Pular para o conteúdo principal

Mapa com as fazendas limítrofes

 Paragem do Bom Sucesso - Século XVIII

Reminiscência - Casas de morada de Joaquim José dos Reis e José Justiniano dos Reis

Com a ajuda de Edriana Nolasco, em São João del Rey, chegamos a um documento muito rico por suas informações.

Trata-se de duas cartas de sesmaria sendo que uma em nome de Joaquim José dos Reis e outra em nome de José Justiniano dos Reis, cujas posses se deram em 12 de outubro de 1797.

Hoje, essas terras pertencem ao pesquisador e historiador Jorge Fernando Vilela. Os documentos estão arquivados no Museu Regional de São João del Rey, caixa 07, ano 1797. A sesmaria de meia légua foi passada a Joaquim José dos Reis e consta dele a especificação exata do local, nos seguintes termos:

Fazenda do Bom Sucesso da Freguesia de Santana das Lavras do Funil. Termo da vila de São João del Rey. Minas e Comarca do Rio das Mortes em casa de morada do sesmeiro Joaquim José dos Reis.

Joaquim José dos Reis era vizinho dos herdeiros de Manoel Antonio Rates do Sítio Cachoeira (hoje Carmo da Cachoeira) e, também, da sesmaria do Couro do Servo. Outro vizinho à época é citado como sendo José Justiniano dos Reis.

A paragem do Bom Sucesso, conforme lemos no auto de medição de outra sesmaria - a de José Justiniano dos Reis (c.f. cx. 23. Documentos de Sesmaria MRSJDR), “em casas de morada do sesmeiro na sua Fazenda do Bom Sucesso”.

Às folhas 03, lê-se:

Na Paragem chamada de Bom Sucesso, da mesma Freguesia se acham terras devolutas compostas de matos e campos as quais confrontam com as terras do Tenente Manoel de Souza Diniz ou sua mulher, com as de Antonio Domingues de Carvalho e a sesmaria de Simão da Silva e com Joaquim Joaquim José dos Reis e com o suplicante (...).

Durante a medição e, com registro em seu ato de medição, aparece:

(...) seguindo pelo rumo do sueste mediram trinta e duas cordas que atravessaram o dito corgo do Bom Sucesso e findaram em uma lançante de Catandubas ao pé da capoeira da pedra onde meteram um marco de pedra (... resto danificado).

José Justiniano dos Reis tomou posse em 11 de outubro de 1797.

No Livro de nº 18 - Escripturas de compra e venda de terras, fls. 15, cartório de Carmo da Cachoeira é registrada uma permuta que, entre si faziam Augusto Ribeiro Naves c.c Olympia Generosa dos Reis e Evaristo Gomes de Paiva c.c Maria do Carmo Reis Paiva, todos moradores, desta freguesia.

Em 31.03.1890, na casa de Francisco Augusto de Figueiredo, outra escritura onde se lê:

Legítimos possuidores da Fazenda denominada COQUEIROS, neste districto de Carmo da Cachoeira. Permuta por um pedaço de terras na Fazenda Capão dos Óleos, no lugar denominado Mamonal, (...) comessando suas divisas no ribeirão COURO DO SERVO. Assinam como testemunham Estevão Ribeiro de Resende e Pedro Roiz da Silva (Pedro Rodrigues da Silva).

Em 8 de novembro de 1873, com testamento em sua residência na Fazenda Coqueiros, Freguesia do Carmo da Cachoeira, Município de Lavras do Funil, FRANCISCA PLACIDINA DE SOUSA, institui como inventariante de seus bens seu marido, Inácio Lopes Guimarães.

Seus herdeiros: Tereza Placidina de Souza com 10 anos e Olímpio (Otaviano) Lopes Guimarães com 14 anos. Ela tinha 23 escravos e terras na Fazenda da Vargem, Fazenda do Retiro e Terras dos Coqueiros. Dívidas passivas: João Alves de Guvêa (João Alves de Gouvêa); João Villela Fialho; José Villela de Resende; Felicia Constança de Figueiredo; João Ribeiro de Moraes. O monte-mor era de 23:026$800.

