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O importante Guia do Município de Carmo da Cachoeira, periódico de informações e instrumento de consulta de todos os cidadãos cachoeirenses, publicou um grupo de fotos onde mostra os principais pontos turísticos, culturais da cidade.
Próxima imagem: Diverso estilos arquitetônicos convivem lado a lado.
Imagem anterior: O GAPA e o direito de todos os seres de nosso planeta.
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CHOROGRAPHIA DO MUNICÍPIO
O aspecto do município de Varginha, como de toda zona do Sul de Minas, é montanhoso. Suas elevações mais notáveis são: a S.E. a serra dos Tachos e a N.E. a serra de Três Pontas.
O maior curso dagua que banha o município é o Rio Verde do que o separa do Município de Eloy Mendes e da Campanha. Esse magnífico curso dagua, de feição encachoeirada e de grande queda, constitue uma das maiores riquezas naturaes do município; pois, pela vivacidade de sua corrente, quebrada por numerosas cachoeiras, representa uma rica jazida de "hulha Branca" que será futuramente explorada, como já é, em parte, pela companhia Vivaldi que tem grande represa a 6 kilometros desta cidade.
Depois, as margens do RIO VERDE ricas e belíssimas paisagens, são fertilíssimas, prestando-se especialmente para o cultivo do arroz em larga escala. Suas águas, apezar de sempre toldadas pelos rezíduos das mineirações de ouro do XICÃO e de SANTA LUZIA, são habitadas por magníficos variedades de peixes. O ribeirão do Tacho que passa à 14 kilometros da cidade separa este município do de Três Corações. - O MASCATINHO corre a 12 quilometros da cidade e determina a diviza de Varginha com o município de Três Pontas.
O Município de Varginha possue magníficas quedas de água, sendo a salientar as seguintes:
Cachoeira da Varginha
Cachoeira das Sete Cachoeiras
Cachoeira do Caixão
Cachoeira do Salto Grande.
A companhia Vivaldi, como ficou dito, desde o anno de 1914, utiliza-se de uma poderosa usina hydro-eléctrica, aproveitando a queda do RIO VERDE, com força de 1.500 cavalos ou 780 K W, podendo fornecer energia electrica a esta cidade e às localidades visinhas.
Em primeiro de novembro deste anno (o exemplar que temos em mãos não traz referencial que indique data), apezar do dia chuvoso, do atrazo havido nos trabalhos agrícolas, da epidemia reinante, o eleitorado da Varginha acudiu, patrioticamente, às urnas, suffragando os nomes dos futuros vereadores municipaes.
A divergência política se fazia sentir, ha quatro annos no município, como uma sombra nuvem, dissipou-se sob os esforços dos chefes políticos Cel. Domingos Ribeiro de Rezende e o Cel. Antonio Justiniano de Rezende Xavier que obtendo de seus correligionários concessões e transigencias mutuas, firmaram memoravel accordo
E é de lastimar que esta solução, embora não rezolva plenamente o problema da paz e harmonia do município, chegou tão tarde, depois de um triennio esbanjado em luctas estereis e improductivas.
A pandemia da GRIPE HESPANHOLA que já se fazia sentir nesta cidade desde outubro, tomou grande incremento no mez de novembro, principalmente entre a classe pobre.
Felizmente, espíritos caridosos, muito auxiliados pelos Irmãos Maristas, puderam, ainda em tempo, organizar improvizados socorros, que muito alliviaram os soffrimentos dos desprotegidos da sorte, fornecendo-lhes alimentos, roupas recursos médicos e medicamentos.
Foi, por isto, organizado, no prédio da Casa de Caridade, um pequeno hospital, donde, sem medir esforços nem olhar perigos, acudiram as senhoras varginhenses, exemplo de solidariedade humana, para curar os attacados da assoladora pandemia.
Por conta de que ocorreu o equívoco. Foram dois motivos:
- a semelhança da atual arquitetura, com a da Igreja Nossa Senhora do Carmo, a época da referida reforma citada no comentário anterior;
- as fotos do arquivo do Projeto Partilha, feitas por Evando Pazzini, no ano do Sesquicentenário da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, 2007. Na ocasião, a Igreja era toda cercada de Cipistres. Hoje, a praça está reestruturada e apresenta-se, muito semelhante a Pça Nossa Senhora do Carmo, dos primeiros anos do século XX.
