas, onde 1.200 cabeças de gado tozam silenciosamente as preciosas hastes do capim gordura, do amargoso, do lanceta?
O typo dominante nos rebanhos é o caracú, que já reponta em bem seleccionado specimens.
Os cafezaes novos já produzem 2.000 arrobas de excellente café que é beneficiado na própria fazenda.
O córrego "Couro do Cervo", que empresta o nome à fazenda, passa volumoso e inquieto a 100 metros do estabelecimento. O Dr. Veiga Lima, aproveita-se da queda da sua corrente para mover diversas machinas.
A hulla branca, como vulgarmente é chamada na Europa, constituirá assim uma das grandes riquezas para a nossa pátria, no dia em que homens da energia e da competência do Dr. João Octaviano de Veiga Lima, se decidam a dar-lhe applicação.
Applicação intelligente que poderá mudar de todo a feição das nossas fazendas. Quando se pensa que um pequeno voluma d´água por um cano de uma polegada pode impulsionar um dínamo para obter a energia elétrica sufficiente para a illuminação de uma fazenda, surge espontânea ao nosso espírito a visão próxima da da transformação dos nossos estabelecimentos agrícolas.
É esta nossa visão, este nosso desejo ardente, parallelamente ecoando fortemente no coração de todas as energias vivas deste berço dos que não descansam para o seu melhoramento, dos que palpitam para vê-lo progredir: próspero e grande no convívio da magna família brasileira.
Quod est em votis.
Anônimo disse…
Por erro na postagem deixou de aparecer a parte inicial, editada por Luiz Álvares Rubião. Segue abaixo:

FAZENDA DO COURO DO CERVO

A fazenda do "Couro do Cervo" é uma das melhores, senão a melhor propriedade agrícola do município.
Com uma área de 500 alqueires de terra, grande parte dominada por extensas "mattas virgens", a fazenda estende-se ao "nascente" da freguezia do Carmo da Cachoeira, onde se liga por uma boa estrada de rodagem de 3 kilometros.
Numa zona, talada implacavemente pelo machado dos antigos plantadores, onde as grandes árvores se escasseiam de dia a dia, a fazenda do "Couro do Cervo" pela vastidão de suas mattas - stocks vivos de madeiras de lei e brancas - representa um thezouro de inexploradas riquezas.
Seu jovem proprietário, o Dr. João Octaviano de Veiga Lima, espírito culto, representando na sua pessoa toda a tradição de sua família - honradez a toda prova, energia incansável e amor intenso ao trabalho - está talhado, como o príncipe dos contos de fada, para despertar, a golpes de inicativas e trabalhos, aquella terra adormecida.
A nova casa de morada da fazenda, edificada no local da antiga moradia, é um magnífico palacete, ainda em construcção.
Pelo seu estylo moderno, seu soberbo lance architectural, suas dependências e numerosas obras de detalhes, constitue a morada mais cheia de conforto e esthetica de toda a região circunvisinha.
A fazenda tem uma perfeita e completa uzina de beneficiar café com a machina typo S. Paulo. Tem um engenho de serrar e apparelhar madeira, montado de accordo com todos os progressos de mecanica. A estrada de ferro Rêde Sul-Mineira, que partindo de Três Corações vae a cidade de Lavras, corta a fazenda em grande parte, dentro da qual está situada a estação do Carmo da Cachoeira, cujo edifício foi construído pelo proprietário da fazenda.
As suas mattas virgens são duma belleza rara, da qual os nossos cliclês dão uma pálida idéia. Massas de arvoredos em que a vista se perde e se confunde, cheia de assombro, naquellas columnatas phantasticas dos "óleos" das peróbas (...) Segue com a redação do comentário anterior.
Anônimo disse…
Pela dificuldade que encontramos pelo envelhecido ocasionado pelo tempo no desenho original, o Projeto Partilha solicitou a MAURICIO JOSÉ NASCIMENTO reforço nas linhas originais. O único objetivo foi o zelo e respeito a nossos antepassados e seus feitos.
O Projeto, executado parcialmente, corresponde ao prédio existente, ainda hoje. É o conhecido "CASARAO DOS VEIGA LIMA", no povoado da Estação.
Anônimo disse…
Poesia contida na obra, "encontros e desencontros", p.19. Autora: Maria Antonietta de Rezende.