Para que possamos reconhecer hoje aquilo que os documentos do Século 18 nos apresentaram, a paragem do Bom Sucesso é por nós reconhecida como a Fazenda dos Coqueiros. Fica acima do Cruzeiro. Bem próximo a área urbana de Carmo da Cachoeira o referido morro ostenta com grandiosidade dois símbolos, ricos em significado cristão: o CRUZEIRO e a imagem do CRISTO REDENTOR. Aos pés do morro a casa de Manoel Antonio Rates.

Mais sobre o Mapa Hidrográfico do Sul de Minas de 1897

Commissão Geographica e Geologica de Minas Gerais. Folha n.6. Referência: Cidades, Vilas, Povoados. Chefe da Comissão de campo, Álvaro da Silveira.

O Rio do Cervo, com o Ribeirão Parapetinga (Prapetinga) que é citado como um dos limites de Carmo da Cachoeira já pertenceu a Luminárias, bem como, a Fazenda dos Pinheiros e Lages. Estes aparecem com muita frequência em documentos e inventários como pertencentes a Luminárias.

A Companhia de Ordenanças Duas Barras, primeira Instituição Governamental em Carmo da Cachoeira estava, fisicamente, ligada a este espaço fixo. O Mapa nos apresenta as Fazendas: PALMITAL, CAXAMBU, CHAMUSCA, PONTE FALSA, DO BALBINO. Embora não estejamos visualizando nesta tomada, devemos lembrar que, bem próximo, e ao sul da Fazenda do Balbino, aparecem as Fazendas: CAPÃO REDONDO, VAU, RANCHO, DOS TERRAS, CAQUENDE. A oeste da Fazenda Capão Redondo, as fazendas: PINHEIROS e LAGE, junto a um caminho que as liga ao Município de Carmo da Cachoeira, Minas Gerais.

Mapa original 1897

Mapa com destaque para os nomes das fazendas em relação as cidades de hoje

Mapa Rodoviário atual com sobreposição dos dados do mapa de 1897

Mapa de Relevo com sobreposição dos dados do mapa de 1897

Comentários

Anônimo disse…
A Capella de São Bento do Campo Bello - Município de São Bento Abade, hoje, fica mais ao sul, junto a Serra do Campo Bello e, bem próximo ao Rio do Peixe.
Anônimo disse…
Marta Amato, em sua obra A FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DAS CARRANCAS e sua história. 1996. Edição Loyola. São Paulo, cita lo livro de Eclesiastes, capítulo 1,versículo 4:


"GERAÇÃO VAI, E GERAÇÃO VEM; MAS A TERRA PERMANECE PARA SEMPRE.", e, a partir da p.77, descreve, sob o título, A VIDA RELIGIOSA. A matriz e suas capelas, a trajetória da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas, a partir de sua criação em 1736, tendo com seu vigário, o Pe. Antônio Mendes. Diz ela que, já em 1721 existia uma Capela com a denominação de NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO RIO GRANDE ou CAPELA DO RIO GRANDE, onde foi efetuado um batismo. Diz, ainda que, pelos documentos encontrados existia ainda em Carrancas uma capela em terras do Capitão-mor Inácio Franco Torres, natural da cidade da Bahia (hoje Salvador), filho de José Franco Torres e de Teresa da Silveira. Ele casou-se em Carrancas aos 24 de maio de 1734 com Maria da Porciúncula Barbosa, natural de Guaratinguetá- São Paulo, filha de Francisco Álvares Barbosa e de Isabel Fragosa.
No livro de Provisões da Cúria do Rio de Janeiro de 1728 a 1732, constam os seguintes dados, conforme informações prestadas por José Gomide Borges:
Em 20 de fevereiro de 1729 - "Passei provisão de pároco da Capela de Inácio Franco, no sítio das Carrancas do Rio Grande, Comarca do Rio das Mortes, por tempo de um ano somente ao Pe. João de Barros, natural do bispado do Porto" (fls 46v.).
Em 26 de fevereiro de 1729 - "Passei provisão de coadjutor da Capela Curada de Inácio Franco, no sítio das Carrancas, junto ao Rio Grande, Comarca do Rio das Mortes, por tempo de um ano somente, ao Pe. Miguel da Silva Grilo, do Bispado do Porto" (fls.48), (o Pe. Miguel foi designado, a seguir, para a freguesia de São João Batista do Itaboraí em 16 de março de 1729).
Em 21 de março de 1729 - "Passei provisão de pároco da Capela de Inácio Franco, no sítio das Carrancas do Rio Grande, Comarca do Rio das Mortes, por tempo de um ano somente, ao Pe. João Moreira, natural do Bispado do Porto" (fls.50v.).
Em 25 de fevereiro de 1730 - "Passei provisão de capelão curado da Capela de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas, Comarca do Rio das Mortes, por tempo de dois anos, ao Pe. João Moreira".
Em 12 de outubro de 1731 - "Passei provisão ao Pe. João de Eiró, de vigário encomendado da Igreja de Carrancas, por tempo de um ano somente" (fls.173).

