Poema de Marília de Lourdes Rezende Bittencourt
Cachoeira de Nossa Senhora do CarmoDa família Rates
De gente
Que sempre honrou seu nome.
Cachoeira de escritores, poetas,
De políticos, coronéis,
Que contam e cantam a sua história.
Cachoeira dos grandes cafezais,
De apanhadores de café
De mãos calejadas,
Que ao alvor da aurora
Saem cantando
Pra ganhar o pão de cada dia.
Cachoeira de gente confiante, trabalhadora,
Que luta pelo seu progresso,
Para vê-la brilhando
No cenário dos pais.
Cachoeira de jovens esperançosos,
Que confiam e esperam, um dia,
Estudar, lutar, vencer,
Pra no futuro,
Engrandecer o nome de sua terra.
Cachoeira alegre, hospitaleira,
De gente amiga e acolhedora
Que recebe o visitante
De braços abertos.
Cachoeira de todos nós,
Velhos, jovens, crianças,
Que trazem dentro do coração,
A esperança de dias melhores.
É por isso e muito mais
Que eu te amo,
Minha Carmo da Cachoeira!
Pequenina, mas gigante,
Porque o amor de seu povo
É maior que o céu, que o mar,
Que o infinito!
Carmo da Cachoeira,
Minha terra natal,
Como me orgulho de você!
Texto de Gledes D’ Aparecida Reis Geovanini sobre a autora do poema Retrato de Minha Terra
A professora Marília de Lourdes Rezende Bittencourt é lembrada pelos cachoeirenses de sua geração com muito respeito, carinho e gratidão e dispensaria apresentações, pois, somados aos seus valores pessoais acrescentam-se aos de seu pai, Wanderley Ferreira de Rezende. Homem calmo, funcionário estadual, inteligente, sábio professor, diretor e escritor amado e respeitado pela cidade inteira que solicitou dos poderes públicos a denominação de uma instituição de ensino - a atual Escola Estadual Prof. Wanderley Ferreira de Rezende. Ele é tido sobretudo como o guardião da nossa história. Seu nome ficou imortalizado através de sua obra, Carmo da Cachoeira - origem e desenvolvimento, referencial para todos aqueles que buscam conhecer a história deste querido rincão.
Marília ostentava orgulho pelo pai e, dentre tantos predicados positivos procurava imitá-lo naquele dom que considerava ser o mais relevante - o da sabedoria. Parece-nos que um dito popular vem nos auxiliar na difícil tarefa de escrever algo sobre essa ilustre cachoeirense:
Aquele que acende a luz é o primeiro a ser iluminado por ela.
Relembrando com carinho aquela profissional da área da educação ressalta-nos a lembrança de um forte atributo: o da inteligência. Com maestria própria exercia sua função de educadora ocupando a cadeira de Língua Portuguesa e Literatura.
Como profissional era uma inteligente profª. de Língua Portuguesa e Literatura formada pela Faculdade INCOR de Três Corações. Foi professora primária na E. E. Dr. Moacir Rezende de 1º grau, depois Inspetora Escolar do Município. Como professora concursada assumiu o ensino de Português e Literatura no antigo ginásio, hoje E. E. Prof. Wanderley Ferreira de Rezende. Foi Diretora no Colégio Normal N. Sra. do Carmo que seu pai, com outros, havia criado e cuja escola formou se em 1967 a primeira turma de Professores Primários genuinamente cachoeirenses, ou seja, todas as 14 formadas eram moradoras na cidade.
Marília era muito talentosa e habilidosa no jeito de ensinar, na forma de lidar com os alunos e no trato com os colegas e superiores. Era amante das boas leituras de vários gêneros, entre eles os romances. Dona de uma alma sensível e cheia de dons era dedicada a poesia, como esta apresentada neste texto e que leva sua assinatura, denominada por ela de, Retrato de Minha Terra.
A sensibilidade de sua alma, certamente, é resultado de todo o bem que ela fez ao caminhar como filha, esposa, mãe, educadora. Acendeu luzes nos corações e as recebeu de volta sob a forma de sensibilidade. Como pessoa era um ser humano educado, gracioso, alegre, companheira, generosa, prestativa, desprendida e bondosa. Como esposa, era casada com Wanderley Bittencourt, caminhoneiro e mãe de três filhos Darwin, Delano e Dirlan. Boa esposa, mãe amorosa e zelosa de seus amados pupilos.
Encerramos com o acróstico abaixo que é como um retrato falado de nossa querida Marília:
Mãe enérgica e zelosa
Amante da leitura e poesia
Rosto risonho, feição alegre
Iluminando seu semblante
Lecionava por dom e prazer
Indicando sempre o caminho
A todos os alunos seus
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