O saudoso Prof. Wanderley Ferreira de Rezende estará aqui diariamente trazendo parte de seu vasto conhecimento a todos.
Mais que uma homenagem póstuma este espaço será a realização do sonho do velho professor, que nada mais queria além de ensinar.
Vamos ouvir nosso mestre:
Deserto Dourado e Deserto Desnudo
Como já ficou dito, os primeiros civilizados que pisaram o território hoje pertencente ao município de Carmo da Cachoeira, foram, segundo a tradição, os bandeirantes de Fernão Dias Paes Leme que se demoraram algum tempo no local ou proximidades do local onde tempos após surgia a fazenda da Boa Vista. O que não nos será possível é determinar a data exata da passagem dos bandeirantes por esta região, mas o fato deve ter acontecido lá por 1675 a 1678.
Do que por aqui aconteceu entre aquela data e os meados do Século XVIII nada sabemos com certeza a não ser os fatos narrados por Mons. Lefort no já citado "Anuário Eclesiástico da Diocese de Campanha", para 1959, isto é, a doação feita em 1752 pelo Governador da Capitania de Minas Gerais, José Antônio Freire de Andrade ao Padre José Bento Ferreira, de uma vasta área de terras que se chamou Deserto Dourado, e estendia-se numa extensão de três léguas, começando no córrego do Palmital até o Rio do Peixe.
Mais ou menos nos meados do século XVIII o Padre José Bento Ferreira construiu uma capela dedicada a S. Bento e deu-lhe como patrimônio parte de suas terras. O restante ficou constituindo a fazenda do Campo Belo.
O Padre José Bento Ferreira faleceu em 1784 e somente dez anos depois de sua morte, em 1794, foi construída, pelo senhor Manoel Francisco Ferreira, a primeira casa no futuro povoado, hoje cidade de S. Bento Abade. Aquela capela, devido à piedade, ao pioneirismo do Padre José Bento Ferreira, foi durante muitos anos procurada pelos habitantes desta região para todos os atos religiosos como batizados, casamentos, enterros, etc.
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