O araial de Carmo da Cachoeira que, segundos contavam os antigos, tivera o seu período áureo nos bons tempos do Barão de Lavras, João Alves de Gouvêa, havia decaído, vamos assim dizer, do seu esplendor passado e encontrava-se em estado de verdadeira decadência.
Da iluminação pública, feita com lampiões de querosene, a única então conhecida, pois não havia ainda a eletricidade, restavam apenas alguns postes, já carcomidos pelo passar dos anos e dos lampiões somente um retava, na porta principal da igreja; das duas bandas de música que animavam e alegravam as concorridas festas religiosas que aqui se realizavam, nem uma restava; as ruas escuras, cheias de buracos e matos; a praça principal, era capim, guaxuma, baldrana e assapeixe de ponta a ponta; casas em ruínas e animais soltos pelas ruas, transformavam a localidade em verdadeiro povoado sertanejo, completamente abandonado.
Prof Wanderley Ferreira de Rezende
trecho do Livro: Carmo da Cachoeira: Origem e Desenvolvimento.
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