Agora, a palavra está com RUBIÃO:
IMPORTANTE PLEITO
O memorável pleito judicial, que reivindicou as terras do patrimonio da capella de S. Bento do Campo Bello, é um monumento perene do espírito religioso dos CACHOEIRENSES.
E, uma lacuna ficaria, se nestas páginas não lembrassemos dessa grande pugna.
Vejamos em traços ligeiros, o histórico da questão.
Nos fins do século XVIII, o Padre Bento Ferreira, dono de importante sesmaria de 3 léguas que, começando no córrego do Palmital até o Rio do Peixe, construíu a actual capela de S. Bento, dando-lhe como patrimônio parte de suas terras. O restante da sesmaria ficou constituindo a fazenda do Campo Bello que até hoje perdura com o mesmo nome.
Por morte do Padre Bento, verificada no anno de 1784, ficou a capella em abandono, ou antes, entregue aos cuidados dos pobres moradores daqueles descampados.
Dez annos depois da morte do Padre Bento, Manoel Francisco Ferreira construíu o primeiro prédio no patrimonio, que mais tarde foi doado a São Bento.
Que esta capella sempre foi venerada, é certo;pois seu relativo estado de conservação revella que mãos piedosas não descuravam de sua santa casa. E mesmo, as pessoas antigas dizem que outr´ora se fizeram na venerável capella esplendidas festas religiosas acompanhadas das tradicionaes "cavalhadas".
Afinal, o patrimonio da capella, sem uma demarcação em forma, pois a própria escriptura da doação desaparecera; foi, por isso, pouco a pouco invadida pelos proprietários vinhos que, afinal, acabaram por assenhorearem-se de todas as terras da capella.
Estavam as cousas neste pé, quando os CATHOLICOS CACHOEIRENSES, por intermédio da fábrica da Matriz de Nossa Senhora do Carmo, iniciaram a demarcação judicial do patrimonio de São Bento, sendo advogado do glorioso Santo o Dr. José Marcondes de Andrade Figueira. Este pleito, que durou annos, teve como epílogo o triumpho completo da Matriz, que reinvindicou o ptrimonio de São Bento. Sendo a luminosa sentença desse memorável pleito, lavrada pelo Dr. Francisco Carneiro Ribeiro da Luz, então Juiz de Direito da Comarca.
Hoje(leia-se, mais ou menos, 1920), a capella de São Bento, forma o núcleo de um florescente povoado que conta para mais de cem casas cobertas de telhas e assoalhadas: 8 casas de commercio etc., etc.
O povoado é servido pela estação do "SALTO" na Estrada de Ferro Rede Sul-Mineira, no Ramal de Três Corações, da qual dista 12 kilometros (do centro administrativo de Varginha).
É alma do progresso do novo povoado o Reverendíssimo Padre João Pina do Amaral, vigário da FREGUESIA DO CARMO DA CACHOEIRA, que não descança, estimulando as iniciativas dos moradores, servindo também de intermediário com os chefes políticos do districto quando se trata de propugnar pelos melhoramentos do povoado.
Interferência esta, que tem produzido sempre excellentes resultados.
OBSERVAÇÃO: No centro da página onde foi apresentado o artigo está a foto do PROFESSOR , senhor ARLINDO CRUZ.
Luiz José Álvares Rubião, ao descrever, como ele chama de, "NOSSAS FAZENDAS", fala da Fazenda dos TACHOS. Conta detalhes, utilizando algumas folhas de seu trabalho, entre fotos e detalhamentos da propriedade do Cel. Emilio Justiniano de Rezende e Silva. Num dos trechos diz: "A Fazenda dos Tachos dista 10 kilometros da Estrada de Ferro Rêde Sul-Mineira, onde se prende por uma excellente estrada de rodagem que se desdobrando pelo valle do RIBEIRÃO DOS TACHOS vae ter a ESTAÇÃO DE FLORA (rever dados em citações anteriores já estudados pelo Projeto Partilha. Veja a FAZENDA DA BARRA DE TRÊS CORAÇÕES, com a "FAMÍLIA PINTO BARRA").
RUBIÃO fala do proprietário da FAZENDA DOS TACHOS em tom apaixonado. "Além da cabeça pensante um coração sempre prompto a socorrer e proteger aquelles que abeiram de sua sombra".
RIBEIRÃO DO PARAIZO. Ele existe, e é o que fornece água para a fazenda do capitão GABRIEL PENHA DE PAIVA.