Alguns se perguntarão: Carrancas?
Aqueles, que acompanham as páginas de carmodacachoeira.blogspot.com , já há algum tempo, se familiarizaram com a extensão territorial da COMARCA DO RIO DAS MORTES, onde a CACHOEIRA DOS RATES estava inserida, e a percebeu e a visualiza, num "fogo cruzado" contínuo. Por vários motivos, sendo um deles, por estar encravada num sertão onde não havia ouro, e havia a presença de portugueses, paulistas, entre outros. Devido a essas circunstâncias, CARRANCAS, era o ponto referencial, e de grande importância na história de CARMO DA CACHOEIRA. Um dos documentos, em que é registrado um ato religioso com a presença de MANOEL ANTONIO RATES, aparece o termo "FREGUES DESTA FREGUESIA", querendo com isso dizer que, Carrancas e Cachoeira dos Rates, na época, estavam muito próximas, embora, geograficamente distantes (Brasil Colonial).
Continuando com Marta Amato, p.80, lê-se:
Em 1739, encontrei informações de que pertenciam a Carrancas vários cemitérios, onde foram enterrados escravos e desconhecidos falecidos na freguesia. Entre eles: cemitério da Igreja de Nossa Senhora da Conceição das Carrancas, cemitério da Capela do Rio Grande, CEMITÉRIO DO CAMPO BELO e CEMITÉRIO do DESERTO DO DOURADO (Marta Amato coloca, entre parêntesis~, São Bento Abade).
Anônimo disse…
Já que Marta Amato cita, Inácio Franco Torres e fala de seu casamento com uma paulista, vamos poder conferir, este lado paulista, lendo, p.378, em SILVIA MARIA JARDIM BRUGGER, o inventário de Francisco Ávila Fagundes, irmão de MANOEL ÁLVARES TAVEIRA (Manoel Alves Taveira), filhos de Maria Taveira. Cf. no site: Minas patriarcal: família e ... Pesquisa de Livros do Google - Windows Internet Explorer e com o nome de Francisco Ávila Fagundes. Em outros sites, os internautas, poderão saber onde está localizada a sesmaria da família. Marta Amato, atualizando seu trabalho, em 2004, diz que, dona Josefa Leme da Silva (ou de Lima), filha de Maria de Lima Soares natural de Santa Maria das Águas Santas, Porto, Portugal e de João Bicudo do Espírito Santo, era irmã de Maria Leme Soares casada com José da Silva Monteiro e de Antônio Corrêa Leme, casado em 1735com Maria de Almeida Lara e que seu pai, João Bicudo do Espírito Santo, em 20 de setembro de 1717, salvo se existir outro de mesmo nome, recebeu uma sesmaria nas Cabeceiras do Ribeirão da Guaiuna, Termo de São Paulo. Os filhos do casal cresceram e multiplicaram-se, haja visto que quase todos os atuais moradores de Carrancas descendem de Manoel Álvares Taveira, alguns dos quais ainda usam o "ALVES TAVEIRA" como sobrenome.
Nas Minas Gerais, a sesmaria era a denominada Dois Irmãos.
Anônimo disse…
Nos comentários da página de ontem, o Projeto Partilha ouviu Thomazelli dissertando sobre José Luiz de Paiva, filho de Domingos de Paiva e Tomásia Maria da Silva. Domingos e Tomásia foram pais também de Francisca Benedita de Assis que, em seu testamento a coloca como terceira testamenteira (Cf. site: Inventário e Testamento de Domingos de Paiva e Silva - Windows Internet Explorer) "minha filha Francisca Benedita de Assis".
