Os participantes de uma das expedições enviadas ao Sertão e liderada por Pamplona, após tomarem conhecimento de que a região onde estavam era controlada por índios, quiseram fugir. Ele, como um bom líder, convenceu-os a ficar dizendo as seguintes palavras:
“ ... os vejo a todos temoratos e amedrontados de ouvirem diferir destes exploradores no Sertão que este estava cheio por uma quantidade de gentio v. m. não hão de permitir que estes imagine que os tememos advirtam Sr.. que as terras em que nos hoje habitamos na consulta em que agora nos achamos não duvidam eram infestadas dos mesmos, nem por isso agora deixaremos de servir nossa casa a esse fim e donde se acha estes lhes há de suceder o mesmo... não lhes sirva de obstáculo as varias aldeias dos inimigos não se deixam vencer do que ainda não virão, nem dos estrepes, nem flechas, nem temam dos seus arcos, porque as nossas armas lhe hão de suprimir todos os seus impulsos sem mais vigorosos ataques de sorte que os obrigara a largar o terreno e nos ficaremos Sr. dele, esta gente foragida não comete senão do descuido e donde ... resistência logo fogem...”
Em agosto de 1769, uma expedição entrou pelos Sertões com o objetivo de prender Antônio Mendes, um assassino que estava escondido “... em uma ilha cercada de dois rios caudalosos onde se não entra senão por canoas. E na casa onde assistia tinha feito uma trincheira de pau a pique e com fossos e estrepes para não poder entrar pessoa alguma...”
De acordo com o relato, os soldados “estavam tremendo pelo horror que metia aquele malfeitor (...)” . Mas, mesmo assim, conseguiram dar-lhe três tiros no momento em que tentava fugir através do rio. Desta maneira, o facínora foi preso e o relato termina mostrando que: “... Em Minas nunca se prendeu neste sertão criminoso algum, nem nele entra Justiça pois é o couto de todos os réus tanto de crimes como de dívidas...”
Trecho de um trabalho sobre Minas Gerais colonial de Marcia Amantino.
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