"Alves Pedrosa" nas paragens da Ponte Falsa durante o século XVIII
A fazenda Ponte Falsa localiza-se próxima ao ribeirão da Chamusca, aos pés do morro do Joannico. Este ribeirão deságua no rio do Cervo. No mapa de 1897 além da própria fazenda aparecem como fazendas vizinhas: Caxambu, Palmital, Chamusca, Capão Redondo, do Balbino, Barra, Rancho e do Vau.
A ascendência do proprietário desta fazenda está em Alves Pedrosa e a ilhoa Antônia da Graça. A segunda filha de Manoel Alves Pedrosa e Maria Assunção França, casou-se com Antônio Dias de Gouveia, falecido aos 27 de junho de 1789. Seu inventário foi aberto na paragem Ponte Falsa da paragem de Lavras do Funil. Deste patriarca descendem os "Gouveias", através de Ana Teresa de Jesus. O casamento de Antônio Dias de Gouveia e Ana Tereza aconteceu na matriz de Nossa Senhora do Pilar em 1766.
A fazenda Rancho, citada pelo professor Wanderley como uma das mais antigas foi de um dos filhos deste casal, o Martinho Dias de Gouveia. Irmã de Martinho, a Francisca Alves de Gouveia, faleceu solteira com inventário aberto na fazenda Chamusca. O José Dias de Gouveia, nascido em 1780 teve seu inventário aberto na fazenda Caxambu. A Ana Teresa de Gouveia, por ocasião da divisão amigável dos bens deixados por sua mãe, ficou com a fazenda do Rio Grande, enquanto seus irmãos ficaram em comum com a Chamusca.
Alguns fatos da fazenda Ponte Falsa:
- Ana Teresa de Jesus (Ana Tereza da Assunção) e Tereza Alves da Assunção eram irmãs, filhas de Maria da Assunção e Manoel Alves Pedrosa - patriarca dos "Alves Pedrosa";
- a fazenda Ponte Falsa “... que de uma banda parte com a fazenda de João Francisco de Carvalho, e com a fazenda chamada dos Barreiros”;
- a fazenda Morro Grande, fica entre a fazenda da Ponte Falsa e sítio da Cachoeira, na Cachoeira dos Rates;
- os "Gouveias" viviam nas fazendas Ponte Falsa, Chamusca e Palmital;
- Jorge Vilela, crê que a origem do nome "Ponte Falsa" foi alguma armadilha criada pelos quilombolas para proteger o acesso ao paiol do quilombo da Chamusca, que se localizava nas proximidades da atual fazenda do Paiol, subdivisão da fazenda Ponte Falsa; e
- Antônio Dias de Gouveia em 1776 é citado como habitante em Nepomuceno, e em seu inventário aberto por sua esposa Ana Teresa de Jesus, já residia na paragem chamada de Ponte Falsa, sesmaria que regularizou em 17 de setembro de 1770, na Paragem do Cervo e Bom Caldo da freguesia de Santa Ana das Lavras do Funil do termo de São João del Rey, Minas e Comarca de Rio das Mortes, e onde faleceu vinte anos depois. Antônio Dias de Gouveia era natural da freguesia de São Pedro de Roriz do lugar de Lamana Arcebispado de Braga, filho de João Dias de Gouveia e Maria Álvares Barbosa.
Comentários
Trata-se de um requerimento arquivado no Arquivo Histórico Ultramarino, em Avulsos da Capitania de Minas Gerais. Cx 155 doc7 em 09/12/1800. O Capitão Vicente Ferreira de Paiva Bueno e o escrivão Bartolomeu Bueno do Prado são os focos do referido documento. Aí todos verão algumas localizações.