Francisca Benedita de Assis, batizada em 30.11.1777, foi casada com José Joaquim Ribeiro, filho de Genoveva da Trindade Barbosa, casada com Antônio Ribeiro da Silva, natural de São João del-Rei. Genoveva era filha de Francisco Álvares Fagundes (Francisco Alves Fagundes), batizado na Sé de São Salvador. Como poderemos conferir em seu testamento, era natural da Ilha Terceira, Agra, filho legítimo de João de Lima Fagundes e de Maria da Conceição. Genoveva Maria era irmã de Francisca Maria de Jesus, casada com Antônio Leite Coimbra, sogros de Francisco da Silva Xavier Toledo. A mãe de Francisca Benedita, dona Maria Vitória do Nascimento, era filha de Antônio de Brito Peixoto, casado na FAMÍLIA MORAES, filha de Teresa de Moraes (paulista), casada que foi com André do Vale Ribeiro, filho de Domingos Francisco e Maria do Valle. Sobre este pessoal existe farto material disponibilizado, é só munir-se de um pouquinho de paciência e, navegar. Luz e Harmonia a todos.
Anônimo disse…
Quando, em 2005, iniciamos o trabalho de levantamento de dados, na busca de MANOEL ANTONIO RATES, primeiro morador do SÍTIO DA CACHOEIRA, na CACHOEIRA DOS RATES, contamos o historiador e Genealogista PAULO COSTA CAMPOS. Dentre tantas sábias orientações e constatações, dizia ele: "essa tal de Três Pontes, muitas vezes, me levou a muita pesquisa. Ao relacionar as Sesmarias de Três Pontas, logo me deparava com o termo Três Pontes". Hoje, os internautas já aprenderam percorrer, através de seus estudos, caminhos distantes, no entanto, circunscritos a mesmo território - A Comarca do Rio das Mortes, e nela a Freguesia de Carrancas, uma verdadeira imensidão territorial, com seus rios, serras, montes, ribeirões, e ... .. GENTE IDEALISTA. Dessa gente, descende PAULO COSTA CAMPOS, incansável pesquisador. Diz ele: "Em 01/AGO/1777, dona Maria Teresa do Carmo, recebe, na paragem do Ribeirão das Três Pontes, do outro lado do rio Grande, uma Sesmaria. No mesmo ano, em 22 de agosto, João da Mota Coelho, também recebe outra Sesmaria, onde se lê, Ribeirão das Três Pontes".
O Mapa que figura nesta página nos informa da presença do Ribeirão dos Coelhos, que aparece ligando a Fazenda do PALMITAL à fazenda da Barra, no Rio do Cervo.
Junto ao mesmo Ribeirão (do Cervo), o Ribeirão Parapetinga, constante em nossas divisas, numa certa época. Seguindo em direção ao Rio Ingaí, entre picadas, está o Ribeirão da Vargem Grande e a Fazenda do mesmo nome e logo a seguir o PINHEIRINHO, bem próximo de INGAHY VELHO, tão citado pelo cachoeirense MANOEL FERREIRA DIAS -o NECA, como berço de seus ancestrais. Interessante ouvir os cachoeirenses, e não devem estranhar os internautas de outros Estados ou Países. O mineiro diz: "fica aí mesmo". Ah!, é só começar a caminhar. Percebe-se logo que, os conceitos parecem contradizerem-se. Aqui, em Cachoeira, o pessoal diz: "Chegar a Luminárias, por São Bento, é bem pertinho. Fica logo ali, atrás do Morro". A citação corresponde a Serra da Pedra Branca.
Anônimo disse…
"Os caminhos abertos e percorridos pelos Bandeirantes até 1700 permaneceram até hoje em dia. Atualmente, são nossas estradas e estão pavimentadas. Assim, da incursão pelo Embaú, via Passa Quatro e Capivari, originou a estrada atual. Da mesma forma a via Piquete, Wenceslau Braz e Itajubá, é hoje uma rodovia importante.
Não podemos esquecer a estrada que parte de Campos de Jordão, através da Mantiqueira, São Bento, seguindo por Paraizópolis, Brazópolis até Piranguinho. Neste entroncamento encontra-se com a rodovia que liga Itajubá a Pouso Alegre. E entre elas a mais importante, a BR 381 - Rodovia Fernão Dias.
De Caxambú, seguindo para Baependi, Cruzília e Aiuruoca, um entroncamento importante naqueles tempos era acesso para São Thomé das Letras, Angaí e Lavras.

