Em documentos do período colonial, disponíveis no Arquivo Público Mineiro, existem vários registros de ataques a quilombos em que as forças do governo foram surpreendidas pelas trincheiras: “foi preciso atacá-los com fogo e dar terceiro assalto para render uma forma de trincheira a que se recolheram depois de destruído o primeiro palanque”[1] ; “[o quilombo] estava cercado com um valo falso cheio de estrepes aonde caíram sete soldados e se maltrataram, suposto não houve morte, serviu de desordem para melhor poderem fugir os negros.” [2]
Localizado numa meia encosta voltada para oeste, o povoado tinha sua aproximação monitorada pelo vigia ou espia que, posicionado no morro do cemitério, controlava a movimentação de pessoas e comitivas na região. De lá, tem-se uma ampla visão do vale do rio do Cervo e das serras da Bocaina, Pedra Branca, Luminárias, Gavião e São Tomé das Letras.
Como afirmamos inicialmente, não encontramos nos documentos oficiais, referências explícitas ao quilombo destruído na região da Chamusca. No entanto, uma carta do Capitão Mor de Baependi, Thomé Rodrigues Nogueira do Ò, dirigida ao governador da capitania em 23 de agosto de 1736, nos chamou a atenção.
Na carta fala sobre um ataque sofrido por um morador das proximidades da Encruzilhada do Caminho Velho, por parte de negros vindos de um quilombo que, segundo o Capitão Mor, situava-se a “três ou quatro dias de viagem”. [3] Ora, a região da Chamusca se encontra a uma distância aproximada de 70 km de Cruzília, através da serra de São Tomé das Letras. Há uma grande possibilidade, portanto, de esta carta estar-se referindo ao quilombo destruído na Chamusca como procuraremos evidenciar ao longo de nosso trabalho.
Segundo o Capitão Mor, no ataque ao morador, os quilombolas “não só lhe tiraram a vida como também do seu corpo lhe fizeram anatomia”, [4] seqüestrando ainda seus filhos, duas moças e um menino.
Sem condições de resolver a questão por seus próprios meios, já que por duas vezes havia organizado um grupo de vizinhos para perseguir os negros e eles retornaram sem encontrar o tal quilombo, o Capitão Mor, alegando a necessidade de utilizar os serviços experimentados de um Capitão-do-mato, solicitou do governador a expedição de uma carta patente a João do Prado Leme, segundo ele, “homem antigo previsto nas máximas dos sertanejos” e que se oferecia para “tal despesa”, no sentido de por fim a “tais desordens”.
Localizado numa meia encosta voltada para oeste, o povoado tinha sua aproximação monitorada pelo vigia ou espia que, posicionado no morro do cemitério, controlava a movimentação de pessoas e comitivas na região. De lá, tem-se uma ampla visão do vale do rio do Cervo e das serras da Bocaina, Pedra Branca, Luminárias, Gavião e São Tomé das Letras.
Como afirmamos inicialmente, não encontramos nos documentos oficiais, referências explícitas ao quilombo destruído na região da Chamusca. No entanto, uma carta do Capitão Mor de Baependi, Thomé Rodrigues Nogueira do Ò, dirigida ao governador da capitania em 23 de agosto de 1736, nos chamou a atenção.
Na carta fala sobre um ataque sofrido por um morador das proximidades da Encruzilhada do Caminho Velho, por parte de negros vindos de um quilombo que, segundo o Capitão Mor, situava-se a “três ou quatro dias de viagem”. [3] Ora, a região da Chamusca se encontra a uma distância aproximada de 70 km de Cruzília, através da serra de São Tomé das Letras. Há uma grande possibilidade, portanto, de esta carta estar-se referindo ao quilombo destruído na Chamusca como procuraremos evidenciar ao longo de nosso trabalho.
Segundo o Capitão Mor, no ataque ao morador, os quilombolas “não só lhe tiraram a vida como também do seu corpo lhe fizeram anatomia”, [4] seqüestrando ainda seus filhos, duas moças e um menino.
Sem condições de resolver a questão por seus próprios meios, já que por duas vezes havia organizado um grupo de vizinhos para perseguir os negros e eles retornaram sem encontrar o tal quilombo, o Capitão Mor, alegando a necessidade de utilizar os serviços experimentados de um Capitão-do-mato, solicitou do governador a expedição de uma carta patente a João do Prado Leme, segundo ele, “homem antigo previsto nas máximas dos sertanejos” e que se oferecia para “tal despesa”, no sentido de por fim a “tais desordens”.
[1] APM SC 45, p. 69 v.
[2] APM SC 94, p. 94 e 94 v.
[3] APM, SC 56. P. 100 a 100 v.
[4] APM, SC 56, p. 100 a 100 v.
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