FAZENDA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, na fala de RUBIÃO:
A fazenda do capitão Gabriel Penha de Paiva é uma das melhores propriedades do Município de Varginha. Começando por suas terras nos subúrbios desta cidade, extende-se em direcção da cidade de Três Pontas numa distância de 7 kilômetros. Sua área de 400 alqueires é como de todas as fazendas deste município, cultivada no seu limite extremo de producção. Suas terras de excellente "cultura, de composição francamente vulcânica, são altas e soalheiras. Prestando-se, deste modo, a cultura do café e de pastagens, pois a geada, mesmo a grande geada, só tem attingido limitadas orlas marginaes aos córregos. No mais, uma primavera eterna domina suas encostas. Seus cafezaes, alguns em franca producção, outros, no seu início, produzem actualmente 6.000 arrobas de magnifico café. Suas invernadas, que começam nas imediações desta cidade extendem-se em ondulações suaves pelos valles do ribeirão São José, cortando a linha férrea em dois pontos.
400 cabeças de gado, enchem suas magnfícas pastagens, entre as quaes sobresahem magníficos especimes de caracú, o typo dominante da fazenda.
DOIS RIBEIRÕES, O DO PARAÍZO e o de SÃO JOSÉ, fornecem bôas aguadas, sendo de notar que este último, pela sua altura de nível, bôa qualidade de suas águas e proximidade da cidade, poderá ser futuramente aproveitado para o abastecimento de agua potável da nossa urbs.
A Chácara do Sagrado Coração de Jesus, onde reside o seu proprietário, é uma das vivendas mais pictorescas das que existem neste município. Edificado no espigão, águas vertentes, que divide as águas do córrego do PINHEIRO e do ribeirão de São José, em situação mais alta que os pontos mais altos da cidade, offerece aos olhos do forasteiro uma das mais bellas perspectivas que se imaginar possa.
Ao Sul, desdobra-se a serra da CAMPANHA em linha recta como riscada a régua.
Nas brechas e contra forte das montanhas mais próximas, apparece, cá e lá, como uma lapide de azulejos o sombranceiro vulto da magestosa Mantiqueira.
Lançando-se um olhar mais ao perto, decortina-se, em meia folha, num traço de pintura panorâmica, a cidade Varginha, que offerece ao golpe do visual do neophito da paisagem, um scenario phantastico, magico e incomprehensível. As casas e edifícios vários, encastellam-se num amontoamento de titans, entre tufos e vagas do arvoredo, onde despontam estipedes de palmeiras, num crescer e afogar de copas de jaboticabeiras e mangueiras da côr característica do verde inglez. As ruas desaparecem e o alinhamento das praças e avenidas parece inexistente.
O capitão Gabriel Penha de Paiva , trabalhador, methodico, cheio de iniciativas, intelligente, amigo extremado desta terra, impõe-se na estima geral de todos os seus conterraneos. Depois, é um espírito caridoso e democrático: estimado em extremo de seus aggregados, camaradas e colonos a quem trata com confiança e estima.
E essa dedicação do Capitão Gabriel Penha de Paiva aos seus, ficou bem patenteada na última epidemia da "grippe hespanhola" em que prestou relevantes serviços, soccorrendo, com médicos e medicamentos, aos doentes da sua fazenda. E mesmo a pobreza desta cidade prestou seu inestimável concurso, fornecendo gratuitamente todo o leite da sua fazenda, para alimentação dos indigentes.
OBSERVAÇÃO: José da Costa Moraes, filho de MANOEL ANTONIO RATES, casado com dona Maria da Penha, foram moradores na Fazenda Pouso Alegre, nas imediações desta, citada por RUBIÃO.
RIBEIRÃO DA CAVA.
Na margem do "RIBEIRÃO DA CAVA", próxima à estrada de rodagem que vae da cidade de Varginha à FREGUESIA DO CARMO DA CACHOEIRA, fica a FAZENDA DO LEME.
Dista desta cidade (Varginha) 17 kilômetros e 13 kilômetros da FREGUESIA DO CARMO DA CACHOEIRA. Sua área é de 300 alqueires; sendo 180 de invernadas de capim gordura e 120 de capoeirões e mattas, riquíssimas em madeiras.
Suas terras férteis são ricas de boas aguadas. Tem 25 alqueires de terreno plantado em cafezaes de 1 a 2 annos de idade que apresentam bellissimo aspecto.