ANTES DE ANGAÍ, SAÍA UM CAMINHO PARA TRAITUBA, CARRANCAS, RIO GRANDE e SÃO JOÃO DEL REI".

O autor poderá se referindo, de acordo com nosso entendimento, ao ponto referido nas cartas de Sesmarias como, TRÊS PONTES, e em nossa região corresponde ao espaço compreendido entre a FAZENDA DO PALMITAL, (no Ribeirão Parapitinga), na altura onde está a FAZENDA DE FRANCISCO COSTA e o "E. Velha Prapitinga". Como se poderá ver pelo MAPA, a partir da FAZENDA DA BARRA, segue um caminho que atravessa a Serra PEDRA BRANCA, passando bem próximo da Fazenda da Vargem Grande. O referido caminho passa também pela Fazenda do Quilombo. O local deve corresponder a uma imensa região que, no ano de 1897, conforme indica o MAPA, inclui a FAZENDA DE FRANCISCO COSTA. Uma dessa pontes dá acesso a Carrancas, onde estava a sede a Freguesia, responsável pela administração dos sacramentos em toda região. Era Carrancas o referencial de religiosidade para MANOEL ANTONIO RATES, do Sítio da Cachoeira, na Cachoeira dos Rates, na Comarca do Rio das Mortes, nas Minas Gerais.

O trecho que aparece entre aspas, aparece em A EVOLUÇÃO DE NOSSA HISTÓRIA, DO COMÉRCIO E DA INDÚSTRIA. Associação Comercial e Industrial de Três Corações, Minas Gerais. Ano 2005. Excelsior Gráfica Editora. Três Corações, Minas Gerais. Catalogado na Fonte - Lucinéia Ferreira Pereira - Bibliotecária. Ilustração da Capa: Yukichige Noguchi. Texto de Ronaldo Urgel Nogueira, da Academia Tricordiana de Letras e Artes. Membro Efetivo-Cadeira n.02. O exemplar que faz parte de nossos arquivos traz a seguinte dedicatória: "Para dona Leonor com todo carinho. De Ronaldo Urgel Nogueira. Três Corações, TERRA DO REI PELÉ, outubro de 2005.
Anônimo disse…
Orville Adalberto Derby afirma que, a primeira expedição de que se tem registros mais concretos, a fim de desbravar o território, foi organizada com pessoas de várias feitorias. Reunidas na Feitoria de Cabo Frio, seguiram para a Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, em 1531 e de lá partiram penetrando por muitas léguas o sertão. Algumas formas registradas no Arquivo Público Nacional para se referir a empreitada são: "mais de setenta e cinco léguas"; "por montanhas mui grandes"; "e andaram cinquenta léguas por (...) campo mui grande". J. Pandiá Calógeras, em seu livro, As Minas do Brasil e sua legislação chegou a tentar reconstruir o roteiro. A subida da Serra do Mar (hoje onde estão localizadas as cidades de Teresópolis e Petrópolis - o Dedo de Deus), possibilitou alcançar as terras da Zona da Mata mineira, porém a colonização só se iniciou a partir da segunda metade do século XVII, com a povoação do Rio das Mortes, cuja sede ficava em São João Del Rei.
Na década final do século XVI, já era bem conhecidas várias trilhas para a subida da Serra do Mar, a maior parte delas, ao longo de todo o Vale do Paraíba. Uma feitoria, que servia de entreposto de apoio a todos que se dirigiam para a povoação de São Paulo de Piratininga, era a da existente no SERTÃO DOS PÁSSAROS BRANCOS, Guiratinguetá (Guaratinguetá). Algumas léguas daí, um outro ponto importante, e muito visitada pelos sertanistas era o Embaú, caminho obrigatório a ser seguido por todos aqueles que pretendiam subir a serra da Amantikira (Mantiqueira).
A primeira Bandeira, que foi muito além da garganta da Amantikira, e alcanço os CAMPOS GERAIS DOS CATAGUÁS, foi de JOÃO BAPTISTA VITORIANO, que partiu de São Sebastião do Rio de Janeiro, e que, aqui chegando, fez queimar folhagens resinosas, afim de afugentar as epidemias e os mosquitos.