NO POÇO DE SICAR.

Quem é este forasteiro,
De arrojada postura,
Que ignora preconceitos
De raça e de cultura?

Quem é este que me espera,
Para oferecer-me cura,
Que conhece minha vida,
Meu passado de loucura?
Que me dirige a palavra,
Sendo eu uma mulher
E sendo ele um judeu,
E eu, uma samaritana,
E me oferece da água
Que de sua fonte mana?

- Ó Senhor, dá-me de beber
Desta água viva que jorra,
Sem jamais interromper,
Rumo à eternidade!
Senhor, sacia-me a sede
De amor e felicidade!
Vejo que és um profeta,
Ensina-me, pois, a meta!
Onde devemos adorar?
Meus pais me disseram que é aqui,
Mas desejo confirmar.

- A salvação que esperas,
E que esperam os filhos teus,
Em verdade, eu te digo
Que esta vem dos judeus.
Mas, se queres adorar,
Em espírito e verdade,
Não importa o lugar,
Aqui, ou onde estiveres,
O Pai tu adorarás.

-Sei que o Messias virá,
Sei que virá o Ungido,
E nos há de revelar
O que não temos entendido.

- Estou diante de ti,
E tu conversas comigo.
Sou Eu, este de que falas, Sou Eu quem fala contigo.
Anônimo disse…
A poeta Maria Antonietta de Rezende revela um JESUS CRISTO moderno, integrado e universalizado. Mostra o Cristo do Século XXI:

Quem é este forasteiro,
que ignora PRECONCEITOS DE RAÇA E DE CULTURA, que valoriza o pobre, a mulher?

A palavra e o conceito "FORASTEIRO" - que vem de fora, mostrado pela poetisa, nada mais é do que ENERGIA. ENERGIA CRÍSTICA, que as religiões do século XXI colocam como sendo a ENERGIA EXISTENTE DENTRO DE TODO O SER CRIADO. É o elo, o fio de ligação existente entre CRIATURA/CRIADOR.
Anônimo disse…
A civilização é uma rede de COSTUMES, de PRECEDENCIAS.

Como uma rede, pergunto:

- Os costumes da NACÃO, não são os vosso costumes?

- porque se ofendeu tanto, tanto, às tradições da terra?

Esclarecendo o termo que utilizei acima, e de forma proposital: "precedencia", que seja entendido como sendo, antecedência no tempo, na ordem e no lugar, anterioridade. Usei pensando em Manoel Antonio Rates, que vejo sendo buscado com muito vigor e firmeza. Pelo que estou acompanhando, o grupo de busca é muito grande, e a família está integrada no movimento. São os ares do Século XXI.
Anônimo disse…
O Projeto Partilha mencionou, dias atrás, a presença de dona Jerônima Maria de Jesus e seu marido Henrique da Costa, nascido em Caparica, Lisboa, citando-os como moradores em Campanha. Ela natural de Baependi, Minas Gerais. Encontramos outros dados na obra "Família Junqueira - sua história e genealogia", p.1094. Diz o seguinte, no capítulo quinto - Anna Francisca do Valle:

"Anna Francisca do Valle casou-se em 10 de junho de 1789, com o capitão JOAQUIM BERNARDES DA COSTA (ou capitão João Bernardo da Costa, de acordo com a certidão de casamento de seu filho, o alferes João Cândido da Costa), nascido em Campanha da Princesa e batizado em 26 de julho de 1755 (Guimarães, vol.1, 1990 p.214) - filho de Henrique da Costa e de Jerônima Maria de Jesus. O casamento foi celebrado pelo Reverendo pároco José da Costa e Oliveira, na Ermida de São Tomé das Letras (Brotero, segunda edição, 1959, p.653).

ANNA FRANCISCA DO VALLE teve como padrinhos(ano de 1768), Bento Rabelo de Carvalho e sua esposa Maria Teresa de Jesus. Em primeiras núpcias, Maria Teresa foi casada com Ignácio Franco - O Patriarca da Família Franco.

