Em 1782, Pamplona liderou uma expedição que tinha por objetivo exterminar este grupo e limpar a área. Ao que tudo indica, não conseguiu realizar plenamente seu intento, já que Cláudio Manoel da Costa em 1824, relatava que na área que dividia a Capitania de Minas Gerais com a de Goiás era grande o número de Caiapós, “que em contínuo giro anda acometendo aos viandantes, que por aqueles sertões transitam...” 1
Os índios do grupo Botocudo sofreram também uma perseguição implacável. Eram acusados de serem terríveis e de não aceitarem qualquer contato pacífico. Há que ressaltar, contudo, que eram denominados como Botocudos todos os índios que usavam botoques nos lábios e nas orelhas, não faziam parte do grupo Tupi e eram hostis ao contato com o branco. O grupo Puri, confundido inúmeras vezes com eles, vivia no Sul de Minas Gerais, no Norte do Rio de Janeiro, no Sudoeste do Espírito Santo e no Nordeste de São Paulo e sofreu constantes guerras justas. Os que restaram foram, muitas vezes, transportados de um lado para outro a fim de liberar novas áreas de terras aos colonos. Desta forma, índios que viviam em Minas Gerais foram levados aldeados para o Espírito Santo para abastecer a região com uma mão-de-obra alternativa e mais barata que a escrava. Assim, ficava mais difícil a fuga porque eles perdiam seus referenciais geográficos e culturais. O Comandante do Arraial do Cuieté, em uma carta enviada ao Governador Valadares, reclamava destes mesmos grupos e afirmava que eles eram muito bravos e que várias regiões eram povoadas e posteriormente despovoadas por causa deles:
"...há sem dúvida que o gentio Botocudo e Poris são as nações mais brabas que há e os que tem infestado com distúrbios os moradores de Santa Rita, São José, Ribeirão do Macuco, Santa Anna do Abrecampo e o próprio Cuieté, despovoado três vezes por conta do mesmo, roubando e destruindo tudo de tal sorte que se acham muitos sítios desertos e povoações solitárias... a causarem os danos que se experimentam fazendo com o temor das suas crueldades que os moradores se não alarguem a explorarem os córregos que se acham na Barra do rio Cuieté até o Mainguassu...” 2
No ano seguinte, em uma outra carta, confirmava a natureza agressiva dos Botocudos e afirmava serem antropófagos, “sustentando-se de carne humana, tanto dos índios que matam como dos católicos...”. Em função de todos os problemas causados pelos Botocudos, sugere sua completa extinção. 3
Entretanto, alguns dias antes, já havia sido dada uma ordem de ataque a estes indígenas acusados de responsáveis por algumas mortes na região do Pegabem. 3
Os índios do grupo Botocudo sofreram também uma perseguição implacável. Eram acusados de serem terríveis e de não aceitarem qualquer contato pacífico. Há que ressaltar, contudo, que eram denominados como Botocudos todos os índios que usavam botoques nos lábios e nas orelhas, não faziam parte do grupo Tupi e eram hostis ao contato com o branco. O grupo Puri, confundido inúmeras vezes com eles, vivia no Sul de Minas Gerais, no Norte do Rio de Janeiro, no Sudoeste do Espírito Santo e no Nordeste de São Paulo e sofreu constantes guerras justas. Os que restaram foram, muitas vezes, transportados de um lado para outro a fim de liberar novas áreas de terras aos colonos. Desta forma, índios que viviam em Minas Gerais foram levados aldeados para o Espírito Santo para abastecer a região com uma mão-de-obra alternativa e mais barata que a escrava. Assim, ficava mais difícil a fuga porque eles perdiam seus referenciais geográficos e culturais. O Comandante do Arraial do Cuieté, em uma carta enviada ao Governador Valadares, reclamava destes mesmos grupos e afirmava que eles eram muito bravos e que várias regiões eram povoadas e posteriormente despovoadas por causa deles:
"...há sem dúvida que o gentio Botocudo e Poris são as nações mais brabas que há e os que tem infestado com distúrbios os moradores de Santa Rita, São José, Ribeirão do Macuco, Santa Anna do Abrecampo e o próprio Cuieté, despovoado três vezes por conta do mesmo, roubando e destruindo tudo de tal sorte que se acham muitos sítios desertos e povoações solitárias... a causarem os danos que se experimentam fazendo com o temor das suas crueldades que os moradores se não alarguem a explorarem os córregos que se acham na Barra do rio Cuieté até o Mainguassu...” 2
No ano seguinte, em uma outra carta, confirmava a natureza agressiva dos Botocudos e afirmava serem antropófagos, “sustentando-se de carne humana, tanto dos índios que matam como dos católicos...”. Em função de todos os problemas causados pelos Botocudos, sugere sua completa extinção. 3
Entretanto, alguns dias antes, já havia sido dada uma ordem de ataque a estes indígenas acusados de responsáveis por algumas mortes na região do Pegabem. 3
Próximo Texto: Deus e as mortes, roubos e insultos que tem feito os gentios Payaguazes.
Texto Anterior: A guerra justa de D. Luiz Mascarenhas e o fracasso do coronel Antônio Pires de Campos.
1 COSTA, Cláudio Manoel da. Memórias e notícias referentes a Provincia de Minas Gerais. -Biblioteca Nacional, Seção de Manuscritos - II. 36,9,30
2 Carta de Paulo Mendes Ferreira, Comandante do Cuieté ao Governador Valadares, em novembro de 1769. Arquivo Conde de Valadares -Biblioteca Nacional, Seção de Manuscritos 18,2,6
3 Carta de Paulo Mendes F. Campelo ao Conde de Valadares, em 23 de abril de 1770, Cuieté. Arquivo Conde de Valadares -Biblioteca Nacional, Seção de Manuscritos. 18,2,6 doc. 229
2 Carta de Paulo Mendes Ferreira, Comandante do Cuieté ao Governador Valadares, em novembro de 1769. Arquivo Conde de Valadares -Biblioteca Nacional, Seção de Manuscritos 18,2,6
3 Carta de Paulo Mendes F. Campelo ao Conde de Valadares, em 23 de abril de 1770, Cuieté. Arquivo Conde de Valadares -Biblioteca Nacional, Seção de Manuscritos. 18,2,6 doc. 229
Comentários