Sorocaba constituiu em fins do século XVIII e durante quase toda a centúria o maior centro de comércio de asininos trazidos dos pampas. Era lá que os tropeiros de Minas, Mato Grosso e Goiás iam renovar as suas tropas. Chegou a impressionar ao excelente observador Saint -Hilaire o movimento comercial da sua feira de animais. Milhares de cabeças de burro eram negociadas ali, anualmente, e o desgarre dos muladeiros (assim se chamavam os compradores de muares) ficou sempre lembrado pela sua generosidade e dissipação.
Os animais vendidos em Sorocaba eram geralmente chucros, ou não domados ainda, e quem os comprava para revender os amansava e acertava" para carga ou sela, triplicando o seu valor comercial.
A importância que o muladeiro e o tropeiro assumiram na história econômica do país, mormente depois da intensificação da cultura cafeeira, é das mais significativas e não foi ainda julgada com a atenção que merece. Numa época em que o correio não passava de uma instituição quase inexistente, o tropeiro era o único agente de comunicações, conduzindo as cartas, notícias, encomendas e recados de toda a espécie.
O príncipe Maximiliano, que percorreu as Províncias do Rio de Janeiro, Espírito Santo e parte das de Minas e Bahia em meados do século XIX, falou longamente do fenômeno das tropas e confessa a sua admiração pelo que observou: "É espetáculo interessante o de uma dessas tropas, aliás características dos campos gerais. Sete burros formam um lote, conduzido e atrelado por um homem que dele cuida. O primeiro animal da tropa tem uns arreios pintados e guarnecidos de numerosos guisos. O chefe da tropa vai a cavalo, na frente, com alguns de seus associados ou ajudantes; todos vão armados de cumpridas espadas e vestem botas de couro castanho, que sobem até muito em cima. Cobre-lhes a cabeça um chapéu de feltro cinzento claro. Essas tropas quebram, às vezes, a triste uniformidade dos campos".
Os animais vendidos em Sorocaba eram geralmente chucros, ou não domados ainda, e quem os comprava para revender os amansava e acertava" para carga ou sela, triplicando o seu valor comercial.
A importância que o muladeiro e o tropeiro assumiram na história econômica do país, mormente depois da intensificação da cultura cafeeira, é das mais significativas e não foi ainda julgada com a atenção que merece. Numa época em que o correio não passava de uma instituição quase inexistente, o tropeiro era o único agente de comunicações, conduzindo as cartas, notícias, encomendas e recados de toda a espécie.
O príncipe Maximiliano, que percorreu as Províncias do Rio de Janeiro, Espírito Santo e parte das de Minas e Bahia em meados do século XIX, falou longamente do fenômeno das tropas e confessa a sua admiração pelo que observou: "É espetáculo interessante o de uma dessas tropas, aliás características dos campos gerais. Sete burros formam um lote, conduzido e atrelado por um homem que dele cuida. O primeiro animal da tropa tem uns arreios pintados e guarnecidos de numerosos guisos. O chefe da tropa vai a cavalo, na frente, com alguns de seus associados ou ajudantes; todos vão armados de cumpridas espadas e vestem botas de couro castanho, que sobem até muito em cima. Cobre-lhes a cabeça um chapéu de feltro cinzento claro. Essas tropas quebram, às vezes, a triste uniformidade dos campos".
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