A busca pelo passado perdido no momento da compra esteve também presente nos anúncios publicados: Natário, um crioulo de cerca de 30 anos, fugiu de seu senhor e foi para Coramatahi, de onde era natural1. Parece que a movimentação de fugitivos era constante não só dentro do espaço de Minas Gerais, como também entre Minas e Rio de Janeiro.
No dia 9 de abril de 1832, um anúncio publicava que 17 escravos haviam fugido de uma fazenda
situada em Campos dos Goitacases, Rio de Janeiro, e segundo o senhor sabia, teriam subido para Minas Gerais2. O mesmo aconteceu com Salvador, um preto Cabinda fugido da Corte3, e com quatro escravos de Antônio José de Souza Braga.4
Uma alternativa para o escravo fugido era fingir-se de forro. Misturando-se a uma população de escravos, mestiços, forros e escravos coartados, não deveria ser muito difícil se esconder nas cidades mineiras e passar como livre. Goulart5 apresenta dados interessantes sobre esta população em Minas Gerais: segundo ele, entre os anos de 1786 a 1821 a população forra variou de 34,4% a 41%. Assim, ter-se-ia os seguintes números de Minas Gerais:
Trecho de um trabalho de Marcia Amantino.
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1 Anúncio do Jornal "O Universal", 3.2.1832
2 Idem, 9.4.1832
3 Idem, 14.6.1830
4 Idem, 25.11.1831
Tabela (dados) - GOULART, Maurício. Escravidão Africana no Brasil. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora S.A, 1950 228 Citado por Almeida, Carla Maria Carvalho de. Op. Cit. P. 106
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