A fazenda Chamusca era de propriedade de João Alves de Gouveia1 (1878) , o Barão de Lavras. Carmo da Boa Vista era um distrito de Lavras do Funil. A comarca era a do Rio das Mortes e o Bispado de Mariana, e é aqui que encontramos o mais antigo sinal de nossos antepassados.
Em um local alto, de onde pode se avistar a cidade de São Tomé das Letras, em uma área de 355m², cercado por um muro de pedras, fica o Cemitério dos Escravos2, já está abandonado a mais de um século. O grande número de ossadas, inclusive sobrepostas, reflete o longo período de sua utilização e o período de grande mortalidade, devido à epidemia de varíola que ocorreu entre 1850 e 1870. Afora o muro e as ossadas, não restam no local outras evidências esperadas em um cemitério, como lajes e lapides, o que sobrou foi a tradição oral que conta que o cemitério teria sido fundado por um escravo fugitivo chamado João Antão.
Segundo a arqueóloga Maria Luiza Luna Dias3, o cemitério foi utilizado para o enterro de pessoas pobres e por escravos durante muito tempo, mas originalmente talvez não tivesse sido esta finalidade, para tal ela avalia três fatores:
- Os muros: que devido a complexidade de sua construção não seria provável ter sido concluída apenas nos momentos livres dos escravos, desta forma pode ter sido executado por ordem de algum fazendeiro;
- caixões: os escravos eram enterrados enrolados em lençol, e foram encontrados vestígios de colchetes de ferro grosseiros e lacas de madeira onde estariam pregos, o que indicariam a existência de caixão de madeira, e até possivelmente um rústica lápide; e
- inexistência de outros cemitérios: o fato da região não contar até aquele momento com outros cemitérios para o enterro dos homens brancos, visto que poucos privilegiados tinham o direito de serem enterrados nos pisos das capelas.
A história recente da fazenda está ligada a figura de um criador de cavalos da raça Mangalarga. O garanhão Jóia da Chamusca (1867) , que viveu até o ano de 1854, certamente seria um campeão se fosse feito um concurso naqueles tempos. A se falar das origens do cavalo Mangalarga paulista as referências mais comuns são: “do Sul de Minas viveram três animais que se tornaram os alicerces das atuais linhagens: Jóia da Chamusca, Telegrama e Fortuna”.
A Fazenda Chamusca foi residência também de Dr. Mathias Antônio Moinhos de Vilhena.
Em um local alto, de onde pode se avistar a cidade de São Tomé das Letras, em uma área de 355m², cercado por um muro de pedras, fica o Cemitério dos Escravos2, já está abandonado a mais de um século. O grande número de ossadas, inclusive sobrepostas, reflete o longo período de sua utilização e o período de grande mortalidade, devido à epidemia de varíola que ocorreu entre 1850 e 1870. Afora o muro e as ossadas, não restam no local outras evidências esperadas em um cemitério, como lajes e lapides, o que sobrou foi a tradição oral que conta que o cemitério teria sido fundado por um escravo fugitivo chamado João Antão.
Segundo a arqueóloga Maria Luiza Luna Dias3, o cemitério foi utilizado para o enterro de pessoas pobres e por escravos durante muito tempo, mas originalmente talvez não tivesse sido esta finalidade, para tal ela avalia três fatores:
- Os muros: que devido a complexidade de sua construção não seria provável ter sido concluída apenas nos momentos livres dos escravos, desta forma pode ter sido executado por ordem de algum fazendeiro;
- caixões: os escravos eram enterrados enrolados em lençol, e foram encontrados vestígios de colchetes de ferro grosseiros e lacas de madeira onde estariam pregos, o que indicariam a existência de caixão de madeira, e até possivelmente um rústica lápide; e
- inexistência de outros cemitérios: o fato da região não contar até aquele momento com outros cemitérios para o enterro dos homens brancos, visto que poucos privilegiados tinham o direito de serem enterrados nos pisos das capelas.