Trechos contidos na obra, "Evolução de nossa história, do comércio e da indústria". Texto do Acadêmico de Letras e Artes de Três Corações, Ronaldo Urgel Nogueira.

Arquivo

Mostrar mais

Postagens mais visitadas deste blog

Tabela Cronológica 10 - Carmo da Cachoeira

Tabela 10 - de 1800 até o Reino Unido - 1815 - Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - 1815 ü 30/Jan – capitão Manuel de Jesus Pereira foi nomeado comandante da Cia. de Ordenanças da ermida de Campo Lindo; e ü instalada a vila de Jacuí . 1816 1816-1826 – Reinado de Dom João VI – após a Independência em 1822, D. João VI assumiu a qualidade e dignidade de imperador titular do Brasil de jure , abdicando simultaneamente dessa coroa para seu filho Dom Pedro I . ü Miguel Antônio Rates disse que pretendia se mudar para a paragem do Mandu . 1817 17/Dez – Antônio Dias de Gouveia deixou viúva Ana Teresa de Jesus . A família foi convocada por peritos para a divisão dos bens, feita e assinada na paragem da Ponte Falsa . 1818 ü Fazendeiros sul-mineiros requereram a licença para implementação da “ Estrada do Picu ”, atravessando a serra da Mantiqueira e encontrando-se com a que vinha da Província de São Paulo pelo vale do Paraíba em direção ao Rio de Janeiro, na alt...

A organização do quilombo.

O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump...

A família do Pe. Manoel Francisco Maciel em Minas.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: Sete de Setembro em Carmo da Cachoeira em 1977. Imagem anterior: Uma antiga família de Carmo da Cachoeira.

Postagens mais visitadas deste blog

Tabela Cronológica 10 - Carmo da Cachoeira

Tabela 10 - de 1800 até o Reino Unido - 1815 - Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - 1815 ü 30/Jan – capitão Manuel de Jesus Pereira foi nomeado comandante da Cia. de Ordenanças da ermida de Campo Lindo; e ü instalada a vila de Jacuí . 1816 1816-1826 – Reinado de Dom João VI – após a Independência em 1822, D. João VI assumiu a qualidade e dignidade de imperador titular do Brasil de jure , abdicando simultaneamente dessa coroa para seu filho Dom Pedro I . ü Miguel Antônio Rates disse que pretendia se mudar para a paragem do Mandu . 1817 17/Dez – Antônio Dias de Gouveia deixou viúva Ana Teresa de Jesus . A família foi convocada por peritos para a divisão dos bens, feita e assinada na paragem da Ponte Falsa . 1818 ü Fazendeiros sul-mineiros requereram a licença para implementação da “ Estrada do Picu ”, atravessando a serra da Mantiqueira e encontrando-se com a que vinha da Província de São Paulo pelo vale do Paraíba em direção ao Rio de Janeiro, na alt...