Actualmente, nas pastagens encontram-se 400 cabeças de gado vaccum de criar e de engorda.
Fica próxima a Fazenda Pedra Negra, onde JOSÉ DA COSTA MORAES, e dona Maria da Penha deixaram seus testamentos.
Esta importante propriedade agrícola surge a uma légua e meia da FREGUEZIA DO CARMO DA CACHOEIRA, sede do Districto a que pertence. É uma parte da antiga e vetusta fazenda "SAQUAREMA", herdada pelo Capitão Antenor Teixeira Reis. O córrego "Retiro do Matto", que passa a beira dos cafezaes, como uma ampla franja espumosa, empresta-lhe o nome, separando-a das outras propriedades agrícolas.
A colheita do café produz cinco mil arrobas, alcançando, em média, o typo N. 3. A sua exportação se faz pela ESTAÇÃO DO CARMO DA CACHOEIRA, depois de aproveitar uma das machinas que, perto da fazenda, acham-se installadas, para rebenefício.
FAZENDA SÃO JOSÉ DO CURRALINHO.
Propriedade do Capitão JOSÉ SEVERO DA COSTA. Distante 12 kilômetros da cidade (Varginha), abrange uma área de 330 alqueires de terras, sendo 140 em mattos e capoeiras.
SÍTIO DA SERRA.
Propriedade do Capitão LUIZ SEVERO DA COSTA. Situado a seis kilômetros da cidade (Varginha). Área de 200 e tantos alqueires de terras, contendo 20 alqueires de cafezaes, produzindo em média 2.500arrobas por anno. 195 alqueires de pastagens de capim gorgura. O Capitão Luiz Severo vende, da raça caracú, novilhos e novilhas.
FAZENDA DA CACHOEIRA
Propriedade agrícola do Capitão Francisco de Paula Reis. Distante doze quilômetros da cidade, abarca uma área de 180 alqueires de terras, todas ellas de superiores culturas e pastagens. A FAZENDA CACHOEIRINHA é de propriedade de MANOEL PROCÓPIO BUENO, situa-se a nove quilômetros da cidade (Varginha). Bem pequena, porém, toda ella composta de superiores terras de culturas.
FAZENDA DO CAMPESTRE
Propriedade do Cel. Manoel Alves Teixeira, dirigida e administrada por seu filho Antonio Alves Teixeira. Situa-se a nove quilômetros da cidade (Varginha)
FAZENDA DA CAVA
Propriedade do coronel Manoel Alves Teixeira, situada a 15 kilômetros da cidade e com uma área de 550 alqueires de terras, inclusive as fazendas do CAMPESTRE E BREJINHO, administrada por Júlio Alves Teixeira, filho de Manoel Alves Teixeira.
FONSECA/LIBERAL trata como sendo duas propriedades distintas as chamadas: Fazenda São José e a Fazenda São José do Curralinho.
A Fazenda SÃO JOSÉ é, segundo eles, a que fica próxima ao RIBEIRÃO DO PARAIZO. Em seu estudo, p. 128 diz:
Fazenda São José, residência e propriedade do capitão José Alfredo de Rezende, dista 15 quilômetros da cidade (Varginha), abrange uma área de 50 alqueires de terras, todas de fecunda e uberrimas culturas.
FAZENDA DO LAGEADO
Propriedade agrícola do capitão José Bernardes de Rezende. Situada a seis quilômetros da cidade (Varginha), tem 60 alqueires de terras, e é uma boa fazenda.
FAZENDA JACUTINGA
Propriedade do senhor Francisco da Silva Paiva. Página 130, dista da cidade 6 kilometros. Na p.147, diz, "FAZENDA DA JACUTINGA, propriedade agrícola do Capitão João Baptista de Carvalho, situada a 6 quilômetros da cidade (Varginha).
FAZENDA DA ESTAÇÃO DA ESPERA
Residência do Capitão Sebastião Octaviano da Silva. A benção da fazenda se deu pelo Reverendo Padre Picimini.
FAZENDA DO BOM RETIRO
Propriedade do cap. João Baptista Bueno. d
Distante 6 kilômetros da cidade (Varginha), com 120 alqueires de terras.
FAZENDA BOA VISTA
Propriedade do Cel. Joaquim Pinto de Oliveira. Situaada a 9 kilômetros da cidad (Varginha), em a MARGEM DO RIO VERDE.