ANNA FRANCISCA DO VALLE, faleceu muito jovem, com 37 anos e no ano de 1806, na Fazenda do Lambari Pequeno, em Baependi, Minas Gerais.
Segundo a referida obra, "Conforme o que já mencionei anteriormente, ANNA FRANCISCA DO VALLE, seu esposo, o capitão Joaquim Bernardes da Costa, e seus herdeiros não foram mencionados no acordo (1811) de partilha que os filhos do Patriarca fizeram entre si. Por razões, por nós desconhecidas, todos ficaram de fora dessa divisão, conforme o documento transcrito quando nos referimos ao Patriarca"
Anônimo disse…
Vamos ouvir o que THOMAZELLI conheceu e registrou em sua obra, como resultado de buscas que situa dona MARIA TERESA DE JESUS, madrinha de Dona ANNA FRANCISCA DO VALLE. Cf. "As Famílias de nossas Famílias", p.81/82/83:

Descendência de JOANNA MARIA DA CONCEIÇÃO GOMES NASCIMENTO, filha filha de JOÃO GOMES NASCIMENTO, o Patriarca da Família.
Segunda filha de João Gomes do Nascimento, dona JOANA MARIA DA CONCEIÇÃO e seus descendentes constituem o ramo que foi morar em São Tomé das letras e daí se expandiu por localidades diversas, já bastante misturado às famílias das redondezas.
Acreditamos que dona JOANA tenha ido para aquela região não muito tempo depois de seu casamento com IGNÁCIO GOMES DA ROCHA.
São Thomé não passava, então, como não passa ainda hoje, de um conglomerado de casas de feitio antigo, amplas, os muros de pedras sobrepostas, situado bem no cimo da Serra das Letras, a cerca de 1.400 metros de altitudes.
Ao redor, nas lombadas, extensas fazendas foram sendo formadas, embora a Serra seja toda ela rocha viva, na base gneiss e micachito e, na parte superior, quartzo granular conhecido pelo nome de Itacolomito.
A pequena cidade - uma vila a bem dizer, - parece-nos, atravessou os séculos estacionária, ora subordinada a Lavras, ora a Campanha, ora a Três Corações ou a Baependi. Hoje(1984), com mais de quatrocentos habitante, com divisas com Três Corações, Luminárias, Cruzília (Encruzilhada) e Baependi, é município independente. Há tempos que não figura nos mapas oficiais do Estado, embora tenha o seu nome em mapas rodoviários. É que ela, cuja economia atual se assenta nas conhecidas pedras mineiras com as quais nossa gente muito aprecia para enfeitar as casas, começa a apresentar grande atração turística.
O nome de São Thomé das Letras e o da própria Serra provêm, segundo as lendas, de inscrições de cor vermelha encontradas em pequena gruta situada ao lado da Igreja. Nessa gruta, foi achada escondida uma imagem de São Tomé, talvez o próprio autor das inscrições enigmáticas.
Há quem julgue que tais inscrições poderiam ser pinturas feitas por índios. Quanto a nós, somos propensa a crer serem elas de autoria dos negros escravos que fugiam das fazendas circunvizinhas, que formavam quilombos nas grutas e que teriam usado para gravá-las um musgo vermelho - líquen ou celidônio, próprio da região.
Ninguém jamais conseguiu decifrar tais sinais que, talvez, pudessem ser classificados como CABALÍSTICOS. Os escravos eram revoltados e tinham o coração quase sempre cheio de ódio. Mas, na verdade, inscrições semelhantes, segundo autores abalizados, existem no mundo inteiro, indecifradas. Julga-se com boa razão que sejam marcas feitas pelos índios, que, sabemos eram nômades.
O início do povoamento, de acordo com pesquisas levadas a efeito por Monsenhor José do Patrocínio Lefort, Chanceler do Bispado de Campanha, marca-se pelo registro de óbito de ANA, de dez meses, inocente filha de ANTONIO TAVEIRA, "do Bairro de São Tomé", no ano de 1759.
Em 1772, com o registro de batizado de FRANCISCA, filha legítima de PAULO FRANCISCO MAFRA e de ESTÁCIA ANA RIBEIRO, aparece, pela primeira vez, a denominação de "Lapa de São Tomé", da Serra das Letras, da Freguesia das lavras do Funil.
(continua)
Anônimo disse…
Continuação, THOMAZELLI, p.82.
A madrinha de dona ANNA FRANCISCA DO VALLE, Maria Teresa de Jesus.
O capelão de São Tomé era, então, o afamado jesuíta Padre Francisco Álvares Torres, que aí permaneceu como Capelão até 1781. A Capela de São Thomé foi erigida em 1770, a seu pedido. Em 1795, construiu-se Igreja nova. O cemitério, que, anteriormente, era dentro da própria Capela, hoje se estende ao lado e atrás da mesma.
O primeiro Vigário da Paróquia criada em 1840 e instituída canonicamente em 1841, foi o Padre João Ribeiro Maya, cujo nome encontramos nos casamentos, batizados e óbitos de boa parte da família.
Em 18.10.1808, foi nomeado Guarda-mor da localidade Francisco da Costa Rios.
Na Igreja, chama a atenção a pintura feita na madeira larga do teto, bem como um grande retrato do Barão de Alfenas, Gabriel Francisco Junqueira, colocado normalmente na Sacristia e pintado pelo italiano Nicolau Fachinetti.
Chama também a atenção do turista a Igreja até há pouco inacabada, iniciada há mão se sabe quantos anos pelos escravos. Toda feita de pedra mineira superposta com amarração própria, chegou assim até o respaldo. Jamais até agora (1984) se iniciara a cobertura, e as paredes, extremamente largas, pedra sobre pedra, ali permaneceram por tempo indeterminado, atestando o penoso trabalho escravo. Inúmeros habitantes da terra sonharam um dia terminá-la. Soube que alguém talvez um paulista, a estava terminando ... da maneira moderna que conhecemos. A ser verdade, lamentaremos muito.
Com a intensificação do comércio de pedras e com alguma propaganda turística, o município pôde emancipar-se. O progresso bate às portas, mudando, entretanto, com grande mágoa para os conservadores, a feição tri ou quatricentenária que o marcou até hoje.
JOANA MARIA DA CONCEIÇÃO, batizada na Capela de Ibertioga pelo Coadjutor Padre Manuel da Fonseca, aos 25.06.1749, tendo como padrinhos Manuel Teixeira Maciel e dona Joana Rodrigues, casou-se aos 23.02.1773, pelas "7 para 8 horas da manhã", na Matriz do Pilar, com as bênções na Capela de São Francisco de Assis do Onça, com INÁCIO GOMES DA ROCHA, filho legítimo de Manuel Gomes Batista e de dona Maria Gonçalves da Rocha. Testemunharam: o Padre José Rodrigues de Matos Marins e Francisco da Costa Dias.
INÁCIO GOMES DA ROCHA era irmão de, pelo menos:

DONA MARIA TERESA DE JESUS, casada em primeiras núpcias com INÁCIO FRANCO e, em segunda núpcias, com BENTO RABELO DE CARVALHO.
(continua)
Anônimo disse…
Continuação, em Thomazelli, p.83.

Dona Maria Teresa de Jesus, madrinha de Anna Francisca do Valle.

JOANA MARIA DA CONCEIÇÃO, casada com INÁCIO GOMES DA ROCHA, irmão de, pelo menos:

1. dona TERESA GOMES DA ROCHA, casada com JOÃO GONÇALVES, filho legítimo de Manuel Gomes e de dona Antônia da Graça, natura da Freguesia de Nossa Senhora das Angústias da Ilha do Faial, Bispado de Angra. Pais de, pelo menos, Manuel, batizado na Capela de São Miguel do Cajuru aos 06.08.1764, pelo Capelão Gonçalo Ribeiro de Brito. Foram padrinhos: BENTO RABELO DE CARVALHO e sua mulher, MARIA TERESA DE JESUS.
João Gonçalves era irmão de CATARINA DE SÃO JOSÉ, casado com CAETANO DE CARVALHO DUARTE, filho legítimo de João Carvalho e de dona Domingas Duarte;

2. dona MARIA TERESA DE JESUS (citada no comentário anterior);

3. MANUEL GOMES BATISTA, casado com dona INÊS GOMES DA ROCHA, filha legítima de Luís Gomes e de dona Inês Clara.

Quanto à descendência do casal Inácio - Joana, foram 9 filhos:
João Gomes do Nascimento, morador no Paiol do Rio do Peixe, em Três Corações, casado com dona Joana Antônia de Oliveira (Família Valim/Leal);
Ana Josefa do Nascimento
Silvério Gomes do Nascimento
Antônia
Francisco Gomes do Nascimento
Batista Gomes do Nascimento
Fernando Antônio do Nascimento
Gomes Antônio do Nascimento
Teodora Nicésia Gomes do Nascimento

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