Carmo da Cachoeira — uma mistura de raças

Mulatos, negros africanos e criolos em finais do século XVII e meados do século XVIII Os idos anos de 1995 e o posterior 2008 nos presenteou com duas obras, resultadas de pesquisas históricas de autoria de Tarcísio José Martins : Quilombo do Campo Grande , a história de Minas, roubada do povo Quilombo do Campo Grande, a história de Minas que se devolve ao povo Na duas obras, vimo-nos inseridos como “Quilombo do Gondu com 80 casas” , e somos informados de que “não consta do mapa do capitão Antônio Francisco França a indicação (roteiro) de que este quilombo de Carmo da Cachoeira tenha sido atacado em 1760 ”.  A localização do referido quilombo, ou seja, à latitude 21° 27’ Sul e longitude 45° 23’ 25” Oeste era um espaço periférico. Diz o prof. Wanderley Ferreira de Rezende : “Sabemos que as terras localizadas mais ou menos a noroeste do DESERTO DOURADO e onde se encontra situado o município de Carmo da Cachoeira eram conhecidas pelo nome de DESERTO DESNUDO ”. No entanto, antecipa...

Distrito do Palmital em Carmo da Cachoeira-MG.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. O importante Guia do Município de Carmo da Cachoeira , periódico de informações e instrumento de consulta de todos os cidadãos cachoeirenses, publicou um grupo de fotos onde mostra os principais pontos turísticos, culturais da cidade. Próxima imagem: O Porto dos Mendes de Nepomuceno e sua Capela. Imagem anterior: Prédio da Câmara Municipal de Varginha em 1920.

Cemitério dos Escravos em Carmo da Cachoeira no Sul de Minas Gerais

Nosso passado quilombola Jorge Villela Não há como negar a origem quilombola do povoado do Gundú , nome primitivo do Sítio da Cachoeira dos Rates , atual município de Carmo da Cachoeira. O quilombo do Gundú aparece no mapa elaborado pelo Capitão Francisco França em 1760 , por ocasião da destruição do quilombo do Cascalho , na região de Paraguaçu . No mapa o povoado do Gundú está localizado nas proximidades do encontro do ribeirão do Carmo com o ribeirão do Salto , formadores do ribeirão Couro do Cervo , este também representado no mapa do Capitão França. Qual teria sido a origem do quilombo do Gundú? Quem teria sido seu chefe? Qual é o significado da expressão Gundú? Quando o quilombo teria sido destruído? Porque ele sobreviveu na forma de povoado com 80 casas? Para responder tais questões temos que recuar no tempo, reportando-nos a um documento mais antigo que o mapa do Capitão França. Trata-se de uma carta do Capitão Mor de Baependi, Thomé Rodrigues Nogueira do Ó , dirigida ao gove...

O livro da família Reis, coragem e trabalho.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: 24º Anuário Eclesiástico - Diocese da Campanha Imagem anterior: A fuga dos colonizadores da Capitania de S. Paulo

As três ilhoas de José Guimarães

Fazenda do Paraíso de Francisco Garcia de Figueiredo Francisco Garcia de Figueiredo é citado como um dos condôminos / herdeiros da tradicional família formada por Manuel Gonçalves Corrêa (o Burgão) e Maria Nunes. Linhagistas conspícuos, como Ary Florenzano, Mons. José Patrocínio Lefort, José Guimarães, Amélio Garcia de Miranda afirmam que as Famílias Figueiredo, Vilela, Andrade Reis, Junqueira existentes nesta região tem a sua ascendência mais remota neste casal, naturais da Freguesia de Nossa Senhora das Angústias, Vila de Horta, Ilha do Fayal, Arquipélago dos Açores, Bispado de Angra. Deixaram três filhos que, para o Brasil, por volta de 1723, imigraram. Eram as três célebres ILHOAS. Júlia Maria da Caridade era uma delas, nascida em 8.2.1707 e que foi casada com Diogo Garcia. Diogo Garcia deixou solene testamento assinado em 23.3.1762. Diz ele, entre tantas outras ordenações: E para darem empreendimento a tudo aqui declarado, torno a pedir a minha mulher Julia Maria da Caridade e mai...