A história recente da fazenda está ligada a figura de um criador de cavalos da raça Mangalarga. O garanhão Jóia da Chamusca (1867) , que viveu até o ano de 1854, certamente seria um campeão se fosse feito um concurso naqueles tempos. A se falar das origens do cavalo Mangalarga paulista as referências mais comuns são: “do Sul de Minas viveram três animais que se tornaram os alicerces das atuais linhagens: Jóia da Chamusca, Telegrama e Fortuna”.
A Fazenda Chamusca foi residência também de Dr. Mathias Antônio Moinhos de Vilhena.
1 – O inventário de Antônio Dias de Gouveia arquivado em Campanha, CEMEC, caixa 8, Freguesia das Lavras do Funil – Comarca do Rio das Mortes, 1820. Genro Manoel Pereira de Carvalho; tenente Gabriel Antônio de Carvalho e Joaquim Antônio de Carvalho e os filhos João Dias de Gouveia e irmãos. Bens: Fazenda Chamusca 14:090$000; ...; Terreiro Fazenda Chamusca 1:000$000; ... . A Fazenda Chamusca ficou em comum, oito herdeiros
2 – Fonseca, falta o ano da publicação, Anexo V, Processos de Tombamentos abertos de 1/1/1970 a 14/03/1990, processo nº 1299-T-89, pg 277.
3 – Maria Luiza de Luna Dias é arqueóloga da Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí.
Segundo ela: “O mais provável é que se trate de um cemitério para pobres e escravos, (...) trata-se de um remanescente do início da colonização do Sul de Minas.”
Outra tese da arqueóloga, é que o cemitério seja talvez o mais antigo monumento arquitetônico sul-mineiro, anterior inclusive a ocupação de Ouro Preto e Mariana “estando enterrado os primeiros colonizadores do Estado, bandeirantes e paulistas que tinham o Sul de Minas em suas rotas”.
2 – Fonseca, falta o ano da publicação, Anexo V, Processos de Tombamentos abertos de 1/1/1970 a 14/03/1990, processo nº 1299-T-89, pg 277.
3 – Maria Luiza de Luna Dias é arqueóloga da Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí.
Segundo ela: “O mais provável é que se trate de um cemitério para pobres e escravos, (...) trata-se de um remanescente do início da colonização do Sul de Minas.”
Outra tese da arqueóloga, é que o cemitério seja talvez o mais antigo monumento arquitetônico sul-mineiro, anterior inclusive a ocupação de Ouro Preto e Mariana “estando enterrado os primeiros colonizadores do Estado, bandeirantes e paulistas que tinham o Sul de Minas em suas rotas”.
Comentários
Minha Avó paterna Mariana Clara Gouveia de Vilhena era neta de João Alves de Gouveia " O Barão de Lavras." Ela morou na Fazenda da Chamusca e se casou lá em 1907, com Antonio Fernandes Reis da Fazenda do Salto no municipio de Carmo da Cachoeira.
A saudade é grande, a lembrança dela esta sempre presente.Cresci escutando minha avó contar casos dela e dos irmãos na fazenda da Chamusca e principalmente deste cemiterio de escravos.
Parabéns pelo seu trabalho em resgatar tantas historias que direta ou indiretamente faz parte da minha vida.
Úrsula.
Lendo o texto da Fazenda da Chamusca constatei um pequeno engano.Meu Bisavô Mathias Antonio Moinhos de Vilhena casado com Maria Carolina Gouvêa de Vilhena e não morou na fazenda da Chamusca e sim em Campanha onde trabalhou como médico em toda aquela região até sua morte. Maria Carolina Gouvêa de Vilhena era filha de João Alves de Gouvêa e ela morou na fazenda da Chamusca até seu casamento com Mathias Antonio Moinhos de Vilhena.
Úrsula
Agradeço tua informação, pedirei a Profª. Leonor que revise o texto constando sua informação.
Talvez demore um pouco, pois ambos estamos nos dedicando a outros projetos no momento. Mas as alterações virão a serem feitas.
TS Bovaris