Apresentação: piano - Francis Vilela
mezzo-sopranos: Maisa Nascimento e Larissa Amaral.
A HARMONIA EM CACHOEIRA - 1ª edição, 2007
O homem, durante o percurso de sua existência, encontra nestes momentos de tensão, oportunidade para trabalhar e exercitar valores imateriais, internos. Estes são os que realmente contam, e só eles poderão ser levados após a morte do corpo físico. A alegria, o amor ao próximo, a mansidão, a humildade, a paz, a benevolência, o perdão, a compreensão, o altruísmo, entre outros, são atributos perenes e que deverão ser adquiridos pela consciência. Eles constam da lista de conquistas expedidas pelo Criador.
A ciência e a religião trabalham este aspecto dual: harmonia-desarmonia. A primeira busca provar e vem como impulsionadora de avanços. Junto dela aglutinam-se aqueles que pretendem explicar os motivos, os “por ques”; a segunda tem certeza e os fiéis acreditam porque têm fé. Um autor desconhecido traça o seguinte paralelo:
“A ciência é análise espectral. A arte é síntese luminosa.”
Cientistas, aqueles dentre os homens que se propuseram a atuar num campo questionador da realidade, estiveram presentes deste muito cedo nesta humanidade e, muitas vezes foram perseguidos. Pagaram altos preços pelo exercício deste pioneirismo. O cientista brasileiro, morando hoje nos Estados Unidos, Marcelo Gleiser, na abertura de um curso por ele administrado no ano de 2007, abordou como tema somrium (sonho, na tradução do latim), abordagem baseada no primeiro conto de ficção científica da história. Referia-se a Johannes Kepler (1571-1630) que deixou registros de seus ensaios seguidos de comentários sobre as dificultades enfrentadas, já nos idos anos do século XVII.
No ano do sesquicentenário da freguesia de Nossa Senhora do Carmo, todo evento comemorativo leva-nos a buscar um referencial mais amplo do momento histórico, a fim de entendermos melhor o que acontecia por estas paragens. Em 1686, Newton já mostra que as órbitas dos planetas em torno do Sol, são como “queda livre”, evento este que antecedeu em muito Einstein, com sua teoria da relatividade, em 1905.
Ao falar do cientista brasileiro a que já nos referimos, o roteirista de Trindade de Fogo, David Glass, faz a seguinte observação: “(...) os colonizadores que querem destruir tudo como os europeus ao invadir as Américas e a África”.
O programa do recital de piano e canto, que aconteceu na noite do dia 17, refletiu o percurso transcorrido pelos compositores, também neste recorte histórico. Iniciou-se como poderemos observar no programa com Scarlatti (1685-1757). O pianista Francis nos levou, além da viagem pelo som, a outra, a do conhecimento sobre o histórico das interpretações.
Evento marco – da brisa suave que paira sobre o município de Carmo de Cachoeira – foi o tema de abertura: Prelúdio para órgão em Sol menor de Johann Sebastian Bach (Siloti) (1685-1750)
“Enquanto o mundo segue afundando nas tenebrosas águas da intolerância, busco com energia redobrada as verdades que Deus imprimiu nos céus, verdades imunes à estupidez humana. Busco a harmonia secreta que controla tudo o que existe no Cosmo. Harmonia!”.
(Harmonia do mundo, A. Marcelo Gleiser. Referência a 15 de fevereiro de 1599)
1 e 2 - ÉPOCA. Revista Semanal de Informação, número 429. 7 de ago/2006. Artigo: O Senhor do Universo, o cientista brasileiro, Marcelo Gleiser. Editora Globo S/A. São Paulo, S.P. Gráficas: Plural Gráfica e Editora Ltda, p.p.78 a 89.
mezzo-sopranos: Maisa Nascimento e Larissa Amaral.
A HARMONIA EM CACHOEIRA - 1ª edição, 2007
“A chave do mistério cósmico está na música. É ela que faz a alma ressoar em harmonia.” 1
Indescritível o que a sociedade cachoeirense vivenciou neste final de ano. Ocorreu no dia 17 a 1ª edição de Recital de piano e canto, tendo como palco a Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Carmo da Cachoeira.