A família Faria no Sul de Minas Gerais.

Trecho da obra de Otávio J. Alvarenga : - TERRA DOS COQUEIROS (Reminiscências) - A família Faria tem aqui raiz mais afastada na pessoa do capitão Bento de Faria Neves , o velho. Era natural da Freguesia de São Miguel, termo de Bastos, do Arcebispado de Braga (Portugal). Filho de Antônio de Faria e de Maria da Mota. Casou-se com Ana Maria de Oliveira que era natural de São João del-Rei, e filha de Antônio Rodrigues do Prado e de Francisca Cordeiro de Lima. Levou esse casal à pia batismal, em Lavras , os seguintes filhos: - Maria Theresa de Faria, casada com José Ferreira de Brito; - Francisco José de Faria, a 21-9-1765; - Ana Jacinta de Faria, casada com Francisco Afonso da Rosa; - João de Faria, a 24-8-1767; - Amaro de Faria, a 24-6-1771; - Bento de Faria de Neves Júnior, a 27-3-1769; - Thereza Maria, casada com Francisco Pereira da Silva; e - Brígida, a 8-4-1776 (ou Brizida de Faria) (ou Brizida Angélica) , casada com Simão Martins Ferreira. B ento de Faria Neves Júnior , casou-se...

O distrito de São Pedro de Rates em Guaçuí-ES..

Localizado no Estado do Espírito Santo . A sede do distrito é Guaçuí e sua história diz: “ ... procedentes de Minas Gerais, os desbravadores da região comandados pelo capitão-mor Manoel José Esteves Lima, ultrapassaram os contrafortes da serra do Caparão , de norte para sul e promoveram a instalação de uma povoação, às margens do rio do Veado, início do século XIX ”.

A origem do sobrenome da família Rattes

Fico inclinado a considerar duas possibilidades para a origem do sobrenome Rates ou Rattes : se toponímica, deriva da freguesia portuguesa de Rates, no concelho de Póvoa de Varzim; se antropomórfica, advém da palavra ratto (ou ratti , no plural), que em italiano e significa “rato”, designando agilidade e rapidez em heráldica. Parecendo certo que as referências mais remotas que se tem no Brasil apontam a Pedro de Rates Henequim e Manoel Antonio Rates . Na Europa antiga, de um modo geral, não existia o sobrenome (patronímico ou nome de família). Muitas pessoas eram conhecidas pelo seu nome associado à sua origem geográfica, seja o nome de sua cidade ou do seu feudo: Pedro de Rates, Juan de Toledo; Louis de Borgonha; John York, entre outros. No Brasil, imigrantes adotaram como patronímico o nome da região de origem. Por conta disso, concentrarei as pesquisas em Portugal, direção que me parece mais coerente com a história. Carmo da Cachoeira não é a única localidade cujo nome está vincul...

Eis o amor caridade, eis a Irmã Míriam Kolling.

À Irmã Míria T. Kolling: Não esqueçam o amor Eis o amor caridade , dom da eternidade Que na entrega da vida, na paz repartida se faz comunhão ! Deus é tudo em meu nada: sede e fome de amar! Por Jesus e Maria, Mãe Imaculada todo mundo a salvar! " Não esqueçam o amor ", Dom maior, muito além dos limites humanos do ser, Deus em nós, entrega total! Não se nasce sem dor, por amor assumida: Nada resta ao final do caminho da vida a não ser o amor . Próximo artigo: Até breve, Maria Leopoldina Fiorentini. Artigo anterior: Os Juqueiras, Evando Pazini e a fazenda da Lage