A mudança se deve ao fato de Lefort ter encontrado na Carta de Sesmaria dada a Francisco Xavier da Cruz em 5 de julho de 1771, um trecho que diz: "... possuidor de humas terras citas na mesma freguezia na paragem Catanduba ..."3
No entanto, o próprio Lefort afirma que Catanduvas ou Catandubas é nome genérico de diversas localidades brasileiras. Apenas esse topônimo seria, portanto, um dado insuficiente para identificá-lo como sendo Varginha.
A afirmativa de Lefort foi questionada por Jorge Fernando Vilela que diz: "Francisco Xavier da Cruz não foi morador de Varginha. A carta de sesmaria corresponde a Lavras, Livro n.172, p.97 e 97 verso", e que Lefort cometeu equívocos e precipitações que comprometeram o resultado final de seu trabalho. Apresenta vários argumentos para justificar seu questionamento.
Vilela afirma que Francisco Xavier da Cruz viveu próximo a Lavras: "nas terras que se estendem ao longo dos vales dos ribeirões do Maranhão e Água Limpa. A fazenda de Francisco Xavier era vizinha da 'Fazenda Três Barras' 4 e da 'Fazenda do Maranhão', ambas no município de Lavras, onde existem com o mesmo nome até hoje".
O pesquisador apresenta ainda as seguintes sesmarias relacionadas com a história de Varginha e seus respectivos proprietários:
- Ponciano Ferreyra da Silva, em 7 de julho de 1780, no ribeirão do Tacho, barra do rio Verde5;
Projeto Partilha - Leonor Rizzi
1 Sale, José Roberto Sales - Breve História de Varginha - MG, p. 58.
2 Livro n. 2 de Batizados de Campanha, p.7 verso.
3. ARQUIVO Público Mineiro. Livro n.172 de Sesmarias Mineiras, p.97 e 97 verso.
4. O Projeto Partilha deixa registrada presença de um documento em seus arquivos. É um de Escriptura de compra e venda que entre si fazem como Outorgante vendedor MANOEL PINTO TEIXEIRA e como Outorgante comprador o Capitão FRANCISCO DE ASSIS REIS.Nossos agradecimentos aos descendentes do Capitão FRANCISCO DE ASSIS REIS pela colaboração, que veio, em muito, nos auxiliar na compreensão da FAZENDA DAS TRÊS BARRAS, de Três Corações. Lembrando que esta fazenda, cuja sede foi demolida (5 anos), fica bem próxima do PORTO FLORA, no Rio Verde.
5. ARQUIVO Público Mineiro. SC 206, p. 175.
6. ARQUIVO Público Mineiro. SC 234, p.1.
7. ARQUIVO Público Mineiro. SC 256, p.197.
8. ARQUIVO Público Mineiro. SC 285, p. 38
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