O evento reportou-nos a Johannes Kepler, aquele cientista que buscou a harmonia do mundo nos céus, como recurso para superar as dificuldades da terra. O cachoeirense, durante 60 minutos, viveu esta harmonia na terra. Francis, Maisa e Larissa serviram de canal para esta manifestação. Francis, com o dom de buscar pelo toque o som. Maísa e Larissa, dotadas de cordas vocais divinas, através das quais podem fazer emergir a beleza que reside no mais profundo de seus seres. Impressionante foi observar a platéia. Silêncio total, Ninguém ousava quebrar aquela harmonia, nem mesmo as crianças presentes. Foi a demonstração de que a música, como arte, fala à alma, e os corpos a ela se submetem. E o que dizer das duas andorinhas que pararam para ver e ouvir o espetáculo? Toca aos mais insensíveis o filme, gravado ao vivo pela câmera de Evandro. Junto da cruz, no alto do altar, as duas presenças. Sentadinhas, ouviam a sonoridade do ambiente e vivenciavam sua Paz.
Ao terminar, muitos comentários vindos da platéia e perguntas que ficavam no ar: “Por que acabou?”; “Por que um espetáculo só de uma hora?”.
No fundo, as perguntas refletem o desconforto em sair de um estado de harmonia e ter que voltar às atividades do dia-a-dia, onde estão instaladas, algumas vezes, as zonas de conflito. Seria como haver dificuldade em se entender o “porque” da existência de outros momentos que não os de Paz. E o ”porque” da presença simultânea da harmonia e desarmonia.
O evento reportou-nos a Johannes Kepler, aquele cientista que buscou a harmonia do mundo nos céus, como recurso para superar as dificuldades da terra. O cachoeirense, durante 60 minutos, viveu esta harmonia na terra. Francis, Maisa e Larissa serviram de canal para esta manifestação. Francis, com o dom de buscar pelo toque o som. Maísa e Larissa, dotadas de cordas vocais divinas, através das quais podem fazer emergir a beleza que reside no mais profundo de seus seres. Impressionante foi observar a platéia. Silêncio total, Ninguém ousava quebrar aquela harmonia, nem mesmo as crianças presentes. Foi a demonstração de que a música, como arte, fala à alma, e os corpos a ela se submetem. E o que dizer das duas andorinhas que pararam para ver e ouvir o espetáculo? Toca aos mais insensíveis o filme, gravado ao vivo pela câmera de Evandro. Junto da cruz, no alto do altar, as duas presenças. Sentadinhas, ouviam a sonoridade do ambiente e vivenciavam sua Paz.
Ao terminar, muitos comentários vindos da platéia e perguntas que ficavam no ar: “Por que acabou?”; “Por que um espetáculo só de uma hora?”.
No fundo, as perguntas refletem o desconforto em sair de um estado de harmonia e ter que voltar às atividades do dia-a-dia, onde estão instaladas, algumas vezes, as zonas de conflito. Seria como haver dificuldade em se entender o “porque” da existência de outros momentos que não os de Paz. E o ”porque” da presença simultânea da harmonia e desarmonia.
O que se passa na realidade é que a humanidade deve avançar sempre, queiram ou não alguns. O avanço é para se chegar à Casa do Pai (João 14,1-14) a viagem é a do retorno do Filho Pródigo (Lucas 15,11-32). A lei que norteia o processo é o equilíbrio entre os opostos. A desarmonia, presente na destruição, no desequilíbrio e na imperfeição, gera tensão.
“É a tensão entre harmonia e imperfeição que gera a criatividade do mundo natural, das formas mais simples, àquelas mais complexas”. 2
O homem, durante o percurso de sua existência, encontra nestes momentos de tensão, oportunidade para trabalhar e exercitar valores imateriais, internos. Estes são os que realmente contam, e só eles poderão ser levados após a morte do corpo físico. A alegria, o amor ao próximo, a mansidão, a humildade, a paz, a benevolência, o perdão, a compreensão, o altruísmo, entre outros, são atributos perenes e que deverão ser adquiridos pela consciência. Eles constam da lista de conquistas expedidas pelo Criador.
A ciência e a religião trabalham este aspecto dual: harmonia-desarmonia. A primeira busca provar e vem como impulsionadora de avanços. Junto dela aglutinam-se aqueles que pretendem explicar os motivos, os “por ques”; a segunda tem certeza e os fiéis acreditam porque têm fé. Um autor desconhecido traça o seguinte paralelo:
“A ciência é análise espectral. A arte é síntese luminosa.”
Cientistas, aqueles dentre os homens que se propuseram a atuar num campo questionador da realidade, estiveram presentes deste muito cedo nesta humanidade e, muitas vezes foram perseguidos. Pagaram altos preços pelo exercício deste pioneirismo. O cientista brasileiro, morando hoje nos Estados Unidos, Marcelo Gleiser, na abertura de um curso por ele administrado no ano de 2007, abordou como tema somrium (sonho, na tradução do latim), abordagem baseada no primeiro conto de ficção científica da história. Referia-se a Johannes Kepler (1571-1630) que deixou registros de seus ensaios seguidos de comentários sobre as dificultades enfrentadas, já nos idos anos do século XVII.
No ano do sesquicentenário da freguesia de Nossa Senhora do Carmo, todo evento comemorativo leva-nos a buscar um referencial mais amplo do momento histórico, a fim de entendermos melhor o que acontecia por estas paragens. Em 1686, Newton já mostra que as órbitas dos planetas em torno do Sol, são como “queda livre”, evento este que antecedeu em muito Einstein, com sua teoria da relatividade, em 1905.
Ao falar do cientista brasileiro a que já nos referimos, o roteirista de Trindade de Fogo, David Glass, faz a seguinte observação: “(...) os colonizadores que querem destruir tudo como os europeus ao invadir as Américas e a África”.
O programa do recital de piano e canto, que aconteceu na noite do dia 17, refletiu o percurso transcorrido pelos compositores, também neste recorte histórico. Iniciou-se como poderemos observar no programa com Scarlatti (1685-1757). O pianista Francis nos levou, além da viagem pelo som, a outra, a do conhecimento sobre o histórico das interpretações.
Evento marco – da brisa suave que paira sobre o município de Carmo de Cachoeira – foi o tema de abertura: Prelúdio para órgão em Sol menor de Johann Sebastian Bach (Siloti) (1685-1750)
“Enquanto o mundo segue afundando nas tenebrosas águas da intolerância, busco com energia redobrada as verdades que Deus imprimiu nos céus, verdades imunes à estupidez humana. Busco a harmonia secreta que controla tudo o que existe no Cosmo. Harmonia!”.
(Harmonia do mundo, A. Marcelo Gleiser. Referência a 15 de fevereiro de 1599)
1 e 2 - ÉPOCA. Revista Semanal de Informação, número 429. 7 de ago/2006. Artigo: O Senhor do Universo, o cientista brasileiro, Marcelo Gleiser. Editora Globo S/A. São Paulo, S.P. Gráficas: Plural Gráfica e Editora Ltda, p.p.78 a 89.
Comentários
Os ideais, preconizados pela educação formal em Cachoeira para 2008, são os de EDUCAR PARA A SOLIDADRIEDADE, COMPARTILHAMENTO, RESPEITO. Insere-se, portanto, na brisa dos novos ares que pairam sobre o Município. O ano do sesquicentenário trouxe graças, bençãos em profusão.
Parabénsssssss
O próximo recital está programado pro fim de Janeiro. Ainda não temos a data definida, porém assim q tivermos, divulgarem. Provavelmente um dos meios que utilizaremos para a divulgação será este blog.
Bjs e obrigada pelo comentário de todos!
Bom